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Planta do cerrado é base de pesquisa para tratamento natural de vitiligo

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Foto: Freepik

 No Brasil, vitiligo atinge mais de 1 milhão de pessoas



A participação da modelo Natália Deodato, de 22 anos, em um reality show brasileiro despertou debates sobre o vitiligo, doença autoimune que não tem cura e provoca manchas brancas na pele. No Brasil, este distúrbio atinge mais de 1 milhão de pessoas.

O vitiligo é caracterizado pela alteração da função ou ausência de melanócitos, que são as células responsáveis pela produção de melanina (pigmento que dá a cor à pele, cabelo, pelo e olhos).

De acordo com a dermatologista Renata Bertino, há três possíveis causas para o surgimento da doença: origem autoimune, genética e por estresse, uma das principais hipóteses que mais cresce na atualidade, mas  também existem excelentes resultados no tratamento da doença. “O fato de não se falar em cura, não quer dizer que não existam várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica”, disse.

Para a pesquisadora sobre vitiligo e doutora em ciências farmacêuticas, Mariana Cristina de Morais, existem tratamentos de origem no Cerrado brasileiro e que fazem efeito. “A mama-cadela, por exemplo, é um fruto típico desta região que pode ser utilizado no desenvolvimento de cremes, géis e pomadas para serem utilizados na pele. Há também comprimidos para o uso complementar oral do tratamento”, revela.



Foto: Divulgação

Mama-cadela é encontrada no Cerrado brasileiro
 

A pesquisa é desenvolvida há 10 anos, sob coordenação do professor Edemilson Cardoso da Conceição, professor titular da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Escolhemos a mama-cadela pois já tínhamos um conhecimento tradicional. As pessoas usam o chá da planta como um conhecimento popular, para ajudar a repigmentar a pele. Por meio desta informação, fizemos um estudo científico para entender melhor a planta e suas propriedades”, relata Mariana.

Durante o estudo foram encontradas na ‘mama-cadela’ substâncias que repigmentam a pele. “Com essa descoberta, desenvolvemos produtos como gel e cremes para que os pacientes consigam reduzir as manchas por meio de um tratamento e uso correto”, falou.

A professora diz ainda que o estudo da planta segue recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e alerta que a manipulação dela não deve ser realizada em casa.

“A planta pode apresentar toxicidade hepática quando usada incorretamente. Além disso, é importante não utilizar medicamentos sem uma avaliação médica indicada antes”, completa.


Respostas promissoras

Mariana Cristina explica também que as respostas ao tratamento são promissoras e o resultado é rápido. “Os pacientes devem fazer uso diário das apresentações, aguardando 30 minutos e depois se expondo ao sol. A repigmentação da área afetada é feita de dentro para fora. Com isso, o efeito começa nas camadas mais internas da pele e seguem até a parte externa”, observa.

A fórmula dos produtos-base ainda estão em fase de testes e não estão prontas para comercialização.



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Da Redação
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