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W.Dias diz que viu algo assustador e reage: "não sou Deus"

Yala Sena/Cidadeverde.com
 
Em entrevista coletiva no início da tarde desta quinta-feira (28), o governador Wellington Dias rebateu as críticas da oposição dizendo não ser Deus para impedir a tragédia na barragem de Algodões I, em Cocal, 268 quilômetros ao norte de Teresina. Ele disse ainda que não é momento para se buscar responsáveis, mas garantiu que será feita uma avaliação do local para determinar as causas do acidente, que já deixou uma pessoa morta.
 
"Eu tomaria a mesma decisão com base na informação que tinha. Creio em Deus, mas não sou Deus. Quem quiser fazer acusação, denúncia, processo, tem o direito que lhe cabe. Mas minha prioridade é socorrer as famílias", disse o governador, que determinou a realização de um estudo para precisar as causas do acidente.
 
Quando perguntado se o engenheiro que garantiu não haver problema na barragem seria responsabilidade, Wellington Dias defendeu que ele foi o mesmo a alertar para o perigo horas antes e pedir a retirada das famílias. "Se tem alguém que tomou decisão, fui eu. Eu governador tomei a decisão no sentido de que nós precisávamos naquele instante atender as pessoas", declarou, sobre as famílias retiradas do local na semana passada e que retornaram dos abrigos para suas casas.
 
Yala Sena/Cidadeverde.com
 
Wellington Dias afirmou que as famílias começaram a ser retiradas por volta de 14h, sendo que o rompimento da barragem aconteceu duas horas e meia depois. Ele lamentou a morte da jovem Francisca Pereira, de 13 anos, e anunciou que apenas quatro pessoas continuam desaparecidas. O governador frisou o esforço das equipes em retirar 10 mil famílias em curto espaço de tempo, e que as buscas continuam num raio de 80 quilômetros no entorno do rio Pirangi.
 
"O que eu vi foi algo assustador. Na verdade, foi uma lâmina de água de 20 metros de altura, equivalente a um prédio de três andares. Vi geladeira em cima de árvores, casas que foram reviradas, telhados para baixo e paredes para cima. Um rastro de destruição. Animais, cavalos, galinhas, todos mortos. Vi uma vegetação de carnaúba totalmente deitada no chão. Uma cena terrível", descreveu Wellington Dias.
 
O governador ainda adiantou que o fornecimento de energia elétrica na zona urbana de Cocal deve ser restabelecido na tarde de hoje, mas as comunidades da zona rural ainda vão ficar às escuras. Ele disse que a avaliação anterior previa R$ 10 a R$ 11 milhões para não se perder a barragem, mas agora a reconstrução da mesma será discutida. "Eu quero ouvir a cidade. é possível tecnicamente se construir uma barragem sólida", declarou. Após verem 52 milhões de m³ de água descerem da forma descrita pelo gestor, moradores já sinalizam contrários à recuperação da obra.
 
Andre Leão/CCom
Imagens do que restou da barragem nesta quinta-feira
Yala Sena (flash do Palácio de Karnak)
Fábio Lima (da Redação)
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