Cidadeverde.com

EUA votam por novo Congresso e decidem futuro de Obama

Imprimir

Os americanos já vão às urnas nesta terça-feira (2) para renovar a Câmara dos Representantes e parte do Senado, além de 37 dos 50 governadores, em uma votação que deve ter um impacto na segunda metade do governo do democrata Barack Obama, eleito em 2008.

Os primeiros colégios eleitorais da Costa Leste abriram a votação às 8h do horário brasileiro de verão. Os últimos colégios, dos estados de Alasca e Havaí, devem encerrar a votação às 2 da quarta-feira.



Segundo as últimas pesquisas divulgadas nesta segunda, o oposicionista Partido Republicano é o grande favorito das eleições legislativas.

O presidente Obama foi a campo nos últimos dias pedir voto para os candidatos democratas e, nesta segunda, disse que uma eventual vitória republicana pode comprometer o combate à crise econômica no país.

Na véspera da eleição, ele disse no rádio que o voto no Partido Democrata é essencial para continuar combatendo a crise econômica.

Em viagem à Malásia, a secretária de Estado fez uma brincadeira com Obama, numa referência velada ao prognóstico ruim para os democratas.

A última pesquisa do instituto Gallup realizada entre quinta-feira e domingo com 1.539 prováveis eleitores coloca os republicanos na dianteira com 55% das intenções de voto, contra 40% dos democratas.

Outro levantamento conjunto do "The Wall Street Journal" e do canal de televisão "NBC" também prevê um grande avanço dos republicanos diante do que descrevem como "frustração" com Obama, sua política econômica e o Congresso de maioria democrata.

Na consulta, os republicanos aparecem com uma vantagem de seis pontos e atingem 49% do apoio popular, contra 43% obtidos pelos democratas.

Quase a metade dos eleitores que se inclinam por um Congresso de maioria republicana assegura que se trata de um "voto de protesto" contra os democratas.

Apesar de haver consenso de que a direita parte com vantagem na votação, não há acordo entre pesquisas e analistas sobre o tamanho da provável vitória.

Analistas falam em um cenário em que os democratas perderiam a Câmara de Representantes (câmara baixa), mas manteriam por pequena margem o controle do Senado. Mas já há a possibilidade de vitória republicana também na câmara alta.

Os distintos resultados das pesquisas do "The Wall Street Journal" e do Gallup são um exemplo, mas outras consultas diferem também no grau de apoio: o canal "Fox News", por exemplo, coloca os conservadores 13 pontos à frente; para a "CNN", são dez; e o "The New York Times" prevê vantagem de seis pontos dos republicanos.

Nate Silver, autor do blog "FiveThirtyEight" -que antecipou corretamente os resultados em todos os estados do país durante as eleições presidenciais de 2008-, afirma que dadas as diferentes conclusões das pesquisas, "é difícil prever o tamanho da onda conservadora".

Os republicanos precisam de 39 cadeiras para se tornar a maioria na Câmara de Representantes, e 10 para prevalecerem no Senado.

Segundo o modelo de simulação do "FiveThirtyEight", os conservadores conquistarão cerca de 53 cadeiras na Câmara de Representantes, enquanto no Senado devem ganhar sete, o que não atingiria a maioria.

Se as previsões estiverem certas, será a primeira vez nos últimos 80 anos que o Senado dos EUA não muda de liderança ao mesmo tempo que a Câmara de Representantes.

A mudança de forças prevista no Congresso promete complicar a agenda do governo dos democratas e alterar o rumo da Presidência de Obama.

O próprio assessor político do presidente, David Axelrod, lembrou na segunda que alguns dos grandes temas pendentes da agenda política, como a reforma migratória, não poderão ser tratados sem o apoio dos republicanos.

Os democratas não conseguiram levar essa reforma adiante nos últimos anos, apesar de terem a maioria em ambas as casas. Agora, com uma margem de representação reduzida, cumprir essa e outras promessas eleitorais pode se tornar ainda mais complicado.

Durante a disputada campanha para as eleições legislativas, os democratas insistiram que assumiram a liderança do país em meio à pior crise dos últimos 70 anos, criada na Presidência do republicano George W. Bush, e pediram mais tempo para tocar as reformas.

No entanto, a julgar pelas pesquisas, o eleitorado, descontente com uma taxa de desemprego de quase 10% e com uma recuperação econômica ainda lenta, não parece disposto a dar outra oportunidade ao atual governo.

Analistas como Bruce Gronbeck, da Universidade de Iowa, e Erwin Hargrove, da Universidade Vanderbilt (Tennessee), atribuem grande parte da atual situação ao êxito da propaganda dos republicanos, que apresentaram os democratas como maus gerentes econômicos e responsáveis por um déficit que não para de crescer.


Fonte: G1, com agências internacionais

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais