Cidadeverde.com

Preço da passagem aérea vai cair após quarentena, diz associação internacional do setor

Foto: Raoni Barbosa / Cidade Verde / Arquivo

 

Os preços das passagens aéreas devem cair cerca de 40% quando acabarem as quarentenas, disse nesta terça (5) Brian Pearce, economista-chefe da Iata (associação internacional das companhias aéreas).

A redução já está acontecendo no mercado doméstico da China, diz ele, e reflete uma tentativa das empresas de estimular a demanda.

No país asiático, o número de reservas, que caiu 88% durante o lockdown, agora está em cerca de 45% do que era antes das quarentenas. Já as tarifas estão 40% abaixo da média.

A queda do preço vai acontecer principalmente nas rotas em que há competição entre empresas (80% dos trajetos, sendo que em 60% deles há pelo menos três concorrentes, segundo a associação).

O preço do combustível de aviação, hoje cerca de um terço do que era antes da pandemia, vai ajudar nessa estratégia, mas as companhias devem ver sua situação financeira agravada, porque os custos de operação vão subir, segundo Pearce.

Além de mais gastos com medidas de proteção e desinfecção, a maior pressão sobre os custos viria do chamado "cancelamento de assentos": a obrigatoriedade de deixar uma poltrona vazia entre os passageiros.

Segundo o economista-chefe, para empatar receitas e custos é preciso voar com pelo menos 75% dos assentos ocupados, e a exigência de cancelar acentos permitiria no máximo uma taxa de 67%.

De acordo com dados de 122 companhias de vários países em 2019, só 4 chegavam ao ponto de equilíbrio com menos de 60% da ocupação.

Pearce afirmou que o preço das tarifas teria que subir entre 43% e 54% apenas para compensar os custos, se as empresas precisarem reduzir o número de passageiros por avião. Como a tendência será de queda das tarifas, o prejuízo ficará ainda maior.

Além de prejudicial para as finanças das empresas, o cancelamento de assentos não é a melhor forma de evitar contágio, afirmou David Powel, conselheiro médico da Iata.

O consultor citou acompanhamento de 1.100 pessoas feito depois que passageiros mostraram sintomas após viagens em quatro diferentes voos. Segundo Powell, nenhum dos outros ocupantes dos quatro aviões havia sido contaminado pelo coronavírus.

A Iata defende que, em vez de cancelar assentos, outras medidas sejam adotadas pelo setor para evitar contágios.

Segundo Powel, medidas como o uso obrigatório de máscaras, o faseamento de refeições (para que passageiros vizinhos não retirem a máscara ao mesmo tempo), a redução da circulação e do contato nas cabines (por exemplo, proibindo filas para usar o banheiro), a facilitação para a higiene das mãos e a desinfecção cuidadosa do avião são mais recomendadas que cancelar acentos.

A proposta que a Iata pretende discutir com autoridades nacionais e internacionais de saúde também inclui o controle de temperatura antes do embarque, a redução do contato no check-in e despacho de bagagens e a proteção reforçada para as tripulações.

Powell afirmou também que o fluxo de ar dentro do avião é dez vezes maior que em outros locais públicos, como cinemas e teatros, e que nos aviões modernos o ar passa por filtros potentes. "O risco de transmissão não é pelo ar da cabine, mas por gotas de saliva de alguém infectado", disse o consultor.

No entanto, segundo ele, o fato de as pessoas estarem sentadas lado a lado, e não cara a cara, a barreira física dos encostos dos assentos e as outras medidas de prevenção sugeridas já reduzem significativamente o risco de contaminação.

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS)

 

'Fila única' para UTIs poderia evitar 14,7 mil óbitos, diz estudo

Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress

Um estudo preliminar estima que a chamada "fila única" para UTIs públicas e privadas evitaria até 14,7 mil mortes pelo novo coronavírus em todo o País. Em São Paulo, onde há a maior quantidade de leitos, o uso de UTIs particulares para atender pacientes do SUS poderia prevenir algo entre 200 e mil mortes. Isso se o nível atual de confinamento, em cerca de 50% da população, permanecer igual.

Publicado no fim de semana por pesquisadores da FGV, USP, Universidade Federal da Paraíba e Instituto do Câncer e ainda sem revisão de cientistas independentes, o estudo calculou a probabilidade de infectados precisarem de UTIs em cada região, considerando o ritmo de mortes e infecções.

