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Destroços são encontrados em área de busca por submarino

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Foto: Reprodução/OceanGate

 


Atualizada às 14h40


A Guarda Costeira dos EUA informou nesta quinta-feira (22) ter encontrado destroços na área onde hoje se concentram os esforços de busca pelo submersível Titan, desaparecido desde o último fim de semana. Especialistas estão avaliando o material para compreender se há alguma relação com o veículo.

Em um breve tuíte, foi informado que um veículo operado remotamente (ROV, na sigla em inglês) localizou os destroços em uma região próxima aos restos do Titanic.

Espera-se que informações mais concretas sejam divulgadas às 15h do horário local (16h em Brasília), quando uma entrevista coletiva da Guarda Costeira deve detalhar as atualizações.

As reservas de oxigênio do veículo, que desapareceu em uma excursão no oceano Atlântico, acabaram na manhã desta quinta-feira, segundo estimativas, o que escalou a preocupação com o caso.

O mergulho na costa do Canadá com cinco pessoas a bordo começou às 8 horas no horário local (9h em Brasília) do último domingo (18), de acordo com a agência Reuters. A empresa OceanGate, que opera o submersível, diz que o Titan tem reserva de oxigênio para até 96 horas ?quatro dias.

Equipe médica

Uma equipe de médicos foi enviada para o local próximo ao naufrágio do Titanic onde destroços foram encontrados por equipes de buscas na manhã desta quinta-feira (22).

A equipe médica chegou ao local em um navio da Marinha canadense, segundo o canal norte-americano CNN;

Além do grupo, uma câmera hiperbárica, que auxilia mergulhadores a lidar com problemas de pressão da água, foi enviada ao local;
A equipe médica chegou ao local por volta das 9h, pouco antes da Guarda Costeira dos EUA anunciar que destroços foram encontrados durante as buscas pelo submersível desaparecido;

Ainda não se sabe se destroços fazem parte do submersível Titan, que desapareceu no início da semana durante uma expedição rumo ao naufrágio do Titanic. Cinco pessoas estavam a bordo: um piloto e quatro passageiros.

 

Atualizada às 8h

O tempo limite para encontrar o submarino desaparecido que perdeu contato com sua nave-mãe no domingo, 18, quando desceu até os destroços do Titanic com cinco pessoas a bordo, está acabando rapidamente e deve se esgotar na manhã desta quinta-feira, 22.

À medida que uma frota internacional de navios e aeronaves de monitoramento avança com os esforços de busca e resgate, cada segundo que passa torna menos provável que os passageiros do Titan sejam encontrados com vida.

Mesmo que o Titan esteja localizado no Atlântico Norte, pode ser quase impossível alcançá-lo se ele estiver preso no fundo do oceano a cerca de 3.800 metros de profundidade, próximo aos destroços do Titanic.

As cinco pessoas a bordo do submarino são o piloto Stockton Rush, CEO da OceanGate, a empresa que lidera a expedição; o explorador e bilionário britânico Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, pai e filho de uma importante família paquistanesa; e o explorador submarino francês e especialista em Titanic Paul-Henry Nargeolet.

Confira quais seriam os desfechos possíveis para a situação do Titan e de seus passageiros:

Encontrado na superfície

O Titan tem sistemas de segurança embutidos que o ajudam a subir à superfície em caso de emergência, incluindo sacos de areia e tubos de ferro que podem ser liberados, bem como um balão inflável. O sistema foi projetado para funcionar mesmo que todos a bordo estejam inconscientes.

Esse seria o melhor cenário possível, mas mesmo assim isso não quer dizer necessariamente que no final sejam encontrados sobreviventes, disse Lawrence Brennan, professor da Escola de Direito da Universidade de Fordham.

A escotilha do Titan não pode ser destravada por dentro, "portanto, eles terão que abrir a escotilha e os parafusos por fora e resgatar as pessoas que estão lá dentro. Esse é o melhor cenário, mas não tenho certeza de que seja provável", disse Brennan, que é capitão aposentado da Marinha e esteve envolvido na investigação e no julgamento de casos envolvendo navios de resgate de submarinos.

Encontrado no fundo do oceano, mas sem sobreviventes

Se o Titan estiver preso no fundo do oceano, os ocupantes acabarão ficando sem oxigênio e desenvolverão hipotermia devido ao frio extremo, de acordo com especialistas.

