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Delegados vão acionar Justiça contra acúmulo de cidades

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O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí - Sindepol-PI- denuncia que um filiado está sendo investigado pelo Ministério Público por não cumprir com o dever, enquanto o mesmo alega não ter condições por estar sobrecarregado de trabalho, com nove municípios para registrar ocorrências e investigar crimes. A entidade promete entrar na Justiça para acabar com o acúmulo de cidades nas atribuições dos profissionais.

Sebastião Alencar, presidente do Sindepol

O delegado em questão é Juciêr Alyson Alves dos Santos, titular do município de Corrente, mas que também responde por Barreiras do Piauí, Cristalândia do Piauí, Gilbués, Monte Alegre, Santa Filomena, São Gonçalo do Gurgueia, Sebastião Barros e Riacho Frio. O promotor Vando da Silva Marques, da comarca de Gilbués, teria feito requisições, que não foram cumpridas. De acordo com o Sindepol, o promotor instaurou investigação criminal contra Juciêr dos Santos por suposta prevaricação.

“Não se trata de desídia de minha parte, pois trabalho todos os dias, inclusive nos finais de semana, e não consigo fazer mais do que estou fazendo”, diz o delegado, que alega ter pedido à Delegacia Geral outro servidor para tal por falta de condições em executar o trabalho. A sobrecarga, a falta de escrivão e a presença de apenas cinco agentes para darem conta da demanda o impediriam de se deslocar de Corrente para apurar os crimes. “Faço procedimentos até de madrugada e em quase todos os finais de semana estou na delegacia fazendo algum flagrante”, relata.

O acúmulo de serviço dos delegados do interior se deu no ano passado, depois do governo do Estado ser forçado a cumprir uma determinação legal e exonerar dos cargos de delegado todos os policiais militares ou agentes que não haviam sido concursados para tal função. Com isso, a Secretaria de Segurança criou grupos da PM no interior que levam os casos até a delegacia regional. O Sindepol defende a nomeação de 40 concursados do Estado para o preenchimento das vagas nas cidades sem delegado. 

Sebastião Alencar, presidente do Sindepol, aguarda uma outra ação na Justiça para resolver o problema da demanda dos delegados. “O Ministério Público conhece bem a precariedade da Polícia Civil no interior do Piauí, já ingressou com ações civis públicas em quase todas as comarcas exigindo delegados de carreira, mas é preciso reconhecer que o Estado não vem nomeando delegados a contento”, declarou.

Além disso, o Sindepol deve ingressar com ação nesse sentido. “Todos os delegados que estão no interior estão acumulando delegacias. Posso garantir que o trabalho de repressão ao crime não se faz assim, pois é impossível uma autoridade policial realizar um trabalho satisfatório tendo que fazer sozinho o trabalho que deveria ser feito por cinco ou dez delegados”.
 
Da Redação
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