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Fóssil de 47 milhões de anos pode ter elo com os humanos

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Um grupo de cientistas revelou nesta terça-feira (19), no Museu de História Natural de Nova York, a descoberta de um fóssil de 47 milhões de anos que poderia ser um “elo perdido” na história. Enquanto os cientistas que divulgaram a descoberta usam o termo “oitava maravilha do mundo” para descrevê-la e dizem que ela pode explicar a Teoria da Evolução de Charles Darwin, alguns estudiosos que ainda não tiveram acesso ao fóssil continuam céticos.
 

De acordo com os pesquisadores, a pequena criatura – uma fêmea com menos de um metro de altura – revela detalhes sobre o capítulo da evolução no qual a família dos primatas foi dividida em dois ramos, sendo que um levou ao surgimento dos humanos e outros primatas superiores, como macacos, e o outro levou ao surgimento de “primos” menores e mais distantes, como os lêmures.

Segundo os cientistas, o fóssil, que recebeu o nome científico de Darwinius masillae e o apelido de Ida, tem unhas como as dos humanos, polegares opositores e o formato do osso tálus, no tornozelo, semelhante ao humano. “Quando Darwin publicou A Origem das Espécies, em 1859, ele falou muito sobre espécies transitórias e disse que, se elas nunca fossem encontradas, toda sua teoria estaria errada”, disse o Jorn Hurum, que liderou a pesquisa no Museu Nacional de História da Noruega. “Por isso Darwin estaria muito feliz se estivesse vivo hoje”, completou.

Hurum, ao lado de uma equipe de paleontólogos e outros especialistas, passou os dois últimos anos estudando Ida em segredo. O museu comprou o fóssil do negociador Thomas Perner por cerca de US$ 1 milhão depois que ele conseguiu o artigo com um paleontólogo amador na Alemanha. O homem, não identificado, achou o fóssil em 1983, perto da cidade de Frankfurt, e o manteve conservado na parede de sua casa, até vendê-lo para Perner.

PESQUISA RECEBE CRÍTICAS

Essa mistura de características semelhantes às de humanos e macacos com outras semelhantes às dos lêmures atuais fizeram os cientistas chamarem Ida de um "macaco lêmure". De acordo com os pesquisadores, 95% do corpo do animal está preservado, algo raro quando se trata de fósseis de primatas. E o estado do material é tão bom que é possível ver sua pele, pelos e até mesmo traços da última refeição. "É uma parte da nossa evolução que estava escondida, porque todos os outros exemplares estão incompletos ou quebrados", afirmou Hurum. A famosa primata Lucy, cujo fóssil foi descoberto em 1974, na Etiópia, tinha apenas 40% do corpo preservado.

De acordo com a rede de televisão britânica BBC, que exibirá um documentário sobre a pesquisa comandada por John Hurum nesta quinta-feira, muitos cientistas respeitados dizem que a descoberta não tem tanta importância quanto dizem os cientistas que estudaram Ida. "É ótimo ter novas descobertas e elas serão bem estudadas, mas Ida não está no mesmo nível de descobertas recentes, como os dinossauros com penas", disse Henry Gee, editor da revista Nature. Segundo ele, o termo "elo perdido" é enganoso.

Fonte: G1

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