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Não fui eleito para limpar as lixeiras da Casa, diz Sarney

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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta segunda-feira (22) que não foi eleito para “limpar as lixeiras da Casa”, mas para presidi-la politicamente. A afirmação foi feita em resposta ao discurso do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que atacou ex-diretores e cobrou atitudes de Sarney.

“Julguei que fosse eleito presidente para presidir politicamente a Casa e não para ficar submetido a cuidar da despensa da Casa ou para limpar as lixeiras da cozinha da Casa”, disse Sarney.

O peemedebista disse que estão sendo tomadas medidas para resolver a crise do Senado e garantiu que ninguém será “acobertado”. Desde o início da atual legislatura, Casa já foi alvo de 18 denúncias.

“Quero dizer à Casa que fique tranquila. Ninguém vai acobertar ninguém. Vamos punir. Estamos fazendo isso. Já abrimos inquéritos, colocamos na Justiça. Abrimos sindicância para apurar estes fatos”, afirmou o presidente do Senado.

O presidente da Casa destacou que os ex-diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi foram afastados por ele logo após o surgimento de denúncias. Enfatizou também o inquérito da Polícia do Senado que indiciou Zoghbi por supostas fraudes em convênios para a realização de empréstimos consignados para servidores da Casa.

Ele enfatizou a abertura de sindicâncias para apurar o escândalo dos atos secretos. Ressaltou também a auditoria externa e o pente-fino que, segundo ele, será feito na folha de pessoal da Casa. Disse também que um “portal da transparência” divulgará todos os dados relativos a gastos na Casa.

Mordomo

Sarney negou ainda que um mordomo de sua filha Roseana Sarney (PMDB-MA), governadora do Maranhão, fosse paga com recursos da Casa. Destacou que o funcionário não é mordomo de Roseana e sim motorista do Senado há 25 anos.

“O Senado nunca pagou nenhum mordomo. Como muitos aqui, eu fui alvo de insultos, de calúnia. A ex-senadora Roseana não tem mordomo em casa”, disse Sarney. Ele destacou que a filha mora, atualmente, no Maranhão e que sua casa em Brasília está fechada.

No final da tarde de sexta-feira (19) Sarney nomeou uma comissão de sindicância para apurar  as irregularidades na Casa. Ele deu prazo de uma semana para que a comissão apresente resultados.

A comissão vai investigar denúncia feita pelo chefe do serviço de publicação do Boletim de Pessoal do Senado ao jornal "Folha de S.Paulo", de que recebia ordens para não publicar alguns atos administrativos.

'Quadrilha'

Virgílio afirmou nesta segunda-feira (22) que os ex-diretores da Casa Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi fazem parte de uma “quadrilha”. Para Virgílio, senadores devem estar envolvidos nas irregularidades realizadas pelos servidores. A crise na Casa piorou após a revelação de que atos administrativos da Casa foram mantidos em segredo deliberadamente.

A reportagem deixou recado no escritório do advogado de Zoghbi, Antonio Carlos de Almeida Castro. A secretária do advogado disse que daria o recado após ele sair da reunião da qual participava. Agaciel Maia negou que tenha chantageado senadores, disse que não tem motivação para isso e que Virgílio não tem como provar as afirmações. Até as 18h35, o advogado de Zoghbi não havia respondido.
 
Fonte: G1
 
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