A edição do Grito dos Excluídos, que historicamente faz um desfile paralelo ao oficial de 7 de Setembro, realizou um ato nesta quarta-feira questionando a independência dos brasileiros, já que milhões de pessoas passam fome todos os dias. Este ano, o ato reuniu professores do município em greve, em defesa da vida e contra a fome e pobreza.
O movimento voltou as ruas após dois anos de pandemia com o tema "(In)dependência para quem?" e chama atenção para problemas sociais como a fome e a pobreza no Brasil. Durante a manifestação, a candidata do PCO, Lourdes Melo, foi impedida de falar e ela protestou.
Os participantes se concentram em frente a Assembleia Legislativa do Piauí com cartazes e faixas de protesto.
O coordenador da Caritas Arquidiocesana de Teresina, Hildebran Pires, um dos organizadores do Grito dos Excluídos em Teresina afirmou ao Cidadeverde.com que não há o que comemorar no bicentenário da independência.
“A pergunta é: 200 anos de independência para quem? Com 33 milhões de famintos, com a retirada brutal de direito de trabalhadores, com o aprofundamento da miséria?”, questionou.
O grupo espera o tradicional desfile de 7 de setembro encerrar para entrar na avenida com o protesto.
Antes do fim do desfile, membros das entidades que participam do Grito dos Excluídos realizaram uma série de ações para protestar. Um dos protestos foi uma apresentação teatral.
A principal pauta do Grito do Excluído, que acontece simultaneamente em todas as capitais, é questionar a situação do país no bicentenário da Independência.
PM estima 70 mil pessoas no desfile
O coronel Sá Júnior, coordenador do Desfile de 7 de Setembro em Teresina, fez um balanço ao Cidadeverde.com sobre o evento. Para o coronel, o desfile surpreendeu e superou todas as suas expectativas.
“Eu estou maravilhado e agradecido. Muito grato às pessoas que vieram assistir. O público aqui hoje ultrapassou 70 mil pessoas ou mais. Quando eu cheguei não tinha dimensão da quantidade de pessoas após o palanque, e tinha muita gente”, destacou o coronel Sá Júnior.
O desfile iniciou por volta das 8h e encerrou às 11h45 com o Grito dos Excluídos. Foram 45 entidades que participaram do evento entre escolas, tropas militares, viaturas e o Clube do Fusca, que encerrou o desfile.
“O povo ficou maravilhado. E o que me gratifica é um evento desse tamanho, com a quantidade de pessoas que foi e não tivemos nenhum problema, nenhuma ocorrência. Missão cumprida”, acrescentou o coronel Sá Júnior.
Já o secretário de Segurança Pública do Piauí, coronel Rubens Martins, afirmou que o desfile de hoje foi uma forma de o Piauí mostrar para o Brasil que é possível conviver com a diversidade e com a diferença.
“O que me surpreendeu foi a participação popular. Uma festa da democracia, 200 anos de independência do Brasil, mas sobretudo de uma democracia que está consolidada. Todas as diversidades presentes. O povo participando. Muito bonito, participativo”, completou o secretário.
Nataniel Lima
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