Fotos: Daniel Oliveira

 

Atualizada às 11h10

Com município em estado de calamidade e cheia do rio Marataoan, Barras já registra famílias ilhadas em povoado da zona rural. A cidade tem 30 pessoas – cerca de 10 famílias – na iminência de alagamentos em áreas de risco. O governo do estado anunciou hoje que enviará equipes ao município para monitorar áreas e auxiliar a prefeitura. 

Segundo a Defesa Civil do Município, o rio Marataoan está a 6cm para chegar à cota de inundação com 4m e 6cm de alta do rio.

As famílias ilhadas são da localidade Formosa, zona rural. Lá vivem 70 famílias, mas cerca de cinco estão sem sair de suas casas. 
Os barros críticos em Barras com a cheia do rio são Boa Vista, De Fátima, Pedrinha.

“As 10 famílias estão em áreas alagadas, mas permanecem em suas casas porque a água não entrou nas residências. Estamos visitando as famílias. Já foi solicitado cestas básicas e as escolas estão em alerta para abrigar famílias quando for necessário”, disse Lúcio Flávio Rego, técnico da Defesa Civil e que está visitando as famílias. 

Ele informou que a Defesa Civil vai criar um comitê de crise com várias entidades para ajudar neste momento de alerta. 

Ônibus escolar é arrastado durante chuvas 

Um ônibus escolar foi arrastado pelas chuvas na zona rural de Barras. O motorista tentou atravessar uma passagem de água durante forte chuva na tarde de ontem e por pouco não foi levado pela água. 

Um vídeo gravado por testemunhas registrou o momento em que um ônibus com alunos por pouco não é arrastado pela força da água. Ontem, choveu cerca de três horas registrando um  grande volume de água e causando mais alagamentos.

 

 

Atualizada às 9h

Equipes da Defesa Civil Estadual viajam nesta terça-feira (21) até o município de Barras (a 119 km de Teresina) para monitorar a situação das famílias ribeirinhas que vivem às margens do rio Marataoan.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, o climatologista e membro da Defesa Civil Estadual, Werton Costa, informou que o órgão já vem acompanhando a situação na região e que as equipes agora vão analisar as ações emergenciais que deverão ser executadas.

Fotos: Prefeitura de Barras 

“Nós já temos um resumo da situação das famílias que já estão sendo assistidas, mas nós precisamos ver as questões estruturais. Nos interessa nesse momento que tipo de dano o avanço do rio já está provocando nas comunidades ribeiras e que tipo de ação emergencial infraestrutural e ação social que pode ser adotada pelo estado do Piauí”, explica o climatologista.

De acordo com Werton Costa, além dos técnicos do órgão, a equipe também é composta por engenheiros e a viagem faz parte do protocolo de ação rápida.

“Quando nós temos uma situação como essa que o risco se avoluma, então é o momento de se fazer presente fisicamente com aparatos. Estamos levando uma equipes de engenheiros, uma equipe de técnicos para verificar quais as soluções imediatas, qual a ação imediata do estado dentro dessa nova filosofia que é o protocolo de ação rápida e do gabinete de crise”, acrescenta.

Segundo o último boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o nível do rio Marataoan em Barras continua subindo. No momento, com 3,97 m, o rio está na cota de alerta e a previsão é que suba mais, chegando a 3,98 m nas próximas horas. A cota de inundação do rio é de 4,20 m.

Aumento da vazão em Boa Esperança

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) anunciou na tarde desta segunda-feira (21) que irá aumentar novamente a vazão de saída do reservatório de Boa Esperança, na bacia do rio Parnaíba, em Guadalupe (a 356 km de Teresina). A partir desta terça-feira (21), o novo patamar passará de 800 metros cúbicos por segundo para 1300, devendo permanecer nesse valor até nova reavaliação. 

Werton Costa diz que as equipes do órgão estadual já estiveram em contato com a Defesa Civil de Teresina para complementar as ações, porém a preocupação principal é no Poti.

“Vamos manter um olho na vazão, aumento do volume do rio Parnaíba, que é muito importante, mas a nossa preocupação é o Poti. Então as chuvas que caem nas cabeceiras do Poti no Ceará e essa liberação da Chesf, nós vamos avaliar um cenário muito especial, inclusive ontem eu estive em contato com o secretário Carlos Ribeiro, da Defesa Civil de Teresina, colocando a estrutura da Defesa Civil Estadual para complementar a ação já eficiente da Defesa Civil do município de tal forma que nós estamos acompanhando a chegada dessa águas, mas vamos monitorar os Poti a partir dos postos fluviométricos da Semar”, ressalta.

Chuvas nos próximos dias

Para os próximos dias, o cenário deve ser chuvoso no Piauí. Entretanto, a partir do dia 25, as chuvas ficarão mais localizadas em determinadas regiões. 

"Nós temos ainda essa semana, ela é crucial de chuvas mais intensas, fatores atmosférico favorecem isso, mas a partir do dia 25 a gente começa a ter uma diminuição desse volume de chuva. A partir do dia 25 o que vai prevalecer não é a chuva distribuída, são as chuvas localizadas, então por exemplo, pode cair uma chuva extrema no município e causar algum tipo de transtorno, mas ela não vai estar relacionada por exemplo a variação de volume de bacia, então até o momento este é o cenário, mas pode-se alterar porque a meteorologia é muito dinâmica", finaliza o climatologista. 

 

Rebeca Lima e Yala Sena
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