A intenção era estimar em quais locais a rede pública seria suficiente para casos mais graves.

A conclusão é de que Nordeste, Norte e Sudeste terão mais dificuldade para atender à demanda, e precisarão dos leitos privados.

No Amazonas, por exemplo, mesmo a quantidade de UTIs em hospitais privados será insuficiente - seriam necessários novos leitos, mas essa necessidade esbarra na escassez de respiradores no mercado e de médicos e enfermeiros especializados em tratamento intensivo.

"Basicamente, nos Estados onde o número de leitos (de UTI) totais é suficiente, isso só é verdade se houver fila única", diz José Gallucci-Neto, que trabalha no Hospital das Clínicas e participou do estudo. "Se não fizer fila única, a mortalidade vai aumentar."

Para ele, os resultados corroboram uma percepção de profissionais da área, que notaram diminuição da demanda em hospitais particulares.

"Se o sistema público lotou, não pode deixar o sujeito morrer sem leito se a UTI do Hospital Einstein, por exemplo, tiver 60% livres", opina o economista Samy Dana, da FGV, que trabalhou nos modelos matemáticos da publicação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Tulio Kruse
Estadão Conteúdo

MPF ajuíza ação para obrigar Caixa e evitar aglomerações nos bancos

Foto: reprodução youtube


A Procuradoria da República no Município de Floriano ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para obrigar a Caixa Econômica Federal a adotar medidas para evitar aglomerações nos bancos. 

Um dos focos de transmissão da covid-19 ocorre nas agências bancárias e casas lotéricas que não respeitam o distanciamento. 
Se o pedido for acatado, atingirá a região de Floriano, que mais 33 municípios. 

O Ministério Público Federal pede também que a União e o governo do estado adote medidas emergenciais. O MPF informou que ações estão sendo ajuizadas em várias unidades do MPF do estado.

O procurador da República, Daniel Medeiros, autor da ação, argumenta que tanto a Caixa como a União e o estado do Piauí,  têm o poder de polícia e deve agir em conjunto.

“A mobilização de autoridades executivas, legislativas e judiciárias confirma a imediata necessidade de adoção de todas as medidas cabíveis, por todos os agentes da sociedade, de ações e comportamentos voltados à defesa do direito fundamental à saúde”, diz o procurador.

Na ação civil pública, o procurador Daniel Medeiros pediu à Justiça Federal para que as agências limitem  o número de pessoas nos locais de espera; organizar filas para atendimento com distância mínima de dois metros, demarcar no piso das agências o distanciamento necessário; promover a distribuição de senhas com hora marcada para atendimento.

O procurador pede ainda que a Caixa seja obrigada a criar mecanismo de agendamento para o atendimento, incluindo organização por ordem alfabética limitada a cada dia, sem prejuízo de outras medidas para evitar aglomerações.

"Promover a constante limpeza do ambiente; disponibilizar produtos para higienização das mãos aos usuários e funcionários; funcionamento das agências bancárias em horário estendido; promover a abertura das agências para atendimento ao público, inclusive aos sábados, em horário hábil para que a demanda extraordinária seja suprida, enquanto durar a demanda provocada pelo calendário de repasses do auxílio emergencial do Governo Federal".

O MPF pede ainda que regularize o funcionamento de todos os terminais de autoatendimento/caixas eletrônicos, internos e externos às agências bancárias. 

Foi pedido ainda a contratação de equipe terceirizada para auxiliar o atendimento presencial e promover a organização e o controle das filas externas durante o horário normal de seis horas de funcionamento.

"Considerando a redução temporária do quadro funcional de trabalhadores presenciais, se a Caixa não considerar oportuno usar seu próprio corpo de servidores, respeitados os cuidados sanitários com o grupo de risco. Também deve divulgar campanha publicitária educativa de desestímulo, sempre que possível, à ida às agências, principalmente em cidades de interior e, quando necessário, por meios alternativos, além da difusão em televisão e rádio, utilizando-se os meios disponíveis de transações pela internet, incluindo aplicativos, salvo quando não possível fazê-lo".

Quanto às pessoas idosas, o MPF pediu que a empresa pública seja obrigada a garantir o atendimento prioritário a pessoas idosas, com idade superior a 60 anos, em todos os horários disponibilizados, priorizando-se, entre os idosos, os maiores de 80 anos, que gozam de prioridade especial por força de lei específica.

