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Mostra revela história de fotos polêmicas como "Beijando a freira" de Toscani

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A exposição "Controvérsias - Fotos com Histórias", na Biblioteca Nacional da França, em Paris, apresenta 80 fotografias que causaram polêmica no último século ou chegaram a ser proibidas. Algumas delas também foram objeto de ações judiciais.

Entre as várias imagens associadas a fatos históricos na exposição, no prédio mais antigo da Biblioteca Nacional da França, a unidade Richelieu, está a foto da menina colombiana Oymara Sánchez, que se tornou símbolo do drama da erupção do vulcão Nevado del Ruiz, em 1986, que matou 24 mil pessoas.
 

A criança, ferida e com as pernas presas, ficou três dias em agonia e morreu diante das câmeras. O fotógrafo Franck Fournier ganhou, com a imagem da garota entre a vida e a morte, o World Press Photo, no mesmo ano.

Outro destaque da mostra é a foto "Beijando a Freira", do fotógrafo italiano Oliviero Toscani, criador de várias imagens usadas em campanhas publicitárias da Benetton. A foto chegou a ser proibida na Itália e na França após protestos da igreja.
 

Um dos curadores da exposição é o suíço Christian Pirker, que foi advogado da Benetton no processo movido contra o anúncio que mostrava um homem morrendo de Aids no hospital.

Pirker defende a natureza polêmica das fotografias mas rejeita a pecha - associada a algumas imagens - de que elas teriam buscado o "escândalo".

"Elas suscitam opiniões divergentes, que podem ser argumentadas de acordo com o ponto de vista. Um escândalo tem, normalmente, uma explicação unilateral e gratuita", diz ele.

Manipulação

Entre as fotografias históricas estão várias que estiveram envolvidas em acusações de manipulação. É o caso da foto "A Bandeira Vermelha sobre o Reichstag", do fotógrafo de guerra Yevgeny Khaldei.
 

A foto, considerada uma imagem emblemática do final da Segunda Guerra, mostra um soldado levantando a bandeira soviética no telhado em ruínas do parlamento alemão, em Berlim.

Mas a imagem original, apresentada na exposição ao lado da imagem retocada, mostra que o soldado que segurava o militar que agitava a bandeira estava usando dois relógios, um em cada braço.

Como na época, os soldados russos eram acusados de fazer pilhagens, o fotógrafo recebeu a ordem de "apagar" da foto o segundo relógio, que estava no braço direito do militar.

Já bem mais grave é a acusação de fraude feita contra uma das imagens mais famosas da era moderna, a foto do astronauta americano Neal Armstrong dando o primeiro passo sobre a Lua. Desde 1969, surgiram acusações de que ela seria falsa.
 

A polêmica reapareceu após dois documentários realizados no final dos anos 90, segundo os quais a Nasa teria enganado o mundo todo ao simular as expedições lunares em um estúdio ou um deserto.

De acordo com os dois documentários, o cineasta Stanley Kubrick teria realizado as imagens do homem sobre a lua e recebido, em troca, câmeras sofisticadas para fazer filmagens noturnas.
 
     
            Foto de Andres Serrano mostra um crucifixo imerso na urina do fotógrafo e foto de Todd Maisel que mostra
            mão de vítima dos atentados de 11 de setembro.
 
"Controvérsias - Fotos com Histórias" também expõe a última imagem da princesa Diana viva, feita por um paparazzi. A exposição revela que os "paparazzi" não são um fenômeno recente. Em 1898, dois fotógrafos conseguiram entrar na residência do chanceler alemão Otto von Bismarck, que havia falecido, e tiraram fotos do morto.
 
Marc Garanger fotografou argelinas sem os
véus para documentos de identidade em 1960
 
A família foi à Justiça e consegui confiscar as imagens. Os fotógrafos foram condenados à prisão e, somente em 1952, uma revista alemã publicou as fotografias.
 
 
 
Imagem mostra um dos testes nucleares do governo americano
feitos entre 1945 e 1962
 
A exposição fica em cartaz até o dia 24 de maio em Paris.
 
Fonte: UOL
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