Um novo controlador de crescimento de insetos está sendo utilizado pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), como mais uma arma de combate à dengue. De menor teor de toxidade do que o larvicida anterior, o Diflubenzuron é recomendado pelo Ministério da Saúde. O produto vem sendo aplicado pelos agentes de endemias da Gerência de Zoonoses nas zonas Norte e Sudeste, áreas de maior incidência de notificações da doença. A partir do fim de outubro, será utilizado no restante da cidade.
Essa nova composição química inibe a formação de pele das larvas do Aedes aegypti, impedindo o seu desenvolvimento. Com o produto há uma demora um pouco maior para a eliminação da larva, mas é ele é mais eficaz e menos tóxico. A medida atende à Política Nacional de Rotatividade de Insumos do Ministério da Saúde.
“As pessoas podem estranhar o fato de a larva continuar se movimentando em determinado recipiente depois da aplicação desse produto, mas o larvicida está atuando e impedindo o seu desenvolvimento”, explica a médica veterinária Oriana Bezerra Lima, do Serviço de Zoonoses do município. “Devemos também enfatizar que essa medida é apenas mais uma arma de combate à dengue e a população deve continuar redobrando os cuidados no sentido de eliminar todo e qualquer depósito, objeto ou recipiente que venha acumular água e se tornar criadouro de mosquito, além do cuidado constante com o lixo”, salienta a veterinária.
Para aplicação do larvicida, agentes de endemias e supervisores passam por treinamento. O produto vem sendo aplicado nos estágios iniciais do desenvolvimento das larvas, nos locais de maior concentração de criadouros e de infestação de mosquito. O Ministério da Saúde toma periodicamente esse tipo de medida porque, depois de algum tempo, os insetos costumam desenvolver resistência contra determinados inseticidas.
O produto
O Diflubenzuron interfere na troca de quitina, um dos principais componentes da cutícula (pele) dos insetos. Depois do contato com o inseticida, as larvas têm dificuldades na mudança periódica de pele, conhecida como ecdise. A consequência disso é que a cutícula mal formada pode não suportar a pressão interna durante a ecdise ou não conseguir dar suficiente suporte aos músculos, resultando na morte das larvas, cortando o ciclo da dengue na fonte.
Da Redação
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