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Tratamentos químicos podem causar queda e doenças no couro cabeludo das crianças

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Foto: Freepik

 

Em outubro, duas datas agitam a criançada: o Dia das Crianças e o Dia das Bruxas (o famoso Halloween). São momentos em que os pequenos costumam pedir aos pais para pintarem os cabelos ou, ainda, radicalizarem no visual, até mesmo os descolorindo completamente. "Existe um risco enorme de as crianças desenvolverem processos alérgicos graves pelo uso de tinturas, que são indicadas para adultos - e, mesmo assim, apenas após o realizarem o teste de tolerância ao produto. As crianças são muito mais sensíveis e não podem usar o mesmo produto", alerta o médico e tricologista Dr. Luciano Barsanti.

Em relação aos alisamentos, Barsanti é ainda mais cauteloso porque esses produtos são totalmente inadequados para serem usados em crianças.  “Cresce a cada dia o número de crianças e adolescentes com queimaduras no couro cabeludo; alergias severas na cabeça, rosto, pescoço e colo e problemas respiratórios causados por produtos de alisamento capilar, os mais utilizados nesta faixa etária”, alerta.

Escovas progressivas – mesmo aquelas sem formol – e alisantes são prejudiciais à saúde das crianças e adolescentes. “Os pais devem entender que o organismo das crianças ainda está em formação e não é tudo o que o adulto usa que se pode adaptar às crianças. Mesmo produtos que se vendem como permitidos para crianças podem causar danos, inclusive permanentes, de queda capilar e doenças no couro cabeludo”, diz ele.

Ele ressalta que atende em consultório, diariamente, cerca de três crianças com problemas decorrentes de alisamentos. "Para encontrar o melhor tratamento, são feitos exames clínicos e tricológicos. A partir do escaneamento de couro cabeludo, um exame indolor que aumenta até 30 mil vezes o couro cabeludo, conseguimos visualizar com perfeição o bulbo e fazer um diagnóstico preciso. Exames laboratoriais a critério do médico especialista também são muito importantes", explica.

Para o especialista, aos primeiros sinais de queda de cabelo, é importante buscar por um especialista, sem que haja a automedicação. Muitas vezes, o atendimento a uma criança com alopecia dependerá de uma equipe multidisciplinar, composta pelo médico e tricologista e também por psicólogo, psiquiatra, endocrinologista, gastro e outras especialidades.

 

Veja as possíveis causas de queda de cabelos nas crianças:

*Desnutrição – Nas crianças, é mais frequente que a alopecia seja desenvolvida por conta de desnutrição, de causas sociais ou até mesmo por erro na alimentação e verminoses. Outra causa são as doenças inflamatórias do tubo digestivo, como a doença de Crohn, provocando diarreias crônicas e consequente perda de nutrientes.

*Alopecia Areata – Entre as crianças, também pode ser observada a alopecia areata, conhecida também como pelada. Ela é uma doença autoimune, que se dá quando o paciente produz anticorpos contra o próprio bulbo capilar e caracteriza-se por áreas arredondadas calvas.

*Alopecias de tração – Essas condições são identificadas naqueles que ficam com o cabelo muito preso e em constante contato com acessórios como piranhas, tiaras e lacinhos – também são comuns na primeira idade. “Quanto menos presos ficarem os cabelos, melhor”, comenta o médico.

*Doenças psiquiátricas – Outro fator que pode levar à queda de cabelo são as doenças psiquiátricas, como a tricotilomania, que consiste no arrancamento dos fios e, eventualmente, em sua ingestão.

*Condições raras – Existem ainda as doenças raras de origem genética, como são as hipotricoses congênitas, nas quais a criança nasce sem o bulbo capilar.

*Rareamento reversível em bebês – Nos bebês, o lado do apoio da cabeça ao dormir pode provocar um rareamento reversível nos fios de cabelo. Isso, normalmente, após os seis meses de idade, já que primeiros meses de vida pode haver uma troca natural de cabelos nos bebês.
 

“Sabendo de todas essas possíveis doenças, é importante ficar atento aos fatores como alimentação, tração, contaminação por fungos, infecções em geral e alterações da glândula tireoide”, finaliza o especialista.

 


Da Redação
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