O juiz do trabalho Adriano Craveiro Neves decretou nesta quinta-feira (4) uma interdição proibitória que impede o Sindicato dos Comerciários de barrar a entrada de trabalhadores e fechar lojas do Centro da capital, semelhante ao que ocorreu na manhã de hoje em "arrastão" da categoria em greve.
Polícia foi acionada para controlar situação durante protesto
A decisão foi confirmada pelo Sindicato dos Lojistas, que não comentou o assunto. Do outro lado, os comerciários reclamam que a medida foi tomada para limitar a ação do sindicato, que iniciou greve desde 7h da manhã de hoje. Lojas foram fechadas e a polícia chegou a ser acionada para controlar a situação.
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"Nós estamos numa manifestação tranquila, pacífica. Estamos trabalhando para derrubar esta liminar. Estão intimidando os trabalhadores, caso eles entrem em greve, serão demitidos", denuncia Gilberto Paixão, diretor do Sindicato dos Comerciários, que já recebeu a decisão judicial.
O sindicalista garante que os protestos vão continuar e aconselha clientes a não irem as lojas. Outro arrastão continua programado para 7h desta sexta-feira e aguarda a derrubada da decisão. "Vamos continuar com as manifestações tranquilamente", completou Paixão.
Do outro lado, o Sindlojas divulgou uma nota de esclarecimento, assinada também pelos sindicatos do Comércio Varejista, Comissionários e Consignatários, e das Empresas de Serviços Contábeis e Perícia e Informações. Eles informam que tentam negociar com os trabalhadores desde maio e acusam os Comerciários de intransigência e rompimento unilateral nas negociações. Afirmam ainda que os reajustes dos últimos quatro anos foram superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC.
NOTA DE ESCLARECIMENTOAs entidades patronais do Comércio do Estado e de Teresina Piauí, abaixo assinadas vêm a público esclarecer aos seus associados, bem como, à população desta Capital, que desde o início do maio do ano em curso tentam negociar com o Sindicato dos Empregados no Comércio e Serviços de Teresina a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho-2011/2012, porém sem resultado prático até esta data.Em que pese a boa vontade e permanente disposição para o diálogo se esbarrou na intransigência, e o que é pior, no radicalismo da entidade laboral. Das ameaças, este sindicato passou a ação com palavras de ordem ofensivas ao comércio e aos empresários dos setores a quem acusa de pagar salário de fome e exploração da mão-de-obra empregada.No entanto, nos últimos quatro anos os reajustes acordados foram em índices superiores ao INPC com ganhos reais significativos para a classe laboral. Aumentos esses, que se apresentam entre os mais altos do País. Atualmente, quando o salário mínimo é de R$ 545,00 pagou-se o piso de R$ 596,00 até 30 de maio último.Durante às vezes em que as partes sentaram-se às mesas de negociações, chegou-se a oferta de piso no valor bem superior ao pago na maioria das capitais Nordestinas, entretanto, não se chegou a entendimentos.As entidades patronais estão prontas para negociar um acordo com a mesma tranquilidade com que vinham fazendo e sempre fizeram. Porém, não podem e nem devem ceder a pressões descabidas, muito menos às ameaças e agressões. Esperam com toda serenidade que os dirigentes do sindicato laboral desarmem os espíritos e retomem o processo de negociação para renovação da convenção coletiva de trabalho 2011/2012 que unilateralmente interromperam, na tarde desta quarta-feira, dia 03/08/2011.Por fim as entidades patronais reafirmam seus compromissos de dialogar construtivamente, mas, para isto é preciso que os seus interlocutores assim o desejem.SINDILOJAS-PI –SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO DO ESTADO PIAUÍSINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE TERESINA-PISINDICATO DOS COMISSIONÁRIOS E CONSIGNATÁRIOS DO PIAUÍSESCON-PI -SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTABEIS E PERICIA E INFORMAÇÕES
Fábio Lima e Jordana Cury (especial para o Cidadeverde.com)
