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Comoção marca velório de cabeleireira em Teresina; suspeita de transfobia

Por Rebeca Lima e Jade Araujo

Fotos: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Atualizada às 11h40

Amigos e familiares estiveram presentes no velório de Aryadna Montenegro, de 23 anos, encontrada morta em um terreno na manhã de segunda-feira (22), no bairro São Joaquim, zona Norte de Teresina. 

Muito abalada a família não quis conceder entrevista. Presente no velório, a diretora de Promoção da Cidadania LGBT, Joseane Borges, afirma que uma das suspeitas do órgão é que Aryadna teria sido vítima de um crime de ódio.

“Recebemos com bastante tristeza. Conversamos com a família para dar apoio socioassistencial através do nosso Centro de Referência LGBT Raimundo Pereira. A gente vê que pelo crime que aconteceu foi um crime de ódio. Agora é preciso buscar elucidação desse caso para que a gente possa saber que aqui no Piauí também tem lugar para o LGBT. Isso não vai ficar impune. Mas quem vai poder dizer isso de fato é o órgão competente e nós faremos o acompanhamento. É uma vida humana que está sendo ceifada pelo simples fato de existir”, afirma.Familiares e amigos que estavam no velório reforçaram a tese de que Aryadna não possuía envolvimento com o mundo do crime e que trabalhava diariamente em seus salão, no bairro São Joaquim. 

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Feminicídios, presidida pela delegada Nathalia Figueiredo.

Amigos e familiares realizam vaquinha

Amigas de Aryadna Montenegro, de 23 anos, estão realizando uma vaquinha solidária para ajudar a custear as despesas do velório da cabeleireira. O corpo da jovem foi encontrado com o rosto bastante desfigurado na manhã de ontem (22), no bairro São Joaquim, zona Norte de Teresina.

Foto: reprodução / redes sociais

As doações estão sendo feitas através da chave PIX: 86 99481-7222 [Lucirene]. O velório da cabeleireira acontece nesta terça-feira (23) em um espaço na Avenida Boa Esperança, e o corpo será sepultado no Cemitério Santo Antônio, no bairro Buenos Aires.

Ao Cidadeverde.com, Lucirene, responsável pela campanha, disse que Aryadna Montenegro não relatou estar sofrendo nenhuma ameaça.

O Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ficará responsável pelas investigações do caso. A suspeita é que a cabeleireira tenha sido morta a pedradas, já que seu rosto estava desfigurado.

No local do crime, a polícia também colheu informações sobre a vítima. Aryadna Montenegro se identificava como uma mulher trans e era vista pela população como uma pessoa trabalhadora. Ela possuía um salão de beleza. Populares relataram que ela não tinha envolvimento com o mundo do crime.

A Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc) também acompanha o caso.

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