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Piauiense é presa em megaoperação contra grupo que falsificava empréstimos; prejuízo de R$ 3 milhões

Por Graciane Araújo

Foto: PC-PR

A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) prendeu 40 integrantes de uma organização criminosa especializada em golpes de falsos empréstimos. A operação, denominada Fallen Fox, foi deflagrada na manhã desta terça-feira (30) e visou desmantelar um esquema que causou prejuízos estimados em R$ 3 milhões em menos de um ano, atingindo vítimas em todo o país. Foram cumpridos 79 mandados judiciais simultaneamente em Curitiba e Araucária, no Paraná, além de cidades na Bahia, Piauí e Mato Grosso do Sul, onde outras quatro pessoas também foram presas.

Foto: PC-PR

Foram 38 presos por mandados de prisão e outros dois autuados em flagrante por posse irregular de arma de fogo e tráfico de drogas, ambos no Paraná. Dos detidos, duas pessoas foram presas na Bahia, uma no Piauí e outra no Mato Grosso do Sul. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. 

No Piauí, uma mulher em Teresina foi presa em cumprimento a mandado de prisão temporária. Segundo o delegado Yan Brayner, da Polícia Civil do Piauí, ela é suspeita de ceder uma conta bancária para uso da organização criminosa. 

"Ela foi ouvida de forma remota, pela Polícia do Paraná, e encaminhada para a Central de Flagrantes", explica o delegado. 

Durante a ação foi apreendida uma arma de fogo, dinheiro, cartões, uma máquina de contar dinheiro e aparelhos eletrônicos. Também foram representadas medidas patrimoniais de bloqueio de bens e valores em contas bancárias e aplicações financeiras.

Foto: PC-PR

A organização criminosa criava anúncios fraudulentos em plataformas online, nos quais falsos atendentes se passavam por funcionários de instituições financeiras. Um dos criminosos recebia R$ 60 mil por mês pela criação dos anúncios fraudulentos. As vítimas eram atraídas por promessas de empréstimos com taxas de juros significativamente mais baixas que as do mercado.

"Os golpistas agiam de forma meticulosa, criando uma falsa sensação de segurança nas vítimas. Utilizavam linguagem técnica bancária e ofereciam condições aparentemente vantajosas. Antes da suposta liberação do crédito, exigiam o pagamento de diversas taxas fictícias, como comprovação de renda, aumento de score de crédito, IOF e Imposto de Renda. Todo esse processo era feito de maneira tão convincente que muitas vítimas só percebiam o golpe após terem perdido quantias significativas", explica delegado Ricardo Casanova.

Os depósitos eram feitos em contas de operadores financeiros, responsáveis pela movimentação do dinheiro e repasse aos líderes da organização. A organização utilizava o DDD 11 para simular uma localização em São Paulo para tentar aumentar a credibilidade dos golpes.

A Fallen Fox é um desdobramento da operação Downfall, deflagrada em 4 de maio de 2023 pela PC-PR e pela Polícia Federal, com o objetivo de reprimir o tráfico internacional e interestadual de drogas. Durante as investigações daquela operação, a PC-PR identificou o envolvimento de alguns membros da organização com golpes de falso empréstimo, o que motivou a deflagração da nova investigação.

Na Downfall, 28 pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em oito estados. Um dos investigados teve apreendido cerca de R$ 900 mil em um de seus endereços e em outro imóvel foi descoberta uma central telefônica usada para aplicar golpes de falsos empréstimos. O principal suspeito comandava um esquema com falsos atendentes que se passavam por funcionários de uma instituição bancária, oferecendo empréstimos a taxas de juros significativamente mais baixas que as do mercado.

O delegado Emmanoel David, oferece orientações importantes para a população se proteger contra esse tipo de golpe. "Recomendamos que os cidadãos estejam sempre alertas, especialmente quando se trata de ofertas de empréstimos online. Desconfie de taxas de juros muito abaixo do mercado e nunca faça pagamentos antecipados para liberação de crédito. É crucial verificar a autenticidade da instituição financeira, utilizando apenas os canais oficiais dos bancos para obter informações", alerta.

 A escolha do nome Fallen Fox para a operação não foi aleatória. Ela se baseia na astúcia e na habilidade dos criminosos em enganar suas vítimas, características frequentemente associadas à figura da raposa. Assim como uma raposa, a organização criminosa agia de maneira sorrateira, criando uma falsa sensação de segurança para suas vítimas antes de aplicar os golpes. Fallen (queda) simboliza o desmantelamento dessa rede.

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