O MPF pede multa diária em caso de desobediência, no valor de R$ 30 mil por dia de inadimplência, a ser revertida em benefício do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD).

 


Da Redação
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Centro de Teresina fica lotado em plena pandemia; lojas tentam driblar decreto

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As ruas do Centro de Teresina são um termômetro de que os teresinenses não estão cumprindo as recomendações de isolamento social. O Cidadeverde.com esteve na região central da cidade nesta terça-feira (5)  e flagrou movimentação intensa no local.

Além das filas na frente das agências bancárias, chama atenção o grande número de carros trafegando e estacionados no Centro. A população também se aglomera nas praças e dividem o mesmo banco. Quase todos usam máscara, mas não respeitam o distanciamento seguro para evitar o contágio do novo coronavírus, que é de pelo menos 1 metro.

O coronel Jhon Feitosa, comandante da Guarda Municipal de Teresina, conta que só hoje os guardas já fecharam 20 estabelecimentos no Centro da cidade que estavam tentando burlar o decreto de fechamento do comércio.

“Já fechamos um número superior a 20. Estamos orientando as pessoas, na Praça da Bandeira, as pessoas foram retiradas por mais de uma vez da praça e orientadas  a seguir seus destinos. Estamos fazendo nosso trabalho nas filas dos bancos ,nas lotéricas, organizando as filas de banco, pedindo as pessoas que estão nessas filas  lotéricas que não vão resolver problema que deixem o local, que não fiquem tumultuando”, conta o comandante. 

Entre os estabelecimentos fechados estão lojas de material de construção, roupas e calçados.

Ele faz um apelo para que as pessoas cumpram o isolamento social e deixem de sair de casa sem necessidade. 

Denúncias de aglomerações e sobre estabelecimentos que descumpre o decreto também podem ser feitas à  Guarda Municipal através do  WhatsApp (86) 99438-0254  e dos telefone 153 e (86) 3215-9317.  

 


Izabella Pimentel
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Aulas públicas a distância são um desafio na pandemia

Foto: Arquivo/Revista Cidade Verde

Não tem aula em zoom ou qualquer outro encontro virtual para ver os amigos de sala, como se tornou comum nas escolas particulares. Na rede pública de São Paulo, o ensino a distância é com aulões padronizados por série, apostilas impressas e lições pela televisão. O jornal O Estado de S. Paulo acompanhou seis famílias na semana passada, a primeira de atividades online das escolas estaduais, que têm 3,5 milhões de estudantes e tinham adiantado férias até então.

Há pais e alunos que sequer sabiam que as aulas haviam começado, outros que tentavam incansavelmente acessar o aplicativo e gente que passou a inventar as próprias tarefas para não deixar o filho sem estudar. No grupo dos que não tiveram dificuldades para entrar no chamado Centro de Mídias de São Paulo, aplicativo criado pelo governo do Estado para as aulas online, está Sara Cristiane dos Reis, de 42 anos.

A advogada tem cinco filhos na rede pública de São Bernardo do Campo. Ela acordou cedo na segunda-feira para não deixar Bento, o mais velho, de 12 anos, perder o começo das atividades a distância.

Na TV da sala, a mãe conseguiu sintonizar as aulas, transmitidas em um canal aberto. As aulas passam também no Facebook e no aplicativo. A primeira foi de Educação Física e Bento não conseguiu acompanhar direito, mas achou que poderia rever depois Descobriu que não. A Secretaria da Educação ainda trabalha em uma plataforma com as aulas que já foram ao ar ao vivo. "Aparece uma professora que nunca vimos, não se sabe que disciplina será dada", dizia a mãe, no início da semana.

O formato escolhido pelo governo do Estado foi o de selecionar professores da rede, treinados em abril e que agora dão aulas ao vivo em três estúdios públicos. São 214 aulas por semana, de Português, Matemática, Tecnologia, Ciências. A programação diária para cada série dura uma hora e meia, com duas ou três disciplinas por dia.

Dúvidas são tiradas pelos chats escritos, que funcionam no aplicativo. Uma reclamação comum é de que as crianças e adolescentes falam palavrões e bobagens nos chats, mesmo com os bloqueios. E o aluno não tem relação com o professor da própria escola, algo que o secretário da Educação, Rossieli Soares, afirma que será possível em breve.

