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Lula cita investigações e diz que Bolsonaro está em casa 'com rabinho preso'

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula (PT) comparou o governo Jair Bolsonaro (PL) a "uma praga de gafanhotos", disse que houve corrupção no governo anterior e citou as investigações relacionadas a suspeitas de fraude no cartão de vacina do ex-presidente, alvo de investigação da Polícia Federal.

"Agora, [Bolsonaro] está dentro de casa com o rabinho preso. Está prestando depoimento. Ele vai saber o quanto foi ruim para ele mentir quando estava no governo. Até o cartão de vacina ele falsificou", disse o petista nesta sexta-feira (12) em lançamento do programa Escola em Tempo Integral em Fortaleza.

Na sequência, o petista criticou governo anterior pela condução da pandemia de Covid-19, disse que cerca de 300 mil brasileiros morreram com a doença por causa da inação do governo e voltou a desaprovar Bolsonaro.

"Imagine que qualidade de presidente da República com uma pandemia matando 700 mil pessoas e ele falsificou o seu cartão de vacina", afirmou Lula em discurso.

O presidente ainda fez referências aos ataques golpistas de 8 de janeiro que resultaram na depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Chamou Bolsonaro de antidemocrático e defendeu respeito à democracia.

"Tem muita gente presa e eles vão aprender uma lição: se querem governar esse país, não deem golpe. Disputem as eleições da forma mais honesta e aguardem o resultado das urnas."

O presidente voltou a criticar a privatização da Eletrobras e relacionou o governo Bolsonaro com investigações de suspeitas de corrupção? "Ele [Bolsonaro] dizia que era honesto, vamos ver o que é corrupção agora com a turma dele".

Mais tarde, em uma solenidade no Crato (402 km de Fortaleza), Lula voltou a atacar Bolsonaro. Sem citar o nome do adversário, o presidente disse que estava no Ceará para anunciar a retomada de obras de escolas e creches iniciadas nas gestões petistas "que o homicida que governou este país não concluiu".

Em Salvador, na última quinta-feira (11), Lula havia já havia associado Bolsonaro a suspeitas de corrupção e afirmou que um imóvel milionário pertencente à família do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, na verdade poderia ser do ex-presidente.

No final da tarde desta sexta (12), Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que vai mover uma ação criminal e uma cível contra Lula pela afirmação que o relacionou às mortes na pandemia e por ter sugerido que ele seria dono do imóvel da família de Mauro Cid.

"São absurdos. Ele não pode continuar falando mentiras à vontade e não ser incomodado por praticamente ninguém. Nós faremos a nossa parte e tenho certeza que a Justiça fará a sua", afirmou o ex-presidente.

Lula participou no Ceará de eventos de lançamento do programa Escolas de Tempo Integral e do Pacto Nacional pela Retomada de Obras Escolares acompanhado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT) e o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).

O ato realizado pela manhã foi no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Professores e sindicalistas aproveitaram a presença de Lula e do ministro da Educação para fazer um protesto com demandas para o setor. O grupo exibiu placas que pediam respeito ao piso salarial da educação, mais dinheiro para o setor e a revogação do novo ensino médio.

O evento contou com a presença de estudantes e professores da rede estadual e municipal de ensino, juntamente com líderes de centrais sindicais e movimentos sociais.

Dentre eles estava um grupo de militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que nesta quinta (11) não participou de um ato com Lula em Salvador. A entidade argumentou que foi barrada do ato pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que nega o veto.

Da capital cearense, Lula seguiu para o Crato, terra natal do Ministro da Educação, Camilo Santana. O presidente assinou a Medida Provisória que cria o Pacto Nacional Pela Retomada de Obras da Educação Básica. A medida, conforme o governo, deve gerar investimentos de R$ 3,5 bilhões até 2026.

Os recursos serão destinados à retomada de cerca de quatro mil obras de infraestruturas em equipamentos educacionais, como creches e escolas, por exemplo, que estão paralisadas ou inacabadas com a criação de ao menos 400 mil novas vagas de ensino na rede pública.

O ensino em tempo integral é uma das principais bandeiras da gestão do ministro Camilo Santana, que foi governador do Ceará entre janeiro de 2015 e abril de 2022. O estado é considerado exemplo na educação básica, com resultados acima da média nacional.

No Ceará, o programa de escola em tempo integral deve atingir este ano mais de 70% da rede de escolas estaduais, segundo dados do Governo do Estado. Ao todo, serão 472 escolas com jornada ampliada de nove horas distribuídas em 165 municípios.

 

Fonte: Fábio Marques, Roberto Crispim e João Pedro Pitombo/Folhapress

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