Expectativas e previsões sobre a presidência de Severo Eulálio na Alepi

O deputado estadual Severo Eulálio (MDB) será presidente da Assembleia Legislativa do Piauí apenas no biênio 2025-2026. Mas, como leitor sabe bem, os políticos sentem de longe e antes de todo mundo, um certo cheiro de poder. Se a Alepi fosse um reino, poderia se dizer sem errar que Severo já é tratado nos corredores como rei. E como será uma presidência de Severo? Sem futurologia, pois a colunista é uma racionalista convicta, basta pensar no pai do deputado, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e ex-deputado Kléber Eulálio. O leitor não lembra? A coluna refresca a memória, não seja por isso.

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Nasceu talhado?

Kleber Eulálio foi presidente da Alepi por duas vezes, sendo uma no período anterior ao ex-governador Alberto Silva e outra com Mão Santa. “Severo é um menino que conversa muito com o pai. Ele é o pai purinho, ou seja, sem estripulia”, analisou um ex-deputado bastante experiente à coluna, sobre suas projeções para a ascensão de Severo à presidência do Poder Legislativo estadual.

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Avião sem turbulência

Com décadas de experiência no mais alto escalão da política piauiense, uma fonte relata que Severo “é um cara de Governo, mas se relaciona bem com a oposição. Não vai tirar direito dos deputados de oposição”. Outro político que não criou nenhuma fricção com a oposição e ainda é lembrado internamente com respeito é o hábil vice-governador Themístocles Sampaio (MDB). 

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Posturado e calmo

Mas, ao contrário de Themístocles, Severo não vai disputar a reeleição à presidência (mesmo podendo, pois a reeleição é permitida em biênios diferentes). “O Severo está quase certo que vai concorrer para deputado federal em 2026. Vai fazer o que o Franzé (Silva, atual presidente da Alepi, do PT) está querendo, mas no momento certo, porque ele (Severo) será candidato como presidente e sem alarde”, completou um político da base governista.

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Vem aí uma surpresa

Dessa forma, fica completamente aberta a sucessão de Severo Eulálio na presidência. O PT retorna? O MDB fica? Tudo é possível! “O jogo zera e qualquer deputado poderá trabalhar seu nome. Teve muito pouco presidente na Alepi em 30 anos porque todos que puderam, tentaram a reeleição. Agora vai ter mais rotatividade”, ponderou a fonte, em reserva, à coluna. 

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E tem mais essa

Há mais um fator na equação. A votação da família Eulálio concentra-se especialmente na região de Picos, o que deve também abrir um novo flanco de possibilidades: a cadeira de estadual da família Eulálio ficará com quem? 

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Tudo é possível

“O Severo é primo da esposa do Rafael (Fonteles). A vaga de estadual pode ser indicada por alguém da família em Picos, pode ser um irmão ou irmã dele o candidato ou ainda o Inácio Carvalho (vereador), que é tio do Severo. A cadeira de estadual está na família deles há 50 anos. Não é certo que ele ganhe para federal, então mais seguro é alguém disputar a Alepi”, analisou um político que já foi reeleito várias vezes e entende do riscado.

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Bom para todos, melhor para o MDB

Se vai ser bom para todos, melhor ainda será para o MDB, que retornará à presidência da Alepi depois do curto hiato petista. “Ele (Severo) é amigo de todos, é o retorno do estilo agregador, mas ele é emedebista, né? O avô dele, o pai dele e ele são MDB. Um MDB mais ligado à ala do senador Marcelo Castro, que se fortalece contra a ala do Themístocles. Mas o Severo se dá bem com todo mundo”, ressalva um político ouvido pela coluna. 

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Fique frio

Ventos de Brasília deram uma folga ao prefeito Dr. Pessoa (Republicanos). Consta que o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, mandou recado para o Palácio da Cidade: “O partido é do Pessoa e ninguém toma”, revelou uma fonte bem informada e que não costuma errar uma. Pera lá! E o deputado federal Jadyel Alencar (ex-PV), fica como nessa história? “Jadyel tem interesse só na eleição de 2026”. Certo... Dá para confiar então? “Até hoje o Marcos Pereira é respeitado no Congresso por cumprir a palavra”, refutou a fonte. Então tá bom.

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Coincidência

O PL é a bola da vez em Teresina. Tanto é que o partido Novo convidou membros mais à direita que estão hoje no PL para se filiarem à sigla. A coluna soube que as conversas estão em andamento, aliás. Em Timon-MA, cidade vizinha à Teresina, um grupo grande de políticos bolsonaristas migrou para o Novo. Seria apenas coincidência?

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Senta que lá vem história

Se, para muitos, se inspirar demais em figuras do passado seria um sinal de problemas psicológicos, em Napoleão foi o que lhe motivava a seguir em frente. Era obcecado por antigos heróis, especial o romano Júlio César. Claro que todas essas referências vinham da leitura, já que o imperador francês lia avidamente desde criança, devorando centenas de biografas. Napoleão se enxergava como um descendente direto de César e de Alexandre, o Grande. 

Mas, enquanto muitos comandantes consideravam seus soldados “a escória da Terra”, Napoleão sabia, genuinamente, aproveitar a companhia dos seus. Ele entendia que os soldados queriam “glória, distinção e prêmios”. Sempre recompensava com generosidade seus soldados mais corajosos dando-lhes pensões, medalhas e terras.

Quando não podia agradar todos, Napoleão fazia assim: ouvia, fazia perguntas, decidia imediatamente e se fosse uma recusa, explicava os motivos para evitar uma decepção. O mesmo vinho servido na mesa de Napoleão, ia para os soldados em sua sentinela. Pequenos gestos, muito apreciados.

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Se conselho fosse bom

“Eu concordo”, “Nossa, é verdade, eu nunca tinha pensado nisso”, “É incrível como você tem razão sobre esse ponto”: fale sempre essas três frases quando estiver lidando com alguém que discorda de você. Nunca, nunca discuta. As pessoas não querem ser convencidas de que estão erradas e se você obtiver alguma vitória argumentando, pode ter certeza que levará para sempre uma tonelada de ressentimentos. A única forma de vencer é com atos. Não fale, mostre.

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Cifrada da Eureka

E não é que um grupo de políticos que estão em busca de segurança mínima para disputar um importante pleito, encontraram uma solução peculiar para seus problemas? Desejam se filiar a um partido político por agora, sabendo que a sigla deverá chegar logo amanhã a se coligar com um adversário do grupo. Como assim? É que o adversário tem chances reais de chegar ao poder. Na hora H, vão dizer: “Desculpa, líder, vamos para lá, mas nosso voto é seu”. Aos amadores na política, há uma placa bem grande dizendo: “Não entrem”. Aqui, só tem profissional.

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Foto do dia

Nem bem apresentou seu projeto para um novo Código Eleitoral no Brasil (que não vai valer para essa eleição, e sim para seguinte, de 2026), o senador Marcelo Castro (MDB) entrou no meio do tiroteio no PT. A presidente nacional, Gleisi Hoffman, chamou de “oportunista” a ideia de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para encerrar a reeleição e transformar os mandatos Executivos (governador, prefeito e presidente da República) para cinco anos. Já o líder do Governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA), retrucou e afirmou não ver nada demais na proposta. Ainda bem que Marcelo Castro é psiquiatra. Seus talentos médicos serão bem-vindos!

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A frase para pensar

“Não é o quão bem você joga o jogo, é decidir que jogo você quer jogar.” -Kwame Appiah (1954 - ), filósofo e escritor anglo-ganês, especializado em estudos culturais e literários.