Já a recepcionista desempregada Karina Ivo, de 26 anos, ficou sabendo pelo "tio da perua" que havia uma mensagem semana passada na porta da escola estadual onde a filha cursa o 2.º ano, no Jardim Nova Vitória, extremo leste da capital. O recado dizia que dia 28 era o único para buscar as apostilas impressas. "É uma total falta de informação", conta. Ela também havia entendido que o aplicativo pela internet só funcionaria para alunos a partir do 6.º ano.

Só no meio da semana, Karina descobriu que, sim, também tinha aulas online para crianças da idade da filha Mariana, de 7 anos. Ela não tem Wi-Fi em casa, mas baixou o aplicativo, cujo uso de dados no celular está sendo pago pelo governo. Na primeira tentativa, tela em branco. Na segunda, mensagem de erro, pedindo para tentar mais tarde. "É uma saga." Karina e a filha acabaram a primeira semana com atividades boladas pela mãe, com papel e canetinha.

A assistente administrativo Andreia de Araujo, de 42 anos, achou tudo "uma bagunça". Só soube que o aplicativo da rede estadual estava funcionando porque foi avisada pela reportagem, mas não conseguiu acessar. Ela mora na zona norte da cidade, trabalha em um hospital privado e está em quarentena, contaminada com o coronavírus.

Resolveu então colocar as aulas pelo Facebook. Na primeira tentativa, disse que a professora afirmou que a aula seria para o 7.º ano, enquanto a programação falava em 6.º ano, série do filho Guilherme, de 12 anos. "As pessoas perguntavam pelo site para que série era e ninguém respondia, desistimos."

"A informação não chega, é muita gente. Não tem a escola funcionando, isso faz a diferença, se tivesse, o recado chegaria a 90% dos pais no dia seguinte", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário Rossieli.

Os dados da secretaria, no entanto, indicam que 1,5 milhão de alunos já se conectaram nas aulas online. Segundo ele, o aplicativo ainda tem instabilidade, mas está melhorando, e as apostilas serão entregues pelas escolas aos poucos, mas não são essenciais para as aulas.

Brincando com galinhas

"Aqui na minha região não está tendo, não", disse Keila Maria de Jesus, de 27 anos, ao ser perguntada sobre as atividades remotas Moradora do Jardim Capela, zona sul, Keila vive do Bolsa Família e é mãe de Fabio, de 7 anos, Ashley, de 5, e Melissa, de 1.

Segundo ela, nem as escolas municipais dos menores nem a estadual do maior avisaram sobre como seriam as aulas. "Eles ficam em casa sem fazer nada, vendo TV, brincando com as galinhas."

Avisada sobre o aplicativo, Keila, que usa a internet do vizinho, tentou baixar, mas não conseguiu entrar nas aulas. Segundo ela, a plataforma exigia um RG, que o filho não tirou.

Na rede municipal, a estratégia da Prefeitura foi a de enviar para as casas das famílias, pelos Correios, apostilas para atividades remotas e dicas para os pais. Keila ainda não recebeu A doméstica Luana Moura de Souza, de 32 anos, mãe de Sofia, de 4, também não. "Falaram para esperar que a professora iria entregar", diz.

Já o filho mais velho, Elias, de 15 anos, usa o celular para assistir às aulas da rede estadual. "Pelo menos agora ele saiu um pouco do vídeo game." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Renata Cafardo
Estadão Conteúdo

Letalidade do coronavírus entre presos brasileiros é o quintúplo da registrada na população geral

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Superlotado, com falta de água a comida e sem testagem significativa de presos com sintomas, o sistema prisional brasileiro vê a Covid-19 avançar com uma taxa de letalidade que é cinco vezes a daquela que aflige quem está fora das grades.

O cálculo foi feito com os dados disponibilizados pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional) até esta quinta-feira (30), considerando também os casos e mortes já divulgados pelas secretarias estaduais, mas que ainda não estavam no painel do Ministério da Justiça.

O primeiro caso de coronavírus em uma prisão foi confirmado no dia 8 de abril. Nesses 23 dias, foram contabilizados 239 detentos infectados e 13 óbitos, uma taxa de letalidade de 5,5%. Já na população em geral, o primeiro caso foi confirmado em 26 de fevereiro e, no 23º dia, eram 621 infectados e 6 mortes, uma taxa de 0,96%.

