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Dólar recua frente ao real com mercado digerindo ata do Copom

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Foto: Freepik 

O dólar abre em queda nesta terça-feira (28), pouco depois da divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. No documento, a autarquia disse que a regra fiscal a ser apresentado pelo governo não impacta a inflação diretamente, mas pode melhorar projeções.

Os investidores estavam na expectativa principalmente pelo tom usado pela autoridade monetária na ata, já que o comunicado divulgado logo após a reunião foi considerado mais duro que o esperado.

Às 9h04 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,40%, a R$ 5,1869 na venda.

Na B3, às 9h04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,24%, a R$ 5,1920.

Os investidores ficarão atentos também às declarações de Michael Barr, vice-presidente de Supervisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Ele falará ao Congresso dos Estados Unidos sobre a saúde dos bancos do país.

A Bolsa fechou em alta e o dólar em queda nesta segunda-feira (27), com a moeda voltando ao patamar de R$ 5,20. Além do cenário externo, com notícias positivas sobre a situação dos bancos nos Estados Unidos e na Europa, o ambiente doméstico também ajudou. Declarações da ministra do Planejamento, Simone Tebet, deram sinais sobre o conteúdo das novas regras fiscais a serem divulgadas pelo governo.

O Ibovespa fechou em alta de 0,85%, a 99.670 pontos. O dólar comercial à vista caiu 0,80%, a R$ 5,207.

No mercado de juros, as taxas apresentaram quedas, depois da redução nas projeções de economistas para a inflação. Nos contratos para janeiro de 2024, os juros recuaram de 13,09% do fechamento da última sexta-feira (24) para 13,03%. No vencimento para janeiro de 2025, as taxas caíram de 11,95% para 11,85%. No vencimento em janeiro de 2027, os juros recuaram de 12,25% para 12,11%.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira que o arcabouço fiscal vem ao encontro do anseio do governo de zerar o déficit público. Mas ela frisou que não pode ainda falar sobre futuros superávits nas contas.

"Eu paro no zerar o déficit, porque se nós vamos ter superávit ou não, essa é uma outra discussão, eu não posso falar, não posso abrir", disse a ministra durante evento da consultoria Arko Advice.

Tebet afirmou que a nova âncora fiscal será simples, transparente e crível, tratando tanto das receitas como das despesas, de olho na estabilização da dívida, e que a "moldura" da regra já está pronta, à espera de decisão política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os seus parâmetros.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que é preciso convencer o Banco Central de que não é possível ter a maior taxa de juros do mundo, em mais uma crítica do governo à conduta da política monetária.

"Temos que convencer o Banco Central de que não é possível ter o maior juro do mundo. É um negócio que não tem o menor cabimento", disse Alckmin no evento Prêmio Cidades Empreendedoras, da Enap.

Ainda no noticiário local, destaque para o Boletim Focus. Economistas esperam agora que o IPCA suba 5,93% em 2023, contra taxa de 5,95% estimada na semana anterior. Esse foi o segundo ajuste para baixo na conta para a inflação depois de uma leitura estável no início de março, que se seguiu a uma longa sequência de altas.

Para o decorrer da semana, boa parte das atenções dos investidores estará voltada ao BC. Na quinta-feira (30), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, dará entrevista coletiva ao apresentar o Relatório Trimestral de Inflação.

Nos Estados Unidos, o banco First Citizens anunciou que irá adquirir os depósitos e empréstimos do Silicon Valley Bank, bem como alguns outros ativos da FDIC ( Corporação Federal de Seguros de Depósitos , na sigla em inglês), entidade que garante depósitos de clientes dos bancos no país.

O FDIC disse em comunicado separado que recebeu direitos sobre potencial valorização das ações do First Citizens que podem chegar a US$ 500 milhões como parte do acordo.

Além disso, as autoridades americanas consideram dar um auxílio adicional ao First Republic Bank, outro banco em dificuldades por conta de corrida dos clientes para retirar recursos.

Com isso, a ação do banco subiu 11,80%, e os grandes do setor nos Estados Unidos também tiveram um dia positivo, com destaque para Citigroup e Bank of America, que subiram 4% e 5%, respectivamente.

A principal autoridade reguladora do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) dirá ao Congresso dos Estados Unidos que os reguladores estão comprometidos em garantir que todos os depósitos bancários estejam seguros.

Ele afirmará também que o Fed estará preparado para usar suas ferramentas para instituições de qualquer tamanho, se necessário, para proteger o sistema.

O vice-chair de Supervisão do Fed, Michael Barr, acrescenta que o sistema bancário é "forte e resiliente". Mas ele também disse que o banco central norte-americano está revisando suas ações de antes do colapso do Silicon Valley Bank e avalia como endurecer as regras bancárias daqui para frente.

Na Europa, Mario Centeno, membro do BCE (Banco Central Europeu) e presidente do Banco de Portugal, disse que a autoridade monetária europeia vai levar em conta a situação do sistema financeiro em suas próximas decisões sobre juros.

Nesta segunda, a ação do Deutsche Bank tem recuperação parcial, subindo mais de 6% na Bolsa de Frankfurt, depois da queda de 8% da última sexta-feira.

Em Nova York, os índices fecharam sem direção única, com as empresas de tecnologia devolvendo parte dos ganhos da semana passada. O Dow Jones encerrou o dia com alta de 0,60%, e o S&P 500 subiu 0,16%. O índice Nasdaq fechou em baixa de 0,47%.

Na Europa, os principais índices fecharam em alta. O Euro Stoxx 50 encerrou com avanço de 0,82%. O FTSE 100, de Londres, e o CAC 40, de Paris, subiram 0,90%. O índice DAX, de Frankfurt, fechou com alta de 1,14%.

 

Fonte: Folhapress 

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