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Dengue: FMS ainda não sabe se mãe e filho tinham condição específica

Foto: Arquivo pessoal

Por Bárbara Rodrigues

O Piauí já registra 10 mortes confirmadas de dengue, e deve chegar a 11ª morte se confirmado o caso da médica pediatra Laysa Lira, que faleceu 12 dias após o filho Rafael Lira Matias, de 5 anos, também pela mesma doença. A médica infectologista da Diretoria de Vigilância e Saúde da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Norma Salmito, afirmou que ainda não é possível dizer se existe alguma condição específica de saúde que pode ter levado a morte de mãe e filho.

A médica teve uma parada cardiorrespiratória e depois foi decretada a morte encefálica. Na manhã dessa segunda-feira (20), a ela teve falência múltiplas dos órgãos. 

Segundo Norma Salmito, em cerca de três dias deve sair a confirmação se Laysa Lira também estava com dengue, mas relatou que os sintomas indicam para isso.

“No momento a gente ainda não tem uma confirmação sobre o caso da médica, é provável que seja dengue, mas a confirmação ainda não chegou para a gente. A morte da criança foi confirmada que foi por dengue”, informou.

Ela explicou que somente exames específicos e com uma análise do histórico familiar seria possível saber se mãe e filho tinham alguma condição de saúde pré-existente capaz de fazer com que a dengue se agravasse.

“A gente sabe que o dengue pode transmitir formas graves desde a primeira infecção na pessoa. A partir da segunda e terceira infecção é que ela se manifesta com maior probabilidade em formas graves. A informação do porquê de ser da mesma família, a gente ainda não tem. Não sabemos porque na mesma família teve tantas formas graves, então a gente ainda não sabe porque isso aconteceu. Teriam que ser feitos exames específicos”, afirmou a médica, que relatou que a família das vítimas teriam que manifestar interesse em buscar mais informações sobre o caso.

Segundo familiares, o filho mais velho de Laysa, também está internado para passar por exames, mas está consciente e orientado. 

Médica alerta sobre a doença

A dengue é uma doença que pode ter sintomas mais a leves e também até levar a morte, por isso é importante tomar cuidado com a evolução dos sintomas. A médica infectologista Norma Salmito explicou ao Cidadeverde.com que muitas pessoas acreditam que o fim da febre significa que a doença foi embora, mas não é o caso, pois são vários os sintomas que a dengue possui que pode levar a casos mais graves.

“Hoje não chamamos de dengue hemorrágica, porque não é necessário ver uma hemorragia externada, de forma visível, para ser grave. Os sintomas de alarme que a gente vê na dengue grave são vômitos, dor abdominal intensa, tontura, falta de ar, e formas hemorrágicas, como sangramento de gengiva, de nariz, na urina, esses são sintomas de alerta. Ou quando a gente faz exames como o hemograma, e a gente vê um hematócrito elevado, ou seja, a pessoa está desidratada e a gente precisa reverter de forma muito rápida e posteriormente vemos as plaquetas mais baixas, e a decisão para a internação é quando a gente vê o hematócrito já elevado”, explicou.

Foto: Bárbara Rodrigues/Cidadeverde.com

Ela alertou que a hidratação é essencial, e que não se pode tomar qualquer medicamento anti-inflamatório ou corticosteroides.

“Quando você tem a suspeita de dengue, a primeira coisa que você deve fazer é beber muito líquido, muito líquido mesmo, até você perceber que a sua urina está bem clara da cor de água, praticamente. E se você não for alérgico, você pode tomar analgésicos de rotina, como dipirona ou paracetamol. Anti-inflamatórios, corticosteroides, eles não devem ser tomados justamente pelos riscos de sangramento. Então, A.S. não devem ser tomado, nimesulida, voltaren, diclofenaco, esses anti-inflamatórios eles não podem ser tomados. O corticoide prednisona, metilprednisolona, dexametasona, que as pessoas gostam de tomar porque aprenderam, lá na pandemia com a Covid, não podem ser tomados, tá bom. Porque vai aumentar o risco de sangramento. Se você já faz uso dessas medicações porque tem algum problema, deve procurar imediatamente auxílio médico”, informou.

A população deve ficar alerta aos sintomas. “Os sinais de alerta, são dor abdominal intensa, tontura, desmaio, falta de ar. Quando apresento esses sinais de sangramento. Então, deve procurar rapidamente, urgentemente, um auxílio médico”, finalizou.

 

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