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No Brasil jogadores tricampeões lembraram das dificuldades

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O tricampeonato no Mundial de vôlei foi um título que misturou gerações. Em quadra, campeões olímpicos de 2004 e três participantes do primeiro ouro, em 2002. Ao lado, novatos que chegaram à equipe nos últimos três anos. A renovação foi colocada à prova e passou no teste. Agora, fica o gosto de última vez para uns e sensação de um bom começo para outros. Veja quem são os brasileiros que estão perto da despedida e não devem voltar para a quadra em 2014, no Mundial da Polônia, quem ainda pode pensar em ficar e quem apenas está começando com o primeiro título.

Último Mundial

Giba, Rodrigão e Dante são os reais tricampeões, presentes em todas as conquistas da seleção no torneio. Deles, Giba, o capitão do time na Itália, já prepara o discurso para a despedida. “A principal coisa é isso: é preparar na sua cabeça o que vai acontecer. Vamos com um passinho de cada vez, mas eu sei que está chegando mais perto (a aposentadoria)”, conta.

O exemplo de casa também contribui. “A minha esposa (Cristina Pirv, ex-atleta) jogou voleibol durante 20 anos e pelo fato de a gente escolher ter esses dois tesouros (os filhos Patrick e Nicoll) aqui, ela teve que parar de jogar e eu já vi um pouco dentro de casa como é isso”, explica.

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Giba exibe a taça de campeão mundial na volta ao Brasil

Aos 34 anos ele deixou se ser o protagonista, eleito o melhor jogador do mundo em 2006, para virar um conselheiro da equipe do banco de reservas. Com a função de mais um auxiliar de Bernardinho, será que nasce mais um técnico para o vôlei nacional?

“Já ouvi falar muito isso, mas eu não quero não. Eu quero continuar no meio do esporte, mas penso em levar a minha experiência mais para o lado administrativo,de dirigente. Alguma coisa que possa ainda trazer melhorias para quem está dentro da quadra”, fala o capitão.

Vôlei de praia é sonho de consumo

Enquanto Giba pouco atuou, Rodrigão, veterano no meio-de-rede, foi titular absoluto e destaque em diversas partidas, principalmente pela atuação no bloqueio. “Acho que eu cheguei bem preparado. Melhorou muito com a volta do Chico (José Francisco dos Santos – assistente técnico) para a seleção. Ele treinou muito bloqueio comigo e pegou muito no pé. Mas eu acho que já venho jogando bem nesse ano, desde o Pinheiros/Sky. E chegar aos 31 anos nessa forma, eu já estou bem contente”, diz Rodrigão.


O central terá 35 anos no Mundial da Polônia e não se intimida com a idade e ainda pensa em seguir na seleção. “Eu me espelho muito no Gustavo. Ele tem quatro anos a mais do que eu, exatamente. Olho para ele e penso como vou estar daqui a quatro anos. Eu acho que ele teria condições de estar aqui”, comenta. “Eu quero curtir, até a hora que acabar e não der mais porque eu vou sentir muita falta, eu sei disso. Mas eu não quero sair tão cedo”, completa.

Mas, se tiver que mudar de planos, ele já tem o destino escolhido: a praia. “Se realmente depois da Olimpíada de 2012 a decisão for sair, eu não quero ficar parado ou só ficar ou só na preparação e fazendo pré-temporada. Tenho vontade de fazer o World Tour mundial praia”, afirma.


Ele já imagina até como seria o seu novo calendário. “A minha vontade é, depois de uma Superliga até o começo da próxima, jogar praia. É um ambiente que eu gosto, com um calendário que dá para fazer praticamente todas as etapas. É uma vontade, é um sonho de consumo”, explica.

Um provável parceiro seria Dante, outro tricampeão da seleção e companheiro de quarto de Rodrigão. “Ah, isso ele me fala o tempo todo, é chato até”, brinca Dante. Rodrigão responde com o mesmo tom: “Com o Dante eu não sei se dá para jogar porque ele é muito vagabundo”.

Em tom mais sério, Dante admite a proposta do amigo. “Nós estamos conversando, precisamos acertar ainda alguns detalhes para o futuro e quem sabe não podemos ter essa dupla aí?”.

Entretanto, Dante pensa em ficar no time verde e amarelo mais tempo. “Tenho na minha cabeça, como a minha estrada, encerrar a carreira na seleção em 2016. Hoje, com 30 anos, eu falo isso. Mas quem sabe a gente não dá uma esticadinha na praia depois?”, afirma o ponteiro.


Jovem veterano

Murilo também já tem uma história na seleção. No time desde 2003, ele participou da conquista de 2006, mas pouco atuou. “Joguei naquele jogo contra a França, que perdemos e nem entrei nas finais”, lembra. Agora, ele é o destaque do time e o herdeiro de Giba no posto de melhor do mundo. E o capitão é um exemplo para Murilo pensar em jogar na Polônia, em 2014.

“O Giba esta aí e jogou esse Mundial e está jogando muito bem. Acho que fisicamente eu vou ter condições de jogar. E se eu for até 2014, com certeza vou até 2016 porque a Olimpíada vai ser no Rio”, comenta.

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Murilo voltou para o Brasil com o título de melhor jogador do mundo

Cheguei e quero mais

Grande parte dos jogadores brasileiros chegaram ao time nos últimos anos, principalmente depois da Olimpíada de Pequim. O oposto Leandro Vissotto foi um deles. Ele passou por maus momentos durante o Mundial, com dores no calcanhar logo no começo e principio de gripe, mas cresceu e foi a segurança nas partidas finais.

“Estar com essa medalha aqui no peito é um sonho. Fazer parte desse hall de vencedores é uma honra e ter dado a minha contribuição na hora certa foi fundamental, diz Vissotto, autor do último ponto da final contra Cuba. “Eu já estava meio emocionado. Para ser sincero eu estava quase chorando ali. Foi um presente de Deus para consagrar o bom desempenho”, afirma o oposto.

E Vissotto igualou a marca de Nalbert como campeão mundial em todas as categorias: infanto, juvenil e adulto. Mas ele quer mais. “Títulos mundiais eu já tenho todos, até de clube eu fui campeão com o Trentino no ano passado. Mas que venham mais”, diz.

Campões e o próximo Mundial

Quem fica: são os mais novos, com menos de 30 anos, e que ganharam espaço na renovação pós-Pequim
São eles: Bruno (levantador), João Paulo Tavares (oposto), Leandro Vissotto (oposto), Lucão (central), Mario Jr (líbero), Murilo (ponta), Sidão (central), Théo (oposto)

Quem tem chance: estão na casa dos 30, mas ainda miram o Mundial de 20104
São eles: Dante (ponteiro), João Paulo Bravo (ponteiro), Rodrigão (central) e Allan (líbero)

Quem sai: são os velhos, com mais de 30 anos
São eles: Giba (ponteiro) e Marlon (levantador)


Fonte: IG

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