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Guilherme e Tiago ainda foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos

A 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí negou recurso e manteve decisão de pronúncia, para que Keverton Iuri Alves de Sousa seja julgado pelo Tribunal do Júri, por participação nos assassinatos de Tiago da Silva Monteiro e José Guilherme dos Santos Oliveira em uma briga por pipas.

O crime ocorreu no ano de 2020, na rua Jornalista Lívio Lopes, no bairro Parque Itararé. As vítimas Tiago da Silva e José Guilherme foram alvejadas por disparos de arma de fogo que teriam sido efetuados por José Evandro da Silva Filho, que na ocasião era um menor de idade.

Segundo a denúncia, havia uma disputa entre os amigos das vítimas e do acusado, que moravam em ruas diferentes e participavam de disputas por jogos de futebol e brincadeiras de pipa.

Consta na ação, que no dia do crime estava ocorrendo uma disputa por pipas, na praça do Parque Itararé, quando duas pipas adversárias se enroscaram e caíram, o que ensejou uma corrida em busca delas. Ao perceber que um adolescente estava armado, Tiago da Silva teria tentado imobilizar o jovem, enquanto José Guilherme tentou segurar a arma, mas o adolescente conseguiu realizar disparos de arma de fogo.

Fotos: Arquivo/Cidadeverde.com

José Evandro foi preso em 2022 já com 19 anos

“O menor conseguiu efetuar um primeiro disparo que atingiu a perna esquerda de José Guilherme, fazendo com que este caísse ao chão, aos prantos. Em seguida, o menor, após se desvencilhar de Thiago e perceber que este tentava se evadir do local, efetuou disparos em sua direção, atingindo-o enquanto corria. Ato contínuo, voltou-se à José Guilherme que, ao chão e indefeso, foi alvo de mais dois disparos efetuados pelo menor”, diz a denúncia, que relatou que ele ainda atentou contra a vida de outra pessoa, mas a arma falhou.

Apesar do José Evandro ser apontado como o autor dos disparos, a denúncia apontou que Keverton Iuri teria supostamente ajudado no crime, por isso ele foi pronunciado para ir a julgamento pelo Tribunal do Júri, isso porque testemunhas relataram que um dia antes do crime ele teria ameaçado algumas pessoas com uma arma de fogo por causa do corte da linha de sua pipa, e no dia do crime ele supostamente teria ajudado o menor a pegar a arma utilizada nos assassinatos.

Para o desembargador Joaquim Dias de Santana, existem indícios de autoria, por isso ele precisa ir para julgamento pelo Tribunal do Júri, que decidirá se ele será condenado ou não.

“Observa-se em alguns depoimentos das testemunhas que o acusado estaria junto ao menor no momento em que os crimes ocorreram. Há relatos de que ele teria acompanhado o suposto autor dos disparos, o menor, para buscar de bicicleta a arma de fogo e, ainda, que no dia anterior aos fatos, o recorrente teria ameaçado algumas pessoas que faziam parte do grupo das vítimas. Dessa forma, vislumbra-se a existência de indícios suficientes de autoria”, explicou.

O recurso foi então negado e será marcada a data para julgamento pelo Tribunal do Júri. O responsável pelos disparos atualmente está solto.