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Piauienses ganham novas oportunidades de vida após transplante de órgãos

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Foto: Ascom/Sesapi

A morte de uma pessoa é sempre um momento de dor para a família. Apesar de todo o sofrimento, a tristeza da perda pode se transformar em esperança para quem está na fila de espera por um órgão. O sim da família para a doação dos órgãos do ente que partiu pode representar a chance de um recomeço para outras pessoas.

Essa foi a chance que Noemi Silva, de 29 anos, ganhou no dia 5 de julho de 2023, quando passou pelo transplante de rim no Hospital Getúlio Vargas (HGV) após receber a doação do órgão.

Noemi descobriu que precisava de um transplante após ser diagnosticada com síndrome de Hellp (forma grave de pré-eclâmpsia caracterizada por hemólise (H), enzimas hepáticas elevadas (EHE) e plaquetopenia em pacientes gestantes ou puérperas) em sua primeira gestação em 2017, que ocasionou a perda do bebê e comprometeu 70% ofuncionamento dos rins.

“Quando eu fui ao médico, que me acompanhava na gestação, ele percebeu uma alteração nos batimentos do bebê e pediu mais alguns exames, onde foi comprovado que meu filho já não estava vivo e também que minha função renal estava comprometida. Foi um momento muito delicado, e que ainda precisei passar 30 dias realizando hemodiálise. Porém, meus rins estavam melhorando, no entanto, em 2021 precisei voltar com as sessões e entrei para a fila de pacientes que precisavam de transplantes”, detalha Silva.

Assim como no caso de Noemi, no Piauí estão à espera de um transplante de rim 506 pessoas. Ainda segundo os dados da Central Estadual de Transplantes, outros 409 piauienses aguardam por uma doação de córnea, como explica a coordenadora do órgão, Lourdes Veras.

“Em 2023, nós realizamos a captação de 27 rins e 159 córneas para o processo de doação, número superior a 2022, quando captamos 29 rins e 81 córneas. Também realizamos 201 transplantes de córneas e 45 transplantes de rins. Todavia, precisamos que esses números cresçam ainda mais, para que essas pessoas que hoje estão na fila de espera possam receber a doação e isso só é possível com a aceitação dos familiares que perderam entes e autorizem realizar a doação de órgão”, lembra Lourdes.

Seis meses pós o tão desejado transplante renal, Noemi só pensa em novos planos para o futuro. “Só tenho a agradecer essas pessoas que me possibilitaram essa nova oportunidade de viver, poder sonhar novamente, pois eu já não acreditava em mais nada, e hoje eu estou aqui podendo realizar as coisas, por causa de um sim à doação de órgãos. Isso é muito gratificante”, frisou Silva.

Captação de órgãos

Para que mais pessoas que estão na fila de doação de órgãos possam ter sua vida transformada, assim como a de Noemi, a Central Estadual de Transplantes do Piauí trabalha intensamente nas ações para captação de órgãos. No ano passado foi criado um grupo de trabalho envolvendo todos os hospitais da rede estadual de saúde e da Fundação Municipal de Saúde de Teresina para acelerar o processo de captação de possíveis doadores de córneas.

“Estamos buscando uma maior integração com os hospitais da capital para que as doações possam acontecer e de forma mais célere. Para 2024 vamos expandir nossa rede de captação para os hospitais do interior do estado, como já ocorre no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba. Pretendemos fazer a retirada de córneas em Piripiri e Campo Maior, ainda no primeiro semestre”, disse o superintendente de Média e Alta Complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo.

Da Redação

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