Por Roberto Araujo
Atualizada às 20h
Uma multidão se reuniu na tarde deste sábado (8) para a 29ª Caminhada da Fraternidade em Teresina. A concentração aconteceu no adro da igreja São Benedito, no centro da capital, onde aconteceu uma missa. Após a celebração, os milhares de fiéis sairam em caminhada até o Parque Potycabana, onde houve uma apresentação com shows de bandas católicas.
A celebração foi presidida pelo arcebispo metropolitano de Teresina, Dom Juarez Marques. Após a missa, ele falou sobre a importância da caminhada e o que ela representa valores como fé, caridade e busca pela paz.
"Nós vamos caminhar com fé, nós vamos caminhar com amor e nós vamos caminhar em busca da paz. Nós vamos caminhar com fé em Deus, mas também fé no homem, também vamos caminhar com amor a Deus e também com amor ao próximo, a caridade. O coração de Jesus é quem nos aquece, é chama de amor e caridade E vamos caminhar em busca da paz porque sem vida com dignidade para os povos, não pode ter paz", disse à imprensa.
Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com
O clérigo também falou sobre o tema da caminhada esse ano: “Acende a fogueira do meu coração”, que faz alusão às tradicionais festividades que homenageiam os santos juninos: Antônio, João e Pedro.
"Nós caminhamos também ao ritmo junino. Por isso essa esse tema e esse lema que também nos anima: 'acende a fogueira do meu coração'. Sabemos que é um refrão de uma música popular e bonita, por isso é que nós caminhamos, mas a nossa motivação primeiro é a fé e o amor a Deus, é o nosso amor ao próximo", citou.
As milhares de pessoas que foram em caminhada até o Parque Potycabana estavam animadas embaladas pelos shows das bandas Mar e Sol, e também dos cantores Flávio Moura e Soraia Castelo Branco. Mesmo diante do forte calor que fez à tarde, durante a celebração, mas que foi diminuindo com a chegada da noite, já na hora do início do percurso, a alegria junto com o sentimento de fé estiveram presentes durante todo o percurso.
Quem participa tradicionalmente da Caminhada, que acontece há 29 anos - tendo ficado sem ocorrer por dois anos durante o período da pandemia de COVID-19 - é a Nati Silveira. Ela cita que a festa passou por mudanças, mas que está cada vez melhor.
“É a fé que move. Todo ano é um trabalho muito bem feito, a caminhada mudou, mas continua muito bonita, é muito participativo, e cada ano é melhor do que o anterior”, disse.
Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com
Esse ano, também tem gente participando pela primeira vez. É o caso do pequeno Eloy Kalel. Ele veio com a avó, os tios e os primos, que já vem tradicionalmente à caminhada. O primo Francisco Neto foi quem mais incentivou que ele viesse para começar a caminhada na fé.
“[Trouxemos] para já começar essa tradição de vim todos os anos para a Caminhada da Fraternidade, que é um evento muito importante aqui l na Igreja de Teresina. Todos os anos a gente vem, minha mãe, minha irmã, minhas duas avós, meu avô, e o meu primo Eloy, desde que nasceu, a gente nunca tinha trazido, mas agora que ele já tá grandinho, já consegue caminhar bem, a gente trouxe aqui”, citou.
Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com
A família é frequentadora da comunidade Nossa Senhora das Graças, no bairro Buenos Aires, zona Norte de Teresina. O Francisco Neto também se lembra de suas primeiras caminhadas trazido pela família.
“Do que eu me lembro, sempre foi muito animado, e no início a gente ficava um pouco longe do som,porque quando eu era criança, eu tinha um problema de ouvir som muito alto, mas agora eu não tenho mais isso, eu fico é do lado da caixa pra acompanhar as músicas e tudo”, lembrou.
É também a fé quem faz a Luzia Mota trazer o Mikéias Rodrigues, mesmo em cadeira de rodas, para participar da Caminhada. Segundo ela, sempre que pode, ela traz o filho, que gosta de participar sempre da caminhada.
"Tudo que tem que eu posso ir e tem o dinheiro suficiente, eu vou. Tudo que ele quer ir de evento, a gente vai, ele merece, ele não me dá trabalho, ele é estudioso, é um homem inteligente, graças a Deus tenho só que agradecer, é uma benção, é um presente que Deus nos deu pra nós", disse.
O Mikéias, que faz parte da comunidade de Santa Luzia, do bairro Promorar, cita que vai à Caminhada desde os 4 anos. "Eu sempre venho, todo ano eu venho, me lembro que bem pequeno, desde os quatro anos, e eu me sinto muito bem aqui", expressou.