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Caso Kamila: esposa não tinha resíduo de pólvora nas mãos; empresário continua preso

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Foto enviada ao Cidadeverde.com

Por Bárbara Rodrigues e Tiago Melo (TV Cidade Verde) 

Um novo laudo ao qual o Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) teve acesso apontou que Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos, não tinha resíduos de pólvora nas mãos. O empresário Eliésio Marinho é suspeito de ter matado a esposa e está preso provisoriamente.

Kamila morreu na madrugada do dia 20 de outubro com um tiro na cabeça na residência onde morava com o empresário do ramo de automóveis e a filha de dois anos. Após a morte, Eliésio chamou um advogado, que foi até o local e acionou a polícia. O empresário saiu do local com a filha antes da chegada da Polícia Militar. A morte acabou levantando suspeitas.

O empresário alegou que a esposa, Kamila Carvalho, havia colocado a arma na cabeça e feito o disparo, mas o laudo cadavérico comprovou que o tiro foi a longa distância. Por isso, ele foi preso no dia 23, quando estava prestando depoimento no DHPP.

Agora a polícia teve acesso ao laudo residuográfico que não identificou resíduos de pólvora na mão de Kamila.

"O laudo residuográfico apontou a ausência de resíduos na mão de Kamila. Mas esse tipo de laudo, às vezes, é um pouco falho também, porque os resíduos podem se perder por diversos motivos e não ser detectados durante a realização desse tipo de perícia. Ainda temos outras perícias complementares a serem feitas pelo Instituto de Criminalística no local do fato, que estão pendentes de conclusão. Portanto, precisamos aguardar esses laudos periciais para ter todos os elementos de informação, incluindo testemunhos, declarações de familiares e os laudos periciais como um todo, para chegar a uma conclusão", revelou o delegado Jorge Terceiro.

Ele explicou que, devido ao resultado, é importante esperar pelos outros laudos periciais.

"Normalmente, após o disparo de arma de fogo, resíduos dos elementos da pólvora ficam nas mãos da pessoa. No entanto, em algumas situações, pode haver poucos vestígios ou os vestígios podem se dissipar com o tempo. Portanto, esse tipo de laudo, às vezes, pode não ser conclusivo. Pode apontar a ausência de resíduos, mesmo quando a pessoa tenha sido a autora dos disparos. No entanto, como estou informando, esse laudo será considerado em conjunto com os outros laudos periciais. Ainda aguardamos a perícia no local, que é mais abrangente e fornecerá informações essenciais para a conclusão do caso", concluiu.

Veja também:

Perícia em residência

Foto: Tiago Melo/TV Cidade Verde 

Uma equipe da Polícia Técnico-Científica realizou nesta sexta-feira (27) um levantamento complementar referente ao caso do empresário Eliésio Marinho que é suspeito de ter matado a esposa Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos. 

Mesmo com a prisão, o inquérito segue aberto e nesta sexta-feira peritos realizaram levantamentos na residência do casal no bairro Nova Brasília. 

A equipe se concentrou principalmente no quarto do casal, onde ocorreu o disparo de arma de fogo. O objetivo é levantar mais provas para o inquérito que tem um prazo de 30 dias para conclusão, podendo ser prorrogado.

A prisão

 

 

O empresário Eliésio Marinho foi preso enquanto prestava depoimento na segunda-feira (23) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A vítima foi encontrada caída no chão, ao lado da cama, com uma faca na mão e uma pistola ponto 40 próxima ao seu corpo na residência do casal no bairro Aeroporto, na zona Norte de Teresina. Foi o advogado do empresário que acionou a Polícia Militar e informou sobre a ocorrência. O empresário já tinha saído do local com a filha do casal.

Eliésio Marinho foi preso logo após prestar depoimento por meio de um mandado de prisão temporária. Na saída do DHPP ele chorou muito e chegou a falar: "me desculpe".

Pai pede Justiça

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

O vendedor de frutas Maurício Lucas do Nascimento, de 51 anos, pediu Justiça após a morte da sua filha caçula. Segundo o pai, Kamila era bastante reservada, quieta e caseira, não costumava falar sobre o relacionamento.

Desde o crime, a família não conversou com o empresário, que nem mesmo compareceu ao velório realizado na residência da vítima no bairro São Pedro, na zona Sul. A filha do casal, de dois anos, está com os avós maternos.

 

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