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"Não podemos ser covarde de não punir", diz presidente da CPI das apostas esportivas

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O deputado Júlio Arcoverde (Progressistas), presidente da CPI que apura supostas manipulações no esquema de apostas, afirmou que o grupo deve “aprofundar” as investigações para punir eventuais envolvidos. 

"Não podemos ser covardes em não punir, em não se aprofundar nos assuntos para não punir, mas também não podemos ser covardes em fazer prejulgamentos. Nossa responsabilidade é muito grande. Fizemos o plano de trabalho junto com o relator, justamente para que a gente não terminasse como as outras CPIs, porque quando você cria uma CPI em Brasília as pessoas costumam dizer que vai dar em pizza. Temos um calendário do plano de trabalho e estamos seguindo", destacou o presidente da comissão. 

A CPI ouve nesta terça-feira (20) o ex-jogador do Vila Nova (GO), Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário. Banido do futebol pela Justiça Desportiva sob acusação de participar do esquema de manipulação de resultados. Ele foi convocado na condição de investigado.

Além de uma rígida investigação, o presidente da CPI também afirmou que é favorável à regulamentação e tributação das empresas de apostas esportivas que atuam no Brasil.

“Tem que ter regulamentação dessas empresas que estão atuando há seis anos sem nenhum tipo de pagamento de tributo. Esse tributo, claro, tem que ser uma coisa factível de pagamento. Brinco que se for tributar como se tributa cigarro, começa a ter muito contrabando. Tem que ser algo que as empresas possam pagar e, nessa divisão de impostos, possam ajudar clubes e associações de menor poder aquisitivo", explicou. 

Neste sentido, Júlio Arcoverde cobrou do Governo Federal a elaboração de uma proposta de regulamentação da atividade. "O governo Lula, desde o primeiro mês que assumiu, criou uma superintendência no Ministério da Fazenda para regular as empresas de apostas e até agora não foi encaminhado nada para o Congresso. Temos cobrado muito para que possamos mandar e fazermos o aperfeiçoamento, vindo até sugestões da CPI", pontuou. 

Foto: Breno Moreno/Cidadeverde.com

Segundo o deputado, a ideia é que parte dos recursos arrecadados com a tributação das empresas de apostas no país seja repassado aos clubes às federações, para investimento nas categorias de base como política educacional para evitar que, ao chegarem no profissional, os atletas participem de esquemas de manipulação. “Esse recurso seria fiscalizado pelo TCU, como qualquer recurso federal”, ressaltou. 

Eleições 2024 

Ex-presidente estadual do PP, Julio Arcoverde também comentou as estratégias para as eleições municipais do próximo ano, sobretudo em Teresina. O deputado reiterou oposição do partido a Dr. Pessoa (Republicanos) e orientou aos vereadores da sigla, que permanecem alinhados ao prefeito, que peçam afastamento do Progressistas e fiquem sem filiação até a próxima janela partidária. 

“Seria de bom tom esses parlamentares que estão apoiando a atual gestão, que a cidade de Teresina está reprovando, que vão compor e estão alinhados com Dr Pessoa, possam desocupar nosso partido, pedir desligamento e desfiliação. Está na hora da gente fazer uma reapuração partidária, montar nossa chapa e saber com quem podemos contar, para gente estar juntos fazendo um movimento muito grande de mudança em Teresina”, frisou. 

Apesar do seu grupo político ainda não ter definido o nome do pré-candidato, Júlio Arcoverde avalia que o prefeito Dr. Pessoa será coadjuvante na eleição. “Acredito que pela primeira vez o Palácio da Cidade não será protagonista de uma eleição na capital. Essa eleição vai ficar polarizada entre a oposição e o candidato do governador Rafael [...] Pelo que temos visto nas pesquisas, essa eleição vai ser polarizada entre a oposição e o governo do estado”, concluiu.


Breno Moreno
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