O Piauí foi o segundo estado brasileiro que sofreu maior redução na jornada média de trabalho semanal nos últimos 20 anos. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) o estado reduziu em 21% entre 1988 a 2007, passando de 39,3% para 31,1%. O Estado ficou atrás apenas de Rondônia que teve uma diminuição de 21,7%.
A redução foi maior no trabalho informal e nos estados com menores taxas de emprego, porque os trabalhadores não regularizados, ou que fazem bicos, tendem a trabalhar em ocasiões esparsas, com menos horas.
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Presidente do Ipea, Marcio Pochmann |
Além disso, a queda na jornada média semanal de trabalho também foi maior entre as pessoas com mais de 55 anos (-18,5%), devido à ampliação dos benefícios da Previdência, como aposentadoria rural, o que fez com que muitas dessas pessoas deixassem o mercado de trabalho.
“O país não só reparte mal a riqueza como também reparte mal a jornada de trabalho. Quanto mais formal o emprego, mais horas são trabalhadas. Enquanto isso, a jornada na informalidade tende a ser aquela mínima para a sobrevivência” disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
O número de horas trabalhadas pelas mulheres caiu 11,1% enquanto para os homens a redução foi de 10%.
Da mesma forma, a escolaridade influencia na carga horária trabalhada, pois os indivíduos com menor grau de instrução acabam sujeitos a empregos informais ou precisam recorrer aos chamados "bicos". Entre os menos iletrados, com até um ano de estudo, a queda foi de 18,1% na quantidade de horas, enquanto para os mais especializados a redução foi de apenas de 1,2% nos últimos 20 anos.
Da Redação
Com informações do Globo Online
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