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Teresina vive “guerra” na saúde, diz presidente do CRM em audiência na Câmara

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Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), Dagoberto Silveira, fez um duro discurso durante audiência pública convocada por vereadores nesta segunda-feira (05) para discutir a saúde em Teresina. 

O médico disse não admitir o argumento de que a cidade está passando por falta de insumos, devido ao conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia. Segundo ele, há uma guerra no âmbito da saúde em Teresina. 

“Os nossos gestores parecem que não se atentam ao que fazer e dar de melhor para todos nós. Eu não admito que um gestor diga que está tendo guerra na Ucrânia. Está tendo uma guerra aqui mesmo no nosso município, com o nosso povo desassistido e os trabalhadores da saúde pegando a culpa como se fossem os culpados com isso que aqui acontece”, declarou. 

CRM DIZ TER RELATÓRIOS QUE COMPROVAM MORTES 

Dagoberto Silveira também mencionou a interdição ética feita pelo CRM-PI no Hospital Buenos Aires, na zona Norte. O presidente do Conselho disse ter relatórios que comprovam o óbito de uma criança na maternidade da unidade médica por falta de profissionais no plantão. A informação já foi negada em entrevista anteriormente pelo presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque. 

“Nós já tivemos morte de crianças na maternidade do Buenos Aires por falta de neonatologista. Não adianta negar. Nós temos relatórios feitos. Tivemos uma criança que foi atendida por uma atendente de enfermagem, sem querer desqualificá-la, para cumprir o seu serviço, ela ligou para várias neonatologistas e foi relatando como a criança se apresentava e a criança foi salva”, destacou. 

VEREADORES COBRAM RESPOSTAS 

Segundo relatório apresentado pelo vereador Leonardo Eulálio (PL), a dívida da Prefeitura de Teresina com os hospitais municipais e com os fornecedores, nos anos de 2021 e 2022, é de R$ 9.538.122,82. 

O presidente eleito da Câmara, Enzo Samuel (PDT), também cobrou que a FMS tome providências. Ele relatou que pedidos feitos pelos vereadores não foram atendidos e nem obtiveram encaminhamentos. O parlamentar ainda avaliou que a atual situação do sistema de saúde de Teresina está em “colapso total”. 

Imagem: Divulgação

“Quantas vidas vamos perder para resolver o problema da saúde em Teresina? Essa é a pergunta que eu faço.  Uma pergunta forte, mas que é preciso que seja feita dada a situação em que podemos falar de um colapso total, que em nenhum momento não é culpa desta casa. Quantas vezes não convidamos o presidente da FMS, chegando a ser convocado, mas toda vinda era somente mais uma reunião. Os problemas não eram resolvidos e nem dado encaminhamento. Faço esse discurso de maneira tranquila. Não é discurso de quem é situação ou oposição”, declarou. 

GILBERTO ALBUQUERQUE APRESENTA SOLUÇÕES 

Gilberto Albuquerque anunciou três ações imediatas para garantir o abastecimento da rede de saúde de Teresina: 1) monitoramento do período de tramitação de licitações e compras emergências para agilizar a conclusão; 2) suplementação orçamentária da FMS no valor de R$ 9.538.122,82; 3) solicitações de aporte financeiro do tesouro municipal para o custeio imediato de medicamentos. 

“Estamos com uma ressaca de alguns fatos que aconteceram em 2020. Passamos por uma situação nunca vivida no mundo e que ela tem consequências na área de Saúde”, disse. “Tivemos em 2021 e 2022 toda a despesa da rede acrescentada à despesa Covid, isso traz como consequência a falta de recursos. Temos uma quantidade de licitações que a gente não consegue concluir, porque ou as empresas não tem o insumo ou não tem o interesse”, defendeu.

Flash Paula Sampaio
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