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Piauí já registrou mais de 700 casos de Sífilis este ano; 479 só em gestantes

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Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress

O Piauí registrou até o dia 13 de outubro, 764 casos de sífilis, doença bacteriana que é transmitida durante o ato sexual. Destes, 479 foram detectados em gestantes. O restante, 285, são casos congênitos, transmitidos de mãe para filho. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi).

Segundo a Sesapi, as cidades de Teresina, Parnaíba, Piripiri, Picos, Campo Maior, Barras, Altos, Esperantina, Bom Jesus e José de Freitas são as que tem o maior número de casos de Sífilis em gestantes, registrados de 2017 a 2021.

Já as cidades de Teresina, Parnaíba, Picos, Campo Maior, Altos, Luís Correia, Buriti dos Lopes, União, Miguel Alves e Água Branca são os dez municípios piauienses que mais registraram casos de Sífilis Congênita no período de 2017 a 2021.

Para alertar a população dos riscos da doença, a Coordenação de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sesapi prepara ações para reforçar a importância do enfrentamento e dos cuidados com a sífilis.  O terceiro sábado do mês de outubro foi designado como o dia Nacional de Combate à Sífilis.

Para Karinna Amorim, Coordenadora de IST´s da Sesapi, é essencial que a população esteja atenta para a questão do diagnóstico e tratamento da sífilis, além de manter as medidas preventivas constantemente. “Geralmente, é detectada uma única lesão no órgão genital. Não coça, não dói, não incomoda, mas vai evoluindo e a pessoa está infectada sem desenvolver nenhum sintoma e só será possível fazer o diagnóstico com a testagem”, afirma. 


Karinna Amorim, Coordenadora de IST´s da Sesapi

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.

A infecção por sífilis pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto, como também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é fundamental.

Diagnóstico
O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento de Condições Crônicas Infecciosas/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica.

Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.

Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

Devido à grande quantidade de casos surgindo no país, a recomendação de tratamento imediato antes do resultado do segundo exame se estendeu para outros casos: vítimas de violência sexual; pessoas com sintomas de sífilis primária ou secundária; pessoas sem diagnóstico prévio de sífilis e pessoas com grande chance de não retornar ao serviço de saúde para verificar o resultado do segundo teste.

Tratamento
O tratamento da sífilis é realizado com a penicilina benzatina, antibiótico que está disponível nos serviços de saúde do SUS. A dose de penicilina que deve ser utilizada vai depender do estágio clínico da sífilis. A penicilina é o tratamento de escolha para sífilis, outros antibióticos devem ser avaliados para casos específicos de acordo com a avaliação criteriosa do profissional de saúde.

Após o tratamento completo, é importante continuar o seguimento com coleta de testes não treponêmicos para ter certeza da cura. Todas as parcerias sexuais dos últimos 3 meses devem ser testadas e tratadas para quebrar a cadeia de transmissão. 

Hérlon Moraes (com informações da Sesapi e MS)
[email protected]

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