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O trabalho, a dor e a alegria por trás da doação de córneas e rins

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A morte, que todos nós sabemos ser inevitável, ainda é um tabu para muitas pessoas. A falta da presença física do corpo, a necessidade de saber que o ente querido ainda está ativo entre nós e a dor da perda são processos dolorosos. Entretanto, os familiares de pessoas que morreram e conseguiram superar este sentimento, podem transformar o luto na salvação e melhoria da condição de vida de várias pessoas que precisam de órgãos. No Piauí, alguns hospitais realizam transplantes de rim e córnea. A equipe da TV Cidade Verde acompanhou a jornada de duas destas operações e de seus pacientes.





A vida dos pacientes que precisam fazer hemodiálise não é fácil. A filtragem das impurezas no sangue para os doentes com problemas agudos nos rins deve ser feita três vezes por semana, durante quatro horas. Em 2004, após anos nesta situação, o aposentado Manoel Lima, se libertou do tratamento através de um transplante. Ele é um exemplo dos 350 transplantes renais feitos no Piauí em oito anos. Aproximadamente dois terços destes são feitos através da doação de um doador vivo; irmãos, pais, filhos, primos, amigos ou até pessoas desconhecidas dos pacientes.


Para realizar a doação, no caso do doador vivo, é necessário operar os dois, doador e receptor, ao mesmo tempo. A cirurgia para tirar o rim dura aproximadamente duas horas. Após a retirada do órgão, a equipe médica injeta soro pela artéria renal, num processo chamado perfusão, para que o líquido circule e faça o mesmo percurso do sangue. Quando a retirada do órgão é satisfatória, as chances de o transplante dar certo são maiores.



O passo seguinte é mergulhar o rim em gelo e levá-lo ao receptor. Os cirurgiões religam as artérias e veias e, caso tudo ocorra de forma satisfatória, o sangue volta a ser filtrado, o que é constatado através de uma sonda.



O paciente receptor tem alta aproximadamente uma semana depois da operação e acaba ficando com três rins: os dois que possuía e que vão atrofiando, mais o novo. O doador é liberado quatro dias após a cirurgia e pode ter uma vida normal com seu único rim que é capaz de, sozinho, filtrar todo o sangue de uma pessoa, tranquilamente. Embora este tipo de cirurgia seja a mais comum no Piauí, aquela considerada mais simples pelos médicos continua sendo a do doador cadáver, já que demanda menos tempo e profissionais.


Pela luz dos olhos teus
A doação de córneas e outros tecidos oculares também é recorrente no Piauí. Após encontrar um doador cadáver, o primeiro passo é realizar uma análise no Laboratório Central (Lacen) e verificar se há um risco de contaminação para o receptor. Se tudo estiver de acordo, os globos oculares vão para o Banco de Olhos do Piauí, inaugurado em maio deste ano, mas responsável até agora por 58 doações piauienses e 15 de outros estados. No local, os olhos são novamente examinados e tem suas partes separadas. A córnea, parte mais externa, é retirada delicadamente e conservada. Já a esclera, a parte branca pode ser utilizada para reestabelecer a anatomia de pacientes com deformidades faciais.







Boa parte dos casos de pacientes que precisam de transplantes sofrem de doenças degenerativas ou algum tipo de infecção ocular que não está sendo tratada.







Durante a operação, o paciente é sedado, para manter-se calmo, e anestesiado, a fim de que suas pálpebras não se movam. Os médicos fazem um corte do tamanho exato da córnea que será transplantada e a inserem, cosendo os pontos com fio tão fino que só é visível ao microscópio. Após a delicada sutura, são aplicados antibióticos. A cirurgia dura aproximadamente três horas. A recuperação é a médio prazo: a nova córnea precisa de aproximadamente quatro meses para se adaptar até que o transplantado veja e viva a vida com mais qualidade.


Para ser doador, basta manifestar sua vontade em vida e orientar sua família para permitir a doação.


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Reportagem Indira Gomes
Edição Portal Carlos Lustosa Filho
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