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Juiz que atuou no caso Moro-Tacla Duran pede para sair da Lava Jato

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Foto: Marcos Correa/PR

O juiz de segunda instância Marcelo Malucelli decidiu se afastar nesta quinta-feira (20) dos casos da Operação Lava Jato no TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região.

Malucelli teve sua atuação criticada na última semana por causa de vínculo de seu filho com o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador pela União Brasil-PR.

O filho do juiz federal, o advogado João Eduardo Barreto Malucelli, é sócio do senador e da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) no escritório Wolff Moro Sociedade de Advocacia. Além disso, João Eduardo seria namorado da filha do casal de parlamentares.

O elo foi questionado em pedido de providências, aberto na sexta-feira (14), sob responsabilidade do corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão.

Em despacho nesta quinta, Malucelli citou, sem dar detalhes, circunstâncias que "se relacionam com a integridade física e moral de membros da minha família" e declarou sua suspeição "por motivo de foro íntimo".

Ele afirmou ainda que a suspeição por foro íntimo é uma prerrogativa do magistrado e que as circunstâncias ocorreram posteriormente à data em que assumiu os processos oriundos da operação. Também enviou a declaração à direção da corte para redistribuição dos processos.

Malucelli era o relator da Lava Jato na segunda instância --ou seja, era o primeiro magistrado a avaliar eventuais recursos das partes no tribunal.

Nas últimas semanas, ele reviu duas decisões do novo juiz da Vara Federal em Curitiba à frente da Lava Jato, Eduardo Appio.

Uma ordem de Malucelli assinada na semana passada impediu que o advogado Rodrigo Tacla Duran voltasse ao Brasil para pessoalmente participar de uma audiência judicial em Curitiba, como havia determinado o juiz Appio.

Tacla Duran tem feito, desde 2017, uma série de acusações contra autoridades da Lava Jato, incluindo Moro. Réu na operação, ele diz ter sido vítima de extorsão.

Além disso, Malucelli derrubou em março, por duas vezes, ordens de prisão expedidas pela primeira instância contra o doleiro Alberto Youssef, pivô da Lava Jato e que se tornou delator ainda nos primeiros meses da operação.

 

Fonte: FELIPE BÄCHTOLD, Folhapress

 

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