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Recessão causada pela pandemia durou dois trimestres; queda de atividade foi recorde

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Foto: Arquivo/Cidadeverde.com 

A recessão causada pela pandemia de Covid-19 foi uma das mais curtas desde a década de 1980 no Brasil, mas gerou a queda mais acentuada da atividade econômica desde então.

É o que indica um comunicado divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), ligado à FGV (Fundação Getulio Vargas).

Conforme o colegiado, a recessão provocada pela crise sanitária teve duração de dois trimestres. Começou no primeiro trimestre de 2020 e terminou no segundo do mesmo ano.

Nesse intervalo, o PIB (Produto Interno Bruto) acumulou uma baixa de 10,7%, a mais intensa da série histórica com dados a partir da década de 1980.

"Em outras recessões tivemos combinação de fatores, internos ou externos. Desta vez [2020], foi uma crise sanitária", avalia Paulo Pichetti, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e um dos membros do Codace.

Criado em 2004, o comitê é considerado referência para determinar a cronologia dos ciclos econômicos brasileiros. É composto por oito especialistas de diferentes instituições.

Segundo o colegiado, o Brasil teve dez ciclos identificados de recessão até 2020. Quatro deles foram de dois trimestres, a menor duração da série, incluindo o gerado pela pandemia.

Os dois ciclos mais extensos de queda da atividade econômica somaram 11 trimestres cada: do terceiro trimestre de 1989 ao primeiro de 1992 e do segundo trimestre de 2014 ao quarto de 2016.

Até a chegada da pandemia, a queda mais intensa da série havia sido registrada nos anos 1980. Do primeiro trimestre de 1981 ao primeiro de 1983, a atividade econômica acumulou retração de 8,5%, segundo o comitê.

Após a Covid-19 ter paralisado negócios, o PIB do Brasil reagiu em meio à reabertura de empresas e à vacinação contra a Covid-19.

Para 2023, o cenário sinaliza desaceleração da atividade, segundo Pichetti. "A descrição é de uma economia cheia de desafios, tanto internos, como o do equilíbrio fiscal, quanto externos. É um cenário de desaceleração, pelo que dá para ver até agora", diz.

A reunião do Codace ocorreu na terça-feira (31). Houve a participação dos seguintes membros do comitê: Affonso Celso Pastore (AC Pastore & Associados), Edmar Bacha (Iepe/Casa das Garças), João Victor Issler (FGV/EPGE), Marcelle Chauvet (Universidade da Califórnia), Marco Bonomo (Insper), Paulo Picchetti (FGV Ibre e FGV/EESP), Fernando Veloso (FGV/EPGE e FGV Ibre) e Vagner Ardeo (FGV Ibre).

 

Fonte: Folhapress (Leonardo Vieceli) 

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