A primeira morte provocada pela doença foi mais rápida dentro do sistema prisional: nove dias após o primeiro caso confirmado. É menos que a metade do tempo observado para a primeira morte na população em geral -20 dias.

Os números podem ser ainda mais alarmantes. Isso porque o sistema do Depen demora em atualizar os casos, fornecendo um panorama aquém da realidade. Além de, segundo o próprio orgão, terem sido testados apenas 755 detentos, de um total de 755 mil, o que corresponde a só 0,1%.

Oficialmente, o Ministério da Justiça vem minimizando o receio de que a pandemia se alastre de forma descontrolada nas cadeias, ao mesmo tempo em que é palco de uma conturbada troca de titular.

O ex-ministro Sergio Moro era enfático em criticar a soltura de detentos, recomendada aos tribunais pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), para os casos de presos em grupos de risco ou preventivos e dos condenados por crimes menos graves.

O novo ministro, André Mendonça, não explicou no discurso de posse se apoia ou não a soltura, nem o que pretende fazer para controlar o avanço do vírus no sistema prisional.

Nos bastidores, no entanto, a pasta se articula para viabilizar novas vagas e instalações temporárias.

A proposta do ministério era o uso de contêineres, como adiantado pela Folha. O formato precisa ser autorizado pelo Conselho Nacional de Polícia Criminal e Penitenciária e está sendo criticado por defensorias públicas, entidades de direitos humanos, ex-ministros da Justiça, pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

A disparidade da taxa da letalidade pode ser explicada por uma série de fatores. A primeira delas é que, diferentemente do lado de fora, não há espaço para isolamento social dentro das cadeias, o que multiplica o contágio, diz Rafaela Albergaria, do Movimento Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro. A média de superlotação do país é de 170%.

"Tem unidade que libera só duas horas de acesso a água por dia. Celas com 200 pessoas, sem ventilação, sem saneamento básico. Não tem isolamento nem garantia mínima de assistência médica, higiene ou limpeza", afirma.

Além disso, diariamente, circulam pelas unidades agentes penitenciários, policiais penais e profissionais de saúde, que retornam para as suas casas após o trabalho.

Em São Paulo, um agente penitenciário relatou à Folha a falta de insumos básicos, de álcool em gel e máscara a papel higiênico ou sabonete, além da escalada de tensão, com vários princípios de motins.

Rebeliões já aconteceram em São Paulo, no Acre e em Manaus.

Segundo Mário Guerreiro, conselheiro do CNJ e supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, os estados nos quais a Justiça tem resistido em determinar a soltura de presos são os que mais sentem os efeitos da propagação do vírus. "É o caso do Rio, Distrito Federal, Roraima e Pernambuco, por exemplo. Desastres anunciados", afirma.

Detentos têm enviado cartas de despedida. "Minha vida, eu não sei mais o que fazer. Estou há 20 dias com febre. Ela vai e volta. De vez em quando, dor de cabeça e tosse seca. Não sinto gosto de nada. E nem cheiro de nada. Estou apavorado. Não sou só eu. Tem vários com esses sintomas, vida", diz uma das cartas, escrita em São Paulo e divulgada pelo UOL.
O trecho ilustra uma das principais críticas que vêm sendo feitas por especialistas: a de que há subnotificação e falta de transparência.

"As secretarias estaduais estão travando as informações para não sabermos a quantidade real de mortes. Vários óbitos têm sido registrados como decorrentes de 'causa indeterminada', 'insuficiência respiratória' ou só 'doença'", diz Rafaela Albergaria.

O Distrito Federal, por exemplo, é a unidade federativa com mais confirmações de Covid-19. Mas há uma grande diferença entre as bases de dados: enquanto o Depen apontava 72 casos, a Sesipe (secretaria estadual de administração penitenciária) indicava 154 doentes. Ainda de acordo com o órgão distrital, 63 servidores do sistema prisional tiveram teste positivo para Covid-19.

No Rio de Janeiro, local da primeira morte oficialmente reconhecida no sistema prisional, o coordenador da Pastoral Carcerária, padre Roberto Magalhães, afirma que recebeu pedido da Seap (secretaria estadual de administração penitenciária) para que a entidade religiosa enviasse profissionais de saúde para ajudar voluntariamente no sistema prisional e doasse material de limpeza.

