Foto: Freepik

Por Bárbara Rodrigues

No próximo domingo, dia 5 de novembro, ocorre a aplicação da primeira prova do Enem 2023. Entre os assuntos que vão ser abordadas está a disciplina de História, que consta na área de Ciências Humanas. 

Para ajudar os alunos nesses últimos dias, o professor de História, Lynik de Pádua, do Colégio Madre Savina, deu algumas dicas sobre os principais assuntos que podem ser abordados no Enem. O professor afirmou que os estudantes devem ficar atentos, pois as questões são complexas e abrangem mais de uma disciplina. 

“O Enem, ele hoje, ele é uma prova interdisciplinar, então a prova de ciências humanas, ela não tem questões de história, geografia, ela tem questões complexas que tem uma interdisciplinaridade entre essas disciplinas. Então, você encontrará questões com o contexto histórico, com o contexto filosófico, com o contexto geográfico, em uma mesma questão”, afirmou.

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Assuntos que devem cair

Considerado um dos temas mais atuais, o professor acredita que a prova deve ter questões relacionadas aos povos indígenas. “É um assunto que está muito em alta, a questão do marco temporal da demarcação de terras indígenas, que foi julgado no STF recentemente, que ainda está tramitando no Congresso, é um ponto que pode ser cobrado”, afirmou.

Como o conflito que está ocorrendo na Palestina é mais recente, o professor não acredita que ele deve ser abordado, mas apontou outros temas que devem cair.

“Assuntos que costumam cair também são a ditadura de Getúlio Vargas e a ditadura militar. Brasil-Colônia, também é um assunto que costuma cair muito, aí fazendo uma mescla com a questão da religiosidade, da cultura, entrando em outros assuntos. Questões de geopolítica também costumam cair. Acredito que a questão do que está acontecendo na Palestina não seja agora, porque é muito recente, a prova já está pronta há algum tempo, mas a guerra da Ucrânia com a Rússia é um possível assunto que possa estar presente. Povos da antiguidade também costumam cair, sempre pelo menos um deles está lá presente e acredito que pelo menos uma questão sobre idade média também deva estar”, informou o professor Lynik de Pádua.

Foto: Arquivo Pessoal

Como são muitos temas a serem estudados, é preciso que o estudante fique atento.

“Existe um leque muito grande de opções. Então eu diria para o aluno que está se preparando para o Enem, que dê uma revisadinha em História do Brasil Colônia, dê uma revisada em Idade Média, dê uma revisada em Povos da Antiguidade, dê uma grande revisada em atualidades, em contextos atuais, coisas que aconteceram, pelo menos até o ano de 2022 no cenário geopolítico, porque isso é bem provável de cair. Tenha um foco em questões como Povos Indígenas, Governo Vargas, e alguns temas que também acredito que possam ser cobrados num contexto mais social, como a questão do racismo estrutural. Também acredito muito no conceito da aporofobia, que é a questão do preconceito com o pobre, e a arquitetura hostil, que também é um tema que vem sendo muito debatido, então acho bem plausível também ser cobrado. Então esses são alguns dos temas principais”, apontou.

Questões sociais também devem ser estudadas. “O Enem sempre traz muito questões sociais, então é importante saber sobre a questão da pobreza, é importante saber sobre refugiados, fluxos migratórios, é importante saber sobre alguns conflitos que existem hoje no mundo, crises humanitárias, atuação da ONU, questões que você acaba conhecendo ou assistindo ao noticiário na TV. E, lógico, tudo isso também está disponível no YouTube, na internet, em outros sites”, explicou.

Dicas

Uma dica importante do professor Lynik de Pádua é que os alunos não estudem na véspera da prova, e que aproveitem o sábado para relaxar.

Para o professor é importante que o aluno entenda que não se trata de decorar os assuntos, mas de entender todo o contexto, já que as questões que caem são complexas. 

“O aluno tem que se preparar para saber o que está acontecendo no mundo. Porque ele não precisa focar tanto em aprender um conteúdo de um período específico, mas ele entendendo um contexto, isso conta muito mais. Hoje a História, Geografia e Filosofia não são mais vistas, como já foram no passado, como matérias decorativas. Você não precisa decorar uma data ou um nome de um personagem histórico, ou uma capital de um país. Você precisa entender o contexto em que as coisas aconteceram. Você precisa entender o que levou aquele acontecimento a chegar naquele ápice, levando em consideração questões religiosas, questões econômicas, questões sociais, comportamentais, questões de gênero. Uma dica que vale muito a pena é tentar se inteirar de assuntos como questões de gênero, tentar se inteirar também sobre minorias sociais, a questão do capacitismo, a questão da LGBTfobia, tudo isso é contexto de atualidade que pode ser cobrado do Enem. Então, o aluno que está se preparando para o Enem ele tem que estar preparado para contextos atuais e saber interpretar textos para entender o contexto da coisa, e não só decorar conteúdos”, destacou o professor.

Foco no psicológico

O professor fez questão de destacar a importância de tentar fazer uma prova tranquila.

“Focar no psicológico, estar bem, estar relaxado. Tirar a sexta-noite, o sábado, para descansar, para sair com os amigos ou assistir um filme, algo que lhe dê uma paz de espírito para que no domingo esteja bem, esteja preparado, com a cabeça descansada, para fazer uma grande prova”, finalizou.