Cidadeverde.com

Comissão de Justiça Climática faz primeira reunião e quer criar fundo para lidar com catástrofes em Teresina

Imprimir
  • Comissão_de_Justiça_Climática_1.jpeg Renato Andrade/ cidadeverde.com
  • Comissão_de_Justiça_Climática_2.jpeg Renato Andrade/ cidadeverde.com
  • Comissão_de_Justiça_Climática_4.jpeg Renato Andrade/ cidadeverde.com
  • Comissão_de_Justiça_Climática_5.jpeg Renato Andrade/ cidadeverde.com

Por Paula Sampaio  

A Comissão Municipal de Justiça Climática (Comjuca) de Teresina fez a primeira reunião do grupo na manhã desta quinta-feira (09). O coordenador da agenda 2030, Leonardo Madeira, afirmou em entrevista ao Cidadeverde.com, que vai propor a apresentação de um projeto de lei à Câmara Municipal para a criação de um fundo para a captação de recursos. 

“ A gente vai propor a criação do Fundo de Justiça Climática, que em uma eventual situação de catástrofe ele vai ser revestido para aquelas pessoas mais necessitadas. Os deficientes, as crianças, os idosos, as mulheres grávidas, é esse o nosso público”, explicou. 

O pesquisador também fez um alerta: pediu que desastres causados pelas mudanças climáticas não sejam “romantizados” como situações que nunca aconteceriam na cidade. Ele apontou, por exemplo, o fato de que Teresina é uma “cidade mesopotâmica”, localizada entre os rios Parnaíba e Poti, e relembrou o histórico de cheias ao longo de uma década. Na avaliação dele, o cenário tem evoluído negativamente e há a necessidade da capital se preparar para uma eventual catástrofe. 

“Há quase 10 anos concedi entrevistas alertando para a situação da zona Norte da capital. Ano após ano a situação vai piorando. O último maior volume de pessoas desabrigadas aqui foi em 2021 e essa situação pode piorar no decorrer dos anos. Teresina é uma cidade banhada por dois rios, tem muitas lagoas, perdeu parte de sua cobertura vegetal e tem uma população empobrecida vivendo nessa região, o que torna esse desafio ainda maior […] Estamos criando uma comissão para nos anteciparmos aos problemas que virão, a gente não pode romantizar o problema, temos entender que ele vai vir, se organizar para lidar com o problema”, disse. 

A Comissão também vai trabalhar com frentes de pesquisas: um estudo em parceria com a Fundo de População da ONU (UNFPA) está analisando como as mudanças climáticas tem afetado mulheres gestantes em Teresina. Outras pesquisas também vão investigar essa influência na primeira infância em creches da rede municipal e ainda a produção de hortas. 

Segundo apurou a reportagem, um estudo já realizado para a construção do Plano de Ação Climática detectou que a população teresinense que é mais afetada pelas mudanças climáticas, como calor intenso no pedido do BR-Ó-BRO ou alagamentos, inundações, arboviroses no período chuvoso) é a que reside nos bairros mais afastados, sem acesso a saneamento básico e que trabalha em atividades com alta exposição solar.

Neste mês de maio acontece em Teresina a Conferência do Clima de Teresina (Clima The2024). O evento acontecerá nos dias 27 e 29 de maio na capital e discutirá diversos temas como drenagem, mudanças de temperatura, efeitos climatológicos e medidas que precisam ser tomadas hoje para que os impactos sejam menores.

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais