A Comissão Investigadora do Crime Organizado - CICO - fez um levantamento e constatou que, de julho a agosto deste ano, foram soltos 120 assaltantes e ladrões da Casa de Custódia e da penitenciária Irmão Guido, ambas em Teresina. O número fez o órgão da Polícia Civil apelar a juízes para que revejam as decisões de liberdade a acusados de crimes graves.

 

 

De acordo com o presidente da CICO, delegado Bonfim Filho, a soltura desses presos está prejudicando o trabalho da polícia e tornando a situação insustentável. Segundo o levantamento, só em julho foram soltos 72 assaltantes, de carros a bancos, e 48 ladrões enquadrados no artigo 155 - furto. A maioria teria sido libertada por excesso de prazo.

 

Como exemplo, Bonfim citou o caso do maior assalto do Piauí nos últimos tempos, em agência bancária no Centro Administrativo, zona sul, no último novembro. Foram levados R$ 934 mil. A quadrilha com nove integrantes foi presa, e R$ 550 mil já foram recuperados. No entanto, só um dos acusados continua detido. 

 

"É como jogar água em um pote furado. A polícia faz uma investigação, gasta tempo e dinheiro, usa equipamentos, veículos, homens, para fazer toda uma operação, e no final os presos são soltos", reclamou Bonfim Filho, que fez um apelo a juízes para que revejam as decisões de soltura por excesso de prazo e levem em conta a periculosidade dos mesmos, e a chance de novos crimes serem cometidos.

 

"São 120 bandidos na rua somente nesses dois meses. E não foi o arcebispo quem prendeu, foi a polícia", acrescentou Bonfim Filho, que pretende acompanhar os dados relativos à soltura de presos com frequência.

 

Os dados foram apresentados após a chegada de cinco assaltantes do Banco do Brasil da Praça do Liceu, de onde foram levados R$ 500 mil no janeiro último. Eles foram recambiados do Ceará.