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Dólar tem forte queda com alívio externo e eleições no radar

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Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

O dólar caía acentuadamente na manhã desta quinta-feira (10), acompanhando fraqueza da divisa norte-americana no exterior à medida que balanços empresariais fortes compensavam, ainda que passageiramente, temores de aperto monetário nos Estados Unidos.

No Brasil, investidores digeriam pesquisas de intenção de voto antes do segundo turno das eleições. Às 9h07 (horário de Brasília), o dólar recuava 0,94%, a R$ 5,22 na venda.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de novembro de 2022.

Nesta quarta-feira (19), o índice Ibovespa subiu 0,46%, aos 116.274 pontos, apoiado principalmente nas ações das petrolíferas Petrobras, PetroRio e 3R Petroleum, que avançaram 3,71%, 3,72% e 5,96%.

Essas altas tinham respaldo na valorização do petróleo. Analistas atribuíram a valorização da mercadoria a um discurso desta quarta do presidente americano Joe Biden, que foi considerado ameno quanto às novas medidas do país para conter os preços da energia.

Biden anunciou a liberação de barris da reserva estratégica do país, mas não aplicou medidas temidas pelo setor, como a contenção das exportações.

A tendência de elevação da matéria-prima ganhou impulso após a Opep (cartel de países produtores) ter anunciado há alguns dias que reduziria a produção.

No mercado de câmbio doméstico, o dólar comercial à vista avançou 0,41%, a R$ 5,2750 na venda. A moeda americana também apresentou força contra as principais divisas globais.

Já no mercado americano de ações, o índice S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, cedeu 0,67%. Dow Jones e Nasdaq, que são os outros principais indicadores nova-iorquinos, recuaram 0,33% e 0,85%.

Dados divulgados nesta quarta sobre a alta da inflação na Europa e a fraqueza do setor imobiliário dos Estados Unidos reforçaram a perspectiva de recessão provocada pelo crédito mais caro.
Incertezas sobre a economia tendem a derrubar Bolsas e a valorizar o dólar porque levam mais investidores a aplicarem em ativos de renda fixa dos Estados Unidos.

Os títulos de referência do Tesouro americano alcançaram um rendimento médio de 4,12% nesta quarta e, com isso, renovaram o seu maior patamar em 14 anos. Os juros de referência negociados pelo mercado no Brasil para os próximos anos também subiram nesta sessão.

O pessimismo quanto à alta dos juros limitou o ânimo dos investidores americanos com os resultados apresentados na véspera por grandes bancos e pela Netflix, cujas ações dispararam 13% e registraram o melhor desempenho entre os papéis do S&P 500.

A gigante de streaming reverteu perdas de clientes e registrou 2,4 milhões de novos assinantes em todo o mundo no terceiro trimestre, mais que o dobro que o esperado por analistas.

Ainda sobre a economia americana, dados divulgados nesta quarta apontaram que construção de moradias nos Estados Unidos caiu mais do que o esperado em setembro.

Números dos financiamentos habitacionais, tipo de crédito muito popular entre americanos, reforçaram que os juros elevados já provocam perdas nesse segmento.

Os pedidos de hipoteca caíram pelo quarto mês, para o nível mais baixo desde 1997, enquanto a taxa de hipoteca fixa de 30 anos atingiu 6,94%, o nível mais alto desde 2002, segundo a MBA (associação dos banqueiros imobiliários).

A política monetária agressiva do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) enfraqueceu significativamente o mercado imobiliário, com a maioria dos indicadores caindo para níveis vistos pela última vez durante a primeira onda da pandemia da Covid-19, em 2020.

Em contraste, outros setores da economia, como o mercado de trabalho, mostraram resiliência apesar das tentativas do banco central dos EUA de esfriar a demanda.

Desde março, o Fed elevou sua taxa de juros de quase zero para uma faixa de 3% a 3,25% ao ano, e a expectativa agora é de que ela termine o ano na faixa de 4%, com a inflação ainda a mostrar sinais de abrandamento.

Dados desta quarta-feira mostraram que a inflação anual no Reino Unido atingiu 10,1% em setembro e voltou a uma máxima de 40 anos, repetindo recorde atingido em julho. Isso coloca mais pressão sobre o Banco da Inglaterra para aumentar a taxa de juros.

Já a inflação ao consumidor de setembro na zona do euro foi revisada de 10% para 9,9%, mas ainda está na máxima recorde, resultado que também destaca as expectativas do mercado de mais incrementos no custo do crédito na Europa.

 

Fonte: Folhapress 

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