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“Ataque a um policial é um ataque ao próprio estado”, afirma comandante da PM-PI

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Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

“Um ataque a um policial é um ataque ao próprio estado”, afirmou o comandante geral da PM-PI coronel Scheiwann Lopes, em entrevista coletiva nesta terça-feira (26) em que reagiu as mortes de policiais militares no Piauí. Na segunda-feira (25), morreu em confronto policial, Daniel de Azevedo dos Anjos, suspeito de envolvimento no assassinato do sargento da PM Cleto de Paula.

O sargento Cleto de Paula Cortez foi alvejado com três disparos de arma de fogo no dia 21 de abril deste ano durante assalto no bairro São Cristóvão, zona Leste de Teresina. Ele estava de folga e teve a arma levada pelos criminosos.

Segundo o comandante Scheiwann Lopes após o crime, o suspeito foi identificado e a mãe dele chegou a prestar depoimento confirmando que o filho era o autor do crime. “A sua mãe compareceu à delegacia, prestou depoimento no sentido de confirmar a autoria do delito do seu filho. Inclusive, confirmou a questão de que a arma que foi subtraída do sargento foi vendida para outro indivíduo”, destacou o coronel ao destacar que a arma pode ter sido vendida por R$ 6 mil. 

A mãe do suspeito afirmou aos policiais que o filho iria se entregar. No entanto, Daniel Azevedo não ouviu o apelo da mãe e ficou fugindo da PM ao longo dos dias. 

“Foi ventilada a possibilidade dele se entregar, após apelo da sua mãe, fato que não foi consumado. Ele fugia e não se entregava. É um bandido de alta periculosidade, e isso pode ser comprovada pela forma covarde que tirou a vida do Cleto. Ontem à noite recebemos informações de que ele estava no loteamento Cidade Verde. Foi feito o cerco policial, dado voz de prisão, ele não se entregou, tentou fugir, reagiu a prisão em ato contínuo e foi baleado, socorrido ao HUT e posteriormente foi a óbito”, completou o coronel. 

 

O coronel explicou que a intenção era prender o suspeito, mas que ele reagiu a abordagem dos policiais, e que por isso ocorreu uma reação da PM.

“Um ataque a um policial é um ataque ao próprio estado. Nós representamos a força do estado. Somos o policiamento ostensivo, garantidor dos direitos do cidadão, mantedor da ordem pública. No velório do policial, foi dito pelo comando que não iríamos medir esforços no sentido de dar uma resposta. Gostaríamos muito de ter prendido ele, mas a forma como ele reagiu, as consequências são essas”, destacou.

Ele pontuou que considera importante preservar os direitos humanos, mas que nesse caso, os policiais tiveram que reagir. “Representamos a força do estado, estamos aqui para garantir a lei e sobretudo aos nossos policiais. No sentido de ter um respeito aos direitos humanos, não compactuamos com violência, com força desproporcional e abuso de autoridade, mas nesse caso estamos cumprindo a lei e fomos surpreendidos com uma reação e demos uma resposta à altura que o caso merece”, afirmou.

Com o alto número de policiais que estão sendo alvo de bandidos que buscam principalmente roubar a arma, o comandante afirmou que um curso está sendo preparado para que os militares possam evitar essas situações.

“Iremos capacitar semanalmente de 60 a 100 policiais por semana, por meio de um curso de capacitação para autoproteção policial para dar suporte e técnicas aos policiais em relação ao seu comportamento também de folga, pois é uma problemática nacional, de ataques a policiais para a obtenção de armas e essas consequências estão chegando a nossas porta”, destacou.

Em relação ao caso do sargento assassinado, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) está apurando a negociação da arma. Segundo o coronel Scheiwann Lopes, a polícia sabe que a arma foi entregue para uma pessoa ligada ao crime, mas que não pode dar mais detalhes para não atrapalhar a investigação. 

O DHPP também investiga o que o sargento da PM estava fazendo no bairro São Cristóvão no momento do crime, o que motivou o assassinato e se o fato dele ser policial teve algo a ver com o crime. 

 

Nataniel Lima e Bárbara Rodrigues
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