O padre diz ter conseguido R$ 4.000 da Conferência dos Bispos do Estado para comprar itens como cloro e sabão e entregar à administração pública.

THAIZA PAULUZE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

 

Courtois é contra o Barcelona ficar com título espanhol: 'Eles perderam do Real'

O goleiro Thibaut Courtois não concorda com a possibilidade de o Barcelona ser declarado campeão espanhol antecipado por causa da pandemia do coronavírus. Quando a competição foi paralisada, a um 11 rodadas do final, o time catalão tinha dois pontos de vantagem sobre o rival (58 a 56).

"Se eles pararem a competição e o Barça for campeão, não me parece completamente correto. Afinal, eles jogaram contra nós e perderam", afirmou o belga, nesta terça-feira, referindo-se ao duelo de 1.º de março, quando os comandados do técnico Zinedine Zidane venceram por 2 a 0, no Santiago Bernabéu, gols de Vinícius Jr e Mariano Díaz.

"Acho que você deve ser campeão com base em todas as partidas. Você não pode parar 11 jogos antes do final da temporada. Ou terminamos tudo ou não, mas sem declarar campeão", afirmou o goleiro da seleção belga.

"Na Inglaterra eu ainda podia entender que eles declarassem campeão o Liverpool, porque eles têm uma vantagem de 25 pontos. Mas o que você faz com o acesso e o rebaixamento? E com o dinheiro da televisão? Tudo tem um papel importante agora. É difícil."

Questionado sobre a Liga dos Campeões, onde o Real Madrid tem de reverter uma desvantagem de 2 a 1 no primeiro duelo com o Manchester City para alcançar as quartas de final, Courtois disse que tem "confiança" em alcançar uma vitória no Etihad Stadium.

"Temos muita confiança para vencer lá, embora Kevin De Bruyne possa dizer a mesma coisa", brincou Courtois, ao falar de seu companheiro de seleção belga.

Fonte: Estadão Conteúdo

Hospital de Bom Jesus vai construir 10 leitos de UTIs; parte doado por empresário

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O diretor do Hospital Regional de Bom Jesus, Helder Menezes, informou ao portal Cidadeverde.com que serão construídos 10 leitos de UTIs para reforçar o atendimento durante a pandemia do novo coronavírus.

O hospital não tem UTIs e os casos mais graves são enviados em ambulância para o hospital de Floriano. O diretor disse que o hospital não tem nenhum paciente com covid-19, mas a cidade de Bom Jesus registra seis casos confirmados, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi). O Hospital de Bom Jesus atende pacientes de mais de 25 municípios da região sul do estado. 

Helder Menezes informou que os 10 leitos que estavam separados para receber pacientes com a covid-19 serão levados para a Policlínica (Centro de Especialidades de Doenças Crônicas), no bairro Aeroporto.

"Vamos retirar os 10 leitos clínicos do hospital para a Policlínica para iniciar a reforma da construção das UTIs", disse Helder Meneses.

Segundo o diretor a equipe de engenharia garante que as adaptações ficarão prontas em 15 dias. Serão investidos R$ 150 mil, recursos destinados pelo deputado estadual, Fábio Novo.

Parte dos leitos de UTI são doados pela Enel Green Power Brasil

A empresa Enel Green Power Brasil fez contato com a direção do Hospital Regional de Bom Jesus e Secretaria Estadual de Saúde se dispondo a comprar e doar partes dos equipamentos de UTIs para o hospital. 

A empresa informou que as medidas vão beneficiar diretamente seis municípios próximos ao parque solar São Gonçalo e ao parque eólico Lagoa dos Ventos, além de dois hospitais regionais – o Hospital Senador Cândido Ferraz, em São Raimundo Nonato, e o Hospital Manoel de Sousa Santos, em Bom Jesus. Dez leitos de UTIs foram doados pela empresa para os dois hospitais. 

"As iniciativas estão focadas nas regiões próximas às duas obras da Enel Green Power no Piauí e fazem parte de um programa nacional de apoio da Enel Brasil para o enfrentamento ao Coronavírus em várias regiões do país em que a companhia atua em distribuição e geração de energia, como São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e Bahia. Por meio do movimento #JuntosNaMesmaEnergia, a empresa destinará ao todo R$ 23,4 milhões às ações", garante a empresa.

