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Delegados criticam uso de tornozeleiras para pessoas que praticam crimes graves

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Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com 

O delegado Geral da Polícia Civil, Lucy Keiko e o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Baretta, criticaram decisões judiciais que concederam liberdade a pessoas que praticaram crimes graves. 

Os delegados são contra conceder liberdade com uso de tornozeleiras para criminosos com ficha na Polícia. 

As reações dos delegados surgem após a morte da menina Débora Vitória, 6 anos, durante uma tentativa de assalto no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina. O suspeito do crime foi solto do sistema prisional há poucos meses e usava tornozeleira eletrônica enquanto aguardava o julgamento em liberdade. 

“Ele estava usando tornozeleira, tinha rompido o equipamento e continuava praticando crimes. É um indivíduo que faz do crime o seu meio de vida. Não podem colocar tornozeleira na perna de criminosos que praticam crimes graves, como homicidas, latrocidas, traficantes ou ladrões”, criticou o delegado. 

Baretta reforçou ainda que é preciso que o Poder Judiciário, Ministério Público e a Polícia trabalhem em conjunto para evitar que presos dessa natureza aguardem o julgamento em liberdade. Porque, ainda segundo o delegado, quem sofre com a liberdade desses investigados é a sociedade que “fica padecendo com esses indivíduos soltos”, acrescentou o delegado. 

“A Polícia está fazendo o trabalho dela. Estamos investigando e dando uma respostas no dia a dia. Mas, é preciso que esses indivíduos fiquem presos até o julgamento e que sejam inocentados ou condenados. A Polícia jamais será omissa ou inerte quando a sociedade está sofrendo ameaça por qualquer crime”, desabafou o delegado Baretta. 

O delegado-geral da Polícia Civil, Lucy Keiko ressaltou que o tripé Polícia, Justiça e Ministério Público esteja funcionando para impedir que as mortes violentas continuem acontecendo no Piauí. 

“Pessoas como essa não podem estar em liberdade. Não há segurança desse jeito com pessoas assim sendo soltas”, destacou o delegado Lucy Keiko ao frisar que existe uma onda de assaltos hoje no litoral do Piauí e que somente em novembro foram registrados 30. 

O mais recente assassinato foi o do empresário Francisco Helder, que foi assassinado a tiros dentro deo seu bar localizado em uma pousada na praia de Macapá, em Luís Correia. 

Esse não é o primeiro desabafo que o delegado Baretta faz por conta de homicídios que são provocados por pessoas que são postas em liberdade. Um dos mais recentes foi o do caso do também empresário Rafael Soares. O suspeito de efetuar os disparos havia sido solto há 12 dias antes do crime

“Enquanto a policia continuar prendendo e o indivíduo continuar sendo solto, eles continuam praticando o crime. A aplicação da lei tem que ser em favor da sociedade. Porque a lei de medida cautelar que botou tornozeleira [e libertou acusados] é recente. Estão fazendo lei para beneficiar bandido”, criticou Baretta. 

 

Nataniel Lima
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