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Câncer de mama: Testes genéticos ajudam a detectar mutações por quadros de metástase

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Foto: Sociedade Brasileira de Mastologia

 

Tempo. Dias e meses que muitas vezes não nos damos conta e quando vemos, já se passaram. Uma perspectiva que muda bastante quando vivenciada por pessoas diagnosticas com câncer de mama em estágio avançado, seguido por metástases que podem vir a surgir em diferentes órgãos. Um quadro de saúde em que cada possibilidade de aumentar sua sobrevida, importa. Uma promessa, que a tecnologia aliada à ciência tem cumprido com as pacientes de todo o mundo, inclusive, do Brasil.

Mais comum em mulheres, sendo considerado o tipo de câncer que mais acomete e leva a óbito a população feminina brasileira, de acordo com as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) os tumores de mama foram responsáveis pela morte de mais de 18 mil mulheres no ano de 2019 e foram detectados em outras 66 mil pacientes, somente em 2020. Casos que merecem ainda mais atenção da comunidade médica, pois estima-se que 20% a 50% dos pacientes com câncer de mama em estágio inicial poderão desenvolver, posteriormente, a doença em estágios metastáticos.

E embora nessa fase avançada não exista mais cura, a tecnologia aplicada a diagnósticos moleculares tem permitido detectar mutações genéticas, especialmente as do gene PIK3CA, que estão diretamente associadas ao crescimento dos tumores, à resistência ao tratamento endócrino a um mau prognóstico geral. Uma vez detectada a mutação, é possível iniciar um tratamento com medicamentos combinados, sob os princípios ativos capazes de inibir as proteínas relacionadas à rápida progressão da doença.

De acordo com a especialista em oncologia molecular, PhD., MSc. Graziele Moraes Losso, atualmente o teste para identificação de mutações em PIK3CA é critério no manejo do câncer de mama com perfil HR+/HER2-, sendo passível de terapia-alvo em pacientes metastáticos. “Em torno de 40% dos pacientes nesse perfil apresentam mutação no gene PIK3CA. A velocidade em que esses diagnósticos são obtidos é fundamental para o início imediato do tratamento que pode aumentar a sobrevida.

Nesse sentido, os testes que utilizam a metodologia RT-PCR são mais rápidos, sensíveis e precisos, o que tem favorecido tratamentos cada vez mais precoces”, destaca.

Segundo Allan Munford, especialista em tecnologia para diagnósticos moleculares, o trabalho contínuo da ciência tem contribuído para descobertas cada vez mais inovadoras, pensando no bem-estar e longevidade dos seres humanos.

“Foram mais de 20 anos de pesquisa até que pudéssemos relacionar o papel desse gene e as mutações com as metástases do câncer de mama. Ainda não foi possível descobrir a cura para casos avançados de muitas doenças, porém, seguimos na busca por essas respostas com a certeza de que estamos cada vez mais perto. Sabemos que cada contribuição importa a esses pacientes”, conclui.


Da Redação
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