“Estamos construindo no Piauí o maior parque solar e o maior parque eólico da America do Sul. Temos um compromisso com as comunidades em que atuamos e sabemos da importância de unir esforços neste momento desafiador. A vida das pessoas é sempre o valor mais importante e acreditamos que as nossas ações vão ajudar a população destas regiões e os nossos colaboradores presentes no Piauí a superar a situação atual da melhor maneira possível. Além disso, o fortalecimento do sistema de saúde será um legado importante para a região após o enfrentamento ao novo vírus, explica Roberta Bonomi, Responsável da Enel Green Power no Brasil.

Com o intuito de manter a população das cidades do entorno das obras da EGP informadas e prevenidas contra o Coronavírus, a empresa vai apoiar as prefeituras na comunicação sobre a importância do isolamento social e as principais orientações de prevenção e higiene em casa. A Enel vai doar sabonetes para cerca de 25 mil famílias da região. Outra ação prevista é a doação de cestas básicas para o Governo do Estado, para serem distribuídas a famílias em situação de vulnerabilidade social.   

 

Flash Yala Sena
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Isolamento social evitou morte de pelo menos 600 pessoas em Teresina, diz matemático

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Pelo menos 600 pessoas poderiam ter morrido em Teresina por causa da Covid-19 se a Prefeitura não tivesse adotado o isolamento social de forma precoce. Caso os moradores estivessem circulando normalmente pela cidade, sem nenhuma medida restritiva, o total de infectados chegaria a 100 mil. Os cálculos são do professor doutor em Matemática, Jefferson Leite, com base nos registros oficiais de mortes e casos notificados.

Como não há testes suficientes para toda a população, os órgãos de saúde acreditam que os casos notificados na cidade não correspondem à realidade. Prova disso, é que um levantamento de investigação sorológica, com testes para a Covid-19, encomendado pela Prefeitura de Teresina, apontou que para cada uma pessoa infectada na cidade, existem outras 62 não notificadas.

A pesquisa evidencia que existe uma relação entre o crescimento exponencial dos infectados e a necessidade do isolamento social no combate à Covid-19, como adiantou o professor Jeferson Leite, que é doutor em Matemática Aplicada com ênfase em Modelos Matemáticos em Epidemiologia. 

“O número de casos depende do percentual de isolamento que a cidade consegue atingir.  Segundo as projeções matemáticas, se o índice de isolamento social se mantiver na média de 55%, teremos cerca de 4,2 mil pessoas infectadas com a Covid-19. Se a taxa chegar em 60%, o número cai para 3,7 mil casos, podendo ficar em 2,8 mil casos se o percentual chegar a 70%”, frisou Jefferson Leite.

Considerando estas projeções, as estratégias adotadas pela Prefeitura foram decisivas para barrar o crescimento exponencial do novo coronavírus. Teresina iniciou as medidas restritivas junto com outros estados como São Paulo e Ceará, mas na curva epidemiológica, a capital saiu na frente com uma semana de antecedência, o que resultou em uma situação melhor do que outras cidades brasileiras. Segundo os dados do Ministério da Saúde, Teresina tem a menor curva de evolução dos casos do novo coronavírus entre as capitais do Nordeste, ao lado de Salvador (BA).

Mesmo com o cenário positivo, o prefeito Firmino Filho faz um alerta: “Encerramos o mês de abril com uma grande queda no índice de isolamento social em Teresina, quando registramos, no dia 30, que apenas 43% das pessoas ficaram em casa. Isso mostra que a população começa a sentir uma falsa segurança em relação à doença e passa a descumprir as recomendações estabelecidas pelas autoridades. É preciso agir com responsabilidade e, se for preciso, endurecer ainda mais as medidas para cuidar da vida das pessoas e minimizar os danos decorrentes do coronavírus”, disse.

Em um mês, o número de casos confirmados de Covid-19 em Teresina passou de 19 para 485. Esse aumento representa um percentual de 2.453% entre os meses de maio e abril. Da mesma forma, o número de mortes causadas pela doença passou de 02 para 14, um acréscimo de 600%.

Desde o dia 17 de março, a Prefeitura de Teresina estabeleceu as primeiras medidas restritivas com o objetivo de conter o avanço do vírus na capital, quando foram decretadas a suspensão das aulas nas escolas públicas municipais, dos eventos culturais, eventos esportivos ou qualquer outro evento que gere aