Cidadeverde.com

Pai de estudante de Direito morto faz apelo a justiça e dá conselhos aos pais; ouça

Imprimir

Fotos: Arquivo Pessoal 

Três dias após o crime, o sentimento é de dor e revolta dos familiares que perderam o estudante de Direito, João Pedro Lima Teixeira, de 22 anos, morto durante uma tentativa de assalto na sexta-feira (17), na Vila Samaritana, zona Leste de Teresina.

 

Ao programa Acorda Piauí, da Rádio Cidade Verde, o empresário e pai de João Pedro, Edson Novaque, disse que o único conforto nesse momento tão difícil é saber que o filho deixou seu exemplo e que era benção para sua família.

“É uma dor muito grande, mas eu tenho para confortar a mim e a toda a minha família é a felicidade de saber que o João Pedro foi uma benção na nossa vida. Passado esses dias do falecimento do João, o que tem chegado para gente de notícias e histórias que a gente não sabia era o quanto meu filho é bom e deixou o exemplo dele”, contou o pai.

Segundo a Secretária de Segurança Pública do Piauí, o autor do disparou que matou o estudante já tinha passagens pela polícia por diversos outros crimes. Edson Novaque questionou a efetividade dos tribunais de Justiça.   

“Eu fico imaginando um magistrado que deu a liberdade de uma pessoa como essa, se ele sabe dessa notícia? Se conhece o preso que ele soltou e se ele não sente as mãos dele sujas de sangue também, sabe? Eu quero que ele repare isso que ele fez e que não faça nunca mais. Se ele tiver filho, que ele possa hoje abrir a porta do quarto do filho dele e lá dar um abraço bem apertado ou se o filho dele não mora com ele, que ele ligue para ele e peça a benção do filho dele porque meu filho me dava as bênçãos todos os dias e eu não quero que esse magistrado nunca passe por essa dor”, desabafou Edson.

Emocionado, o pai pediu por Justiça e falou sobre a impunidade com crimes hediondos. “Eu quero justiça, que essa pessoa não saia para cometer crimes e fazer o que fizeram com a minha família porque eu não entendo como é que uma pessoa que já matou está solta na rua. Como tem gente que cumpre toda sua pena, às vezes por crimes bem menores, e uma pessoa que já matou está solta? Como é que gente entende tudo isso?”, questionou o pai.

Além de cursar Direito, João Pedro era sócio do seu pai em uma empresa de cosméticos. No dia do crime, o estudante estava fazendo uma entrega para a loja. Edson Novaque contou que seu filho iria se formar este ano e que estava cheio de planos.

“Um menino inteligente, se formaria em Direito esse ano, tinha trocado a faculdade, estava cheio de novos planos, mudou a minha empresa para a parte de tecnologia e marketing, essa coisa nova que eu ainda não entendo e agora eu vou aprender e honrar meu filho, vocês não tem ideia do tanto de coisa que meu filho fazia de bem para as pessoas e eu não sabia”, diz.

O empresário desabafou ainda que o jovem chegou a mudar alguns comportamentos que o pai questionava e que o filho sempre cumpria com suas obrigações e trabalho.

“Nos últimos anos o João Pedro, por ser um jovem e gostar de se divertir, mudou alguns comportamentos dele que eu questionava e nos últimos cinco anos ele passou a viver intensamente outras coisas, ele queria sair, se divertir, conhecer amigos. E eu achava que a pessoa que fazia tudo isso se tornava irresponsável, mas meu filho nunca deixou de fazer o trabalho dele, sempre cumpridor e morreu trabalhando”, disse.

Edson Novaque pediu ainda que os pais não deixem de aproveitar os momentos com seus filhos e ressaltou que percebeu agora que os últimos anos com seu filho pareceu uma despedida. 

“Eu passei a ir em uma festa que ele fez, eu fui jogar voleibol com ele depois de 27 anos que eu tinha jogado porque eu fui conhecer os amigos dele, então você pai, você mãe que ver seu filho fazendo alguns programas que você não gosta ou não tem costume vá, se permita ir, converse com os amigos deles, passe um tempo, tire um tempo para acompanhar porque nesses últimos anos e fiz isso, foi muito bom e parece que foi uma despedida”, desabafa.

Amanhã (21), data em que João Pedro completaria 23 anos, a família irá realizar uma vigília no Parque da Cidadania, às 17h. Edson Novaque faz um convite a todos para que a morte do filho não seja em vão.

“Eu convoco os pais que vão lá, os estudantes, as pessoas, a imprensa e é fundamental para gente, então vão lá, ouvir nosso grito de justiça. A gente depende muito desses magistrados para deixar esses presos na cadeia, esse é o meu grito de revolta, que a morte do João Pedro não são seja em vão, essa frase vocês já ouviram de outros pais, será que vão ficar ouvindo de mais outros, não vamos deixar isso barato não”, finaliza.

 

Rebeca Lima
[email protected]

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais