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Criar memórias afetivas com a comida forma adultos mais saudáveis, diz especialista

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Foto: Arquivo/Cidade Verde

 

Comer é sinônimo de felicidade para muitas pessoas. É por isso que, às vezes, um dia intenso de trabalho, o estresse do cotidiano e até desilusões amorosas são “abrandados” por um docinho ou outra guloseima. É comum ouvir frases como "hoje eu mereço comer esse bolo ou esse pote de sorvete". Isso revela uma relação com a comida compensatória, algo comum e que pode ser ocasional, mas que também pode ser excessiva e acabar trazendo problemas de saúde como a obesidade ou transtornos alimentares.
 
A nutricionista Juliana Maranhão explica que essa cultura da compensação deve ser evitada já na infância, mesmo que seja para reforçar uma alimentação saudável. “Muitos pais oferecem doces quando os filhos comem toda a salada. Assim, a criança come verduras e legumes por obrigação em vez de prazer e acaba associando que o ‘prêmio’ vem depois de cumprir uma regra. Diante disso, fazer as pazes com a comida é fundamental para uma vida mais saudável e a nutrição afetiva pode proporcionar isso”, afirma a especialista.
 
Por isso, é importante que desde a infância seja cultivado o hábito de criar memórias relacionadas à comida. "A cozinha afetiva na gastronomia é baseada em memórias e no quanto aquele alimento, cheiro ou sabor podem causar sensações de prazer. São momentos criados na infância, com a família, amigos ou no trabalho que trazem sentimentos de afeto e alegria", esclarece Juliana Maranhão.
 

Cuscuz: alimento amado por todos
 
E alimento saudável não precisa ser só verdura e frutas. Comida fortalece não só a parte física do corpo, mas também a emocional e com isso transforma a alimentação em traço afetivo. O cuscuz, por exemplo, é um alimento bastante popular no Nordeste e faz parte da vida de muita gente. Nas redes sociais surgem memes, filtros e até dão o nome de “cuscuz” a cachorros. Tão querido por muitos, ele ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, pois em sua composição possui carboidratos, fibras, vitaminas A e B1, além de magnésio, zinco e ferro.
 
Para o estudante de Administração, Bruno Borges, as tardes de trabalho saboreando o famoso cuscuz na copa do escritório ficarão marcadas para sempre na memória. "Comer cuscuz na copa é um momento de alegria dentro do trabalho. É onde a formalidade some por alguns minutos e onde conhecemos mais ainda nossos colegas. Fico feliz em saber que no meu local de trabalho tenho esses momentos marcantes e alegres", enfatiza.
 
Para a nutricionista Juliana Maranhão, deixar de viver momentos como esse por medo de engordar transforma a comida em vilã. "A comida não deve ser encarada como uma vilã, pois além de ser essencial para o organismo, tem caráter social. Às vezes, uma pessoa se priva de comer algo que gosta muito por simplesmente só pensar em emagrecer ou engordar. Com isso, vai deixando de ter essas recordações e transforma a comida em algo ruim", ressalta a profissional.
 
A especialista destaca ainda que é importante envolver as crianças na cozinha desde cedo. "Cozinhar é um ato de amor e apresentar os alimentos, texturas, os sabores e como podem ser preparados são formas de estabelecer laços com as crianças. Com isso, é mais fácil que elas cresçam conhecendo comida de verdade e se tornando um adulto com hábitos bem mais saudáveis", concluiu.


Da Redação
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