Cidadeverde.com

Grupo pede acolhimento, punição e mapeamento de pontos inseguros na UFPI

Imprimir

Fotos: arquivo Cidadeverde.com

Por Yala Sena 

O Grupo de Trabalho criado após o assassinato da estudante de jornalismo, Janaína da Silva Bezerra, 21 anos, protocolou nesta segunda-feira (29) um pacote de medidas para o enfrentamento das violências de gênero na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Um ano após a morte da estudante, a comunidade universitária ainda convive com a sensação de medo e insegurança. 

Janaína Bezerra foi estuprada e morta durante uma calourada dentro da UFPI. O réu é um estudante de mestrado também da universidade - Thiago Mayson da Silva Barbosa. O crime provocou uma onda de protesto e pedidos de segurança dentro do campus.

Veja mais:

Um ano sem Janaína: irmãs com medo e mãe inconsolada fazendo apelo as autoridades

O grupo criou um Programa de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual e demais Crimes contra a Dignidade Sexual e à Violência Sexual. 

O Cidadeverde.com teve acesso a minuta do projeto que foi protocolada na reitoria da UFPI. 

As políticas vão envolver desde acolhimento, capacitação, ensino, pesquisa, extensão, infraestrutura e segurança. 

Entre as medidas estão:

Programa de acolhimento e acompanhamento; 
Apoio psicossocial à vítima e denunciantes;
Promover campanhas de prevenção, capacitação que promovam respeito a diversidade e a igualdade;
Adotar disciplinas cursos e debates contra a violência as mulheres em locais e horários identificados;
Aquisição de equipamentos e sistemas de monitoramentos;
Mapeamento dos pontos de insegurança;
Criação de rotas seguras;
Banco de dados
Adotar protocolos
Ampliar a participação das mulheres nos espaços de decisão e de gestão universitária;
Fazer parcerias para a integração de redes de serviços de segurança e de saúde pública;
Propor mudanças em atos normativos da Ufpi;
Canal de denúncias, dentre outras medidas;

Foto: Ascom/Ufpi

A professora Edna Magalhães, que coordenou o Grupo de Trabalho, destacou que a resolução orienta as ações voltadas em defesa das mulheres, sejam elas cisgêneras ou transgêneras e LGBTQIA+ .

“Foi um trabalho exaustivo. Foi protocolado o texto que será transformado em resolução da política institucional de enfrentamento das violências de gênero. São relacionados a danos afetivos, psicológicos/emocionais, sociais, morais, patrimoniais, à integridade racial, sofrimento físico e sexual e morte ocorrido no âmbito da comunidade universitária”, disse Edna Magalhães. 

O Grupo de Trabalho de Enfrentamento às Violências de Gênero também lançou uma pesquisa para entender a percepção de estudantes, docentes e técnicos-administrativos sobre a violência de gênero no campus. 

“A pesquisa foi cadastrada no sistema Sigufpi. Dessa forma, os discentes tiveram acesso à pesquisa pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). Já os servidores puderam acessar e responder os questionários pelo Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC). O questionário ficou disponível no período de 9 a 23 de outubro de 2023”, disse Edna.

As propostas deverão respeitar o regimento interno da UFPI e passar pelo conselho superior da universidade. Após isso, deverá ser sancionada pelo reitor Gildásio Guedes. 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais