Emanuella tem 12 anos e está se preparando para uma prova para tentar uma bolsa no oitavo ano de uma nova escola. A matrícula com desconto é fundamental para o orçamento da família Gomes para o ano que vem.

"Não é só a mensalidade, tem os livros, que não são baratos, tem o uniforme. E daqui por diante só aumenta, a cada ano que passa fica mais caro", diz a mãe da estudante, a produtora de moda Cecília Gomes.

Uma pesquisa feita em 10 estados brasileiros revelou que, a partir do ano que vem, as mensalidades devem ficar mais caras em 97% das escolas particulares. A média do reajuste está estimada entre 7% e 12%, índice acima da inflação. O estudo foi feito pela Meira Fernandes, um grupo de gestão e soluções para instituições de ensino.

De acordo com a pesquisa, a alta se dá principalmente pelos investimentos em segurança, depois da onda de ataques a escolas pelo Brasil no primeiro semestre. "As escolas, por iniciativa própria, começaram os investimentos em câmeras de segurança, algumas investiram em botão antipânico, outras até em reconhecimento facial. Também tem o outro lado: algumas investiram no desenvolvimento socioemocional dos alunos", analisa Rogério Camarante, gestor comercial e de marketing da Meira Fernandes.

Além disso, mais da metade dos colégios relataram que a inadimplência chega a 5%. E que a evasão provocada pela pandemia ainda pesa. "A gente fornece comida, fornece fralda. É uma escola um pouco diferenciada", diz Fernanda King, diretora de um colégio na região central de São Paulo e que vai reajustar as matrículas em 9%. "A gente procura facilitar, mas, por outro lado, a gente tem uma despesa alta de insumos".

A médica Gabriela Rocha, mãe de duas filhas, já está com as contas feitas pro ano que vem. "Pedi uma flexibilização de valor, um desconto. Eu não tive essa oportunidade e eu quero dar todas as oportunidades possíveis pra elas".

 

Fonte: SBT News