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Rejeitos da extração de opala serão destinados à fabricação de tijolos

A lapidação de opalas em Pedro II, cidade localizada a 195 quilômetros ao norte de Teresina, foi intensificada no final da década de 90. Em 2004, o Ministério Público interditou as áreas de extração da pedra, devido a conflitos entre garimpeiros locais e australianos, que até então eram os maiores beneficiados com a extração da opala na região.


Para resolver a questão, foi criado o Arranjo Produtivo Local, APL, da Opala, que conta com a parceria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí. Por meio desse projeto, as áreas de extração foram legalizadas e liberadas para uso por parte dos garimpeiros de Pedro II.

A Mina do Boi Morto foi uma das áreas liberadas para extração. O local, devido à exploração desenfreada de mais de mais 40 anos, encontrava-se bastante degradado. Na época foi definido um Plano de Recuperação. A 1ª Carta Ambiental tratou sobre as normas técnicas do processo de mineração.

Na 2ª carta, o foco era um destino para o rejeito, de forma a reduzir o passivo ambiental, herança de quase cinco décadas. Atualmente, esse rejeito tem um volume de mais de 10 milhões de metros cúbicos. Estudos mostraram que a areia grossa do material era de excelente qualidade, o que fez os pesquisadores elaborarem o plano de uma célula de fabricação de tijolo ecológico.

“O que acontece é um regarimpo de um produto garimpado por mais de 40 anos desordenadamente. Com o passivo ambiental da mina, conseguimos produzir um material ecologicamente correto, sem queima de energia, e que gera emprego e renda”, explica o engenheiro Marcelo Morais, coordenador do APL da Opala.


A vantagem dos tijolos ecológicos, segundo Morais, é o conforto térmico, além da resistência do material. “A parte interna das construções com esse tijolo tem em torno de 5ºC de diferença em relação ao seu exterior. Apresentamos um projeto de construção de casas com esse tijolo para a prefeita Neuma Café, que ficou bastante entusiasmada com a idéia. Queremos divulgar a utilidade e os benefícios desse produto”, acrescenta Marcelo.

A Mina do Boi Morto ainda tem áreas intactas e no rejeito ainda há uma grande quantidade de cascalhos que podem ser utilizados na confecção de joias e outros produtos.

Em Pedro II, existem mais de trinta minas de opala, das quais cinco são trabalhadas por garimpeiros locais. A pedra que só é encontrada na região e na Austrália, se destaca pela resistência e firmeza, tendo seu valor definido com base nas nuances de cores. Quanto mais cores, mais valiosa é a pedra.

Reza a história, que em Pedro II já foi encontrada uma pedra de quase cinco quilos, que está no museu de Londres. A outra grande pedra que se tem registro da extração ainda está em Pedro II e tem seu valor avaliado em R$ 300 mil.

Da Editoria de Cidades

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