Nargeolet, que fez mais de 30 viagens aos destroços do Titanic, explicou ao Titanic Channel em uma entrevista de 2019 os possíveis perigos de ficar preso em outro submersível, chamado Nautile, nas profundezas do oceano.

Há oxigênio suficiente para quatro ou cinco dias, mas isso não ajuda porque é improvável que a ajuda chegue nesse período, disse ele. O maior problema no fundo do oceano é a temperatura da água.

Preso em algum lugar

Ficar preso em cordas, linhas ou redes é outra possibilidade. Há muitas cordas de pesca antigas no oceano e existe o perigo de emaranhamento das cordas ou cabos do Titanic, disse Greg Stone, um cientista oceânico da Califórnia que já esteve em submarinos semelhantes.

"Cordas que boiam no mar, se presas nas duas extremidades (do submarino), podem fazer um grande arco entre as águas, que você nem percebe", disse ele. "Eu mesmo já passei por elas e fui pego sem saber que estavam lá."

Nesse caso, o submarino deveria ter um veículo submersível operado remotamente com cortadores que pudessem sair e cortar os cabos, disse Stone. O piloto da missão, Rush, estava ciente destes perigos.

"O que mais me preocupa são as coisas que me impedem de chegar à superfície - saliências, redes de pesca, perigo de ficar enredado", disse ele em uma entrevista à CBS News no ano passado, acrescentando que um bom piloto pode evitar esses perigos.

Encontrado intacto com sobreviventes

Uma aeronave de vigilância militar canadense detectou ruídos subaquáticos na área do naufrágio do Titanic, o que pode indicar que pelo menos alguém está vivo no Titan e tentando pedir ajuda. "Temos que manter a esperança como parte do que estamos fazendo como comunidade humana para encontrar os exploradores e levá-los à segurança", disse Joyce Murray, Ministra da Pesca, Oceanos e Guarda Costeira do Canadá, na quarta-feira, 21.

A Guarda Costeira dos EUA disse que não sabia dizer o que estava causando os ruídos, mas que está fazendo buscas na área onde eles foram detectados.

Os ruídos são encorajadores porque as tripulações dos submarinos que não conseguem se comunicar com a superfície são ensinadas a bater em seu casco para serem detectadas pelo sonar.

"Isso envia uma mensagem de que vocês provavelmente estão usando técnicas militares para me encontrar e é assim que estou dizendo", disse Frank Owen, especialista em busca e resgate de submarinos.

O problema nesse cenário é encontrar outra embarcação que possa ir fundo o suficiente para um resgate.

A melhor chance de alcançar o submersível poderia ser usar um robô operado remotamente em um cabo de fibra óptica, disse Jeff Karson, professor emérito de ciências da terra e do meio ambiente da Universidade de Syracuse.

Rompimento do casco

Um rompimento do casco do Titan em profundidade significaria morte instantânea devido à forte pressão nas profundezas do oceano. A pressão da água a 12.500 pés (3.800 metros) abaixo da superfície no local do naufrágio do Titanic é de aproximadamente 400 atmosferas ou 6.000 PSI.

"Portanto, se houver uma falha de pressão, ela será muito rápida e acabará em um segundo", disse Stone.

O jornalista David Pogue, da CBS News, disse que os dois sistemas de comunicação da embarcação pararam de funcionar cerca de uma hora e 45 minutos depois que o Titan submergiu no domingo

"Há apenas duas coisas que podem significar isso. Ou eles perderam toda a energia ou o navio sofreu uma ruptura no casco e implodiu instantaneamente. Ambas as hipóteses são devastadoramente desesperadoras", disse Pogue à rede canadense CBC na terça-feira, 20.

Sem esperança de sobrevivência

Mesmo quando não há esperança de que os ocupantes sobrevivam devido ao esgotamento do oxigênio, a recuperação da embarcação será difícil. Um dos problemas para localizar o submersível pode ser o fato de que os destroços do Titanic estão espalhados por mais de um quilômetro e alguns podem ser tão grandes quanto o próprio submersível, disse Karson.

O submarino é essencialmente "outro pedaço de metal lá embaixo", disse ele. Se ele estiver no fundo, para recuperar o submarino seriam necessárias "coisas que não estão disponíveis no momento", de acordo com Brennan.

Equipamentos usados para perfuração de petróleo em águas profundas poderiam funcionar, mas esses equipamentos provavelmente não estão próximos ao local da busca, afirmou ele.

 

Fontes: Estadão Conteúdo e Folhapress

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