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No Piauí, 1ª síndica trans profissional do Brasil orienta condomínios a combaterem preconceito

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Foto: Yala Sena 

 

“O preconceito não deve existir em nenhuma hipótese”. A afirmação é da Marcela Volpato, primeira síndica trans profissional do Brasil que esteve em Teresina para falar sobre a importância de combater a discriminação, seja de qualquer tipo, nos condomínios. 

Para Marcela Volpato, que administra desde condomínio de alto padrão a populares em São Paulo, o preconceito atinge desde morador LGBTQIA+, a negros, mulheres, idosos, pessoa com deficiência, autistas e animais. 

“São preconceitos que temos que exterminar para a gente viver melhor. Eu costumo dizer sempre: o problema do preconceito é do preconceituoso. É ele (o preconceituoso) que tem se tratar e não a gente”, disse Marcela que participou de palestra como o tema: “podemos administrar condomínios sem preconceitos?”.

“Tudo abrange a diversidade no condomínio. Muitas vezes as pessoas não entendem as necessidades de uma criança autista e trata a família com preconceito. Isso é inaceitável”.  

Ela ressalta que um dos maiores combates deve ser contra a violência. 

“Em todos os condomínios que inicio uma nova administração, eu deixo bem claro: a gente tudo vai negociar, dentro do regimento interno da convenção condominial, porque o sindico é um instrumento do coletivo, mas uma coisa que não vai ter negociação comigo, nunca e jamais, e a violência. Qualquer tipo de violência é inadmissível, é tolerância zero. Eu mesmo faço questão de denunciar”, disse Volpato.

As leis ajudam a combater a violência

Em vigor, em vários estados, a lei que obriga os síndicos a denunciarem violência doméstica, é mais um instrumento de combate aos conflitos nos condomínios, segundo Marcela Volpato.  

“Já somos obrigadas a colocar as placas em todo o condomínio, denunciar qualquer tipo de violência”, ressaltou.
Primeira síndica trans profissional do Brasil 

“É uma luta que começa, porque lá atrás nós tivemos a Jane Di Castro, no Rio de Janeiro, que foi a primeira sindica trans do Brasil. Ela era sindica moradora, mas quem profissionalizou  e leva isso como um trabalho sou eu e é muita responsabilidade”. 

Para Marcela, há avanços. Ela contou que vem de uma família de trans e lembrou da tia que ao ir ao cinema na cidade de Porto Ferreira, interior de São Paulo, tinha que ser a última a entrar na sala e a primeira sair pra que as pessoas não a vissem se não ela era agredida.

“Hoje tem essa liberdade, pessoas trans ocupando cargos, temos deputadas federais, vereadoras trans, cargos de liderança e eu estou no condomínio que não deixa de ser um cargo político porque a gente é eleita. O Brasil está bem a frente. Vivemos outros tempos e temos que lutar por nossos direitos”, disse Marcela.

 

Flash Yala Sena
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