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Paralisação de funcionários da TAM em Congonhas afeta voos

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Uma paralisação parcial de funcionários da TAM provoca atrasos e cancelamentos de voos no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, na manhã desta quinta-feira.

De acordo com a Infraero (estatal que administra o aeroporto), 34 voos tiveram atrasos acima de 30 minutos, o que representa 42% do total programado no aeroporto desde as 6h. Também foram cancelados 12 voos.

Segundo a TAM, parte funcionários do setor de rampa, responsáveis pelo manuseio de cargas e bagagens e pelos equipamentos de solo que atendem as aeronaves, cruzaram os braços desde a manhã.

A paralisação provocou o cancelamento de diversos voos da companhia e causa efeito cascata em outras empresas, como a Gol. Com as aeronaves paradas no aeroporto, não há espaço para outras operarem. A Gol afirma que seus funcionários não aderiram à paralisação.

A TAM afirma que "já tomou medidas para reforçar sua equipe para normalizar as operações o mais rapidamente possível", mas ainda não há previsão. "A TAM lamenta os transtornos experimentados pelos clientes", disse a empresa, em nota.

Diversos passageiros reclamam da situação. O supervisor de engenharia Fabiano Belli, 44, disse que desistiu de uma viagem a trabalho a Brasília. Seu voo deveria ter decolado às 8h30, mas até as 10h ainda não havia previsão de horário.

"Os funcionários disseram pra gente que não tem gente para tirar as malas de dentro dos aviões. E que por isso não há previsão para nada. Quero ver quando chegar o ano da Copa", disse.

Manifestação
Sindicalistas que representam os aeroviários (funcionários que trabalham nos aeroportos) fazem uma manifestação no saguão de Congonhas desde a manhã.

Eles agitam bandeiras, usam caixas de som, e prometem greve geral a partir das 23h. O protesto ocorre no mesmo horário em que o Procon-SP realiza blitz para fiscalizar possíveis irregularidades nas companhias aéreas.

Até o fim da tarde o órgão deve divulgar um balanço das autuações.

O engenheiro João Lima, 48, que perdeu um voo para Brasília, discutiu com sindicalistas no saguão. "Eu acho a causa deles justa, mas essa negociação deveria ter ocorrido antes desta época do ano, porque nós usuários sofremos com isso", disse.

Greve
Com o risco da greve anunciada para hoje, o Snea (sindicato das empresas) recorreu à Justiça e ontem (21), o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro João Oreste Dalazen, determinou que pelo menos 80% dos aeronautas (pilotos e comissários) e dos aeroviários estejam em seus postos de trabalho nos dias 23, 24, 29, 30 e 31.

Se desrespeitarem a decisão liminar, o Sindicato Nacional dos Aeronautas, o Sindicato Nacional dos Aeroviários e os sindicatos dos aeroviários de Porto Alegre, Pernambuco e Guarulhos estarão sujeitos a multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento.

A Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil), ligada à CUT, afirmou que os sindicatos filiados ainda não foram notificados oficialmente e que só vão falar após tomarem conhecimento da liminar.

"Assim que forem notificados, os sindicatos irão avaliar a situação com suas assessorias jurídicas e submeter o caso às assembleias dos trabalhadores previstas para esta quinta-feira à tarde. Independente do limite de participação que foi imposto à greve, a mesma não é descartada pelos sindicalistas", afirmou a entidade, por meio de nota. 

Fonte: Folha Online
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