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Mulheres relatam dificuldades para denunciar crimes de violência em Teresina

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Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

Mulheres vítimas de violência relatam que estão enfrentando dificuldades para denunciar crimes de violência nas delegacias especializadas em Teresina.

Há duas semanas, a promotora de eventos, Claudia Anchieta, procurou a polícia junto com uma prima vítima de agressão, para denunciar o caso na Central de Flagrantes de Gênero em Teresina, mas ao chegar ao local, as duas foram surpreendidas com a informação de que o registro não poderia ser feito.

“A vítima ela já chega com o psicológico extremamente abalado e a gente não tem nenhum tipo de acolhimento e ainda foi negado fazer esse boletim de ocorrência. Graças a Deus chegou uma viatura com outros presos e eu pedi socorro a essa viatura e essa viatura foi me seguindo até o apartamento dessa minha prima e retirou o agressor dentro da casa”, desabafou.

Já no mês passado, a própria promotora de eventos também relatou dificuldades para registrar o boletim de ocorrência após uma medida protetiva a favor dela ser descumprida.

“Eu estava graças a Deus acompanhada de um advogado e quem não tem? Então insistimos para entrar e falar com o delegado, lá eu apresentei toda a minha situação que era já uma quebra de medida protetiva. Eu insisti e graças a Deus apareceu outro delegado e viu que realmente era para ser feito lá”, complementou Cláudia Anchieta.  

Teresina conta atualmente com quatro delegacias especializadas no atendimento à mulher. Elas estão localizadas no Centro e nas regiões Norte, Sudeste e Sul, além da Central de Flagrantes de Gênero, que deve funcionar 24 horas por dia.

Em abril, foi sancionada uma lei pelo governo federal que garante o funcionamento 24 horas por dia das delegacias da Mulher em todo o país, incluindo domingos e feriados.

A advogada Letícia Sousa destaca que garantir o atendimento à mulher vítima de violência através das delegacias especializadas é essencial. “A delegacia não é só a forma de denunciar, procurar punição daquele agressor, procurar segurança daquela mulher, mas também é uma forma de acolher as vítimas de violência”, destacou.

Dados da Secretaria Estadual de Segurança do Piauí apontam um aumento no número de mortes violentas intencionais contra mulheres. Em 2015, quando o crime de feminicídio foi tipificado, 67 mulheres foram assassinadas. Já no ano passado, foram 79 mortes, uma estatística que Claudia Anchieta espera não fazer parte.

“Isso é uma coisa de urgência, as mulheres estão morrendo porque realmente elas voltam para casa sem ter esse atendimento, sem ter essa segurança”, ressaltou a promotora de eventos.

A TV Cidade Verde entrou em contato com a Secretaria de Segurança do Piauí para comentar sobre o caso, mas até o momento não obteve retorno. O espaço fica aberto para esclarecimentos.

 

Com informações de Francisco José (TV Cidade Verde) 

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