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Rodrigo Santoro e Selton Mello se encontram em "Reis e Ratos"

Habituado a transitar pelos sets das superproduções de Hollywood, Rodrigo Santoro viveu uma experiência diferente ao atuar em "Reis e Ratos", novo filme de Mauro Lima que tem estreia prevista para 17 de fevereiro.

O longa, orçado em R$ 2 milhões e rodado em apenas 17 dias, funcionou como uma espécie de desafio para o ator.

"'Reis e Ratos' é um projeto atípico em minha carreira. Fui convidado pelo Mauro aos 46 minutos do segundo tempo e comecei a filmar uma semana e meia depois", diz ele, que teve como parceiros na empreitada os atores Selton Mello e Cauã Reymond.

Elenco durante filmagem de "Reis e Ratos", que estréia em 17 de fevereiro

Os três, além do diretor Mauro Lima, se reuniram essa manhã no Rio para falar sobre o filme que surgiu de forma despretensiosa e tem tudo para se transformar num dos grandes sucessos da temporada de verão nas salas de projeção do País.

O longa se passa em 1963 e mostra o clima de conspiração que tomava conta do Brasil às vésperas do golpe militar de 1964 sob o ponto de vista de alguns personagens. A música tema foi composta especialmente por Caetano Veloso e a produção é de Paula Lavigne. 

Rodrigo Santoro confessa ter abraçado o projeto após uma conversa com Selton. "Ele botou a maior pilha e me disse: vamos lá mano, é um exercício, vamos no desapego. Foi uma experiência muito diferente e o resultado foi muito bacana".

Para viver um ex-cafetão viciado em anfetamina, Santoro se despiu de toda e qualquer vaidade. "Não teve aquela coisa de ter tempo para ensaiar, para se preparar. Foi tudo no instinto."

Acostumado a mergulhar de cabeça em seus trabalhos, ele driblou o pouco tempo que teve para compor o personagem e criou um tipo surpreendente. "O Roni é um cara corroído pelos maus hábitos, o resultado é conseqüência de uma pesquisa feita em cima do visual daquela época".

O personagem esconderá o belo rosto do ator em uma maquiagem que deixa sua pele com aspecto sujo, com alguns ferimentos, e aparecerá usando uma prótese dentária.

"Estava na cadeira do meu dentista e contei sobre o trabalho. Ele me disse que a primeira a coisa que eu tinha a fazer para a composição era apodrecer os dentes e se propôs a fazer a prótese", conta ele, que comprou a ideia imediatamente. "Eu não me acho um galã, sou um ator, mas não olho essa imagem que fazem de mim de forma negativa, não procuro fugir dela".

Cauã Reymond também diz ter mergulhado com tudo para viver o radialista afeminado e médium do filme. Passou dez dias sob os cuidados de uma fonoaudióloga e procurou um professor de russo para ajudar na composição do médium.

"Li o roteiro umas cinco vezes e fiquei vendo vídeos do Repórter Esso durante dez dias". Cauã afirma que o personagem é diferente de tudo que já fez. "Senti uma responsabilidade enorme em trabalhar com o Selton e o Rodrigo. No primeiro dia fiquei muito nervoso e fumei 25 cigarros".

Selton Mello exalta sua parceria com Mauro Lima, que começou na época em que ambos trabalharam juntos no filme "Lisbela e o Prisioneiro" e ganhou corpo com o sucesso de bilheteria "Meu Nome Não é Johnny".

"Tenho uma afinidade enorme com o Mauro e já conhecia o roteiro. Não me preocupo com o fato de não ter tido tempo para ensaiar, existe um excesso de preocupação. Ninguém é preparado para a vida, cinema é aqui e agora", filosofa. Selton vive um agente da CIA deslocado para uma missão no Rio. "Optei por fazer uma homenagem aos atores do cinema noir". 


Fonte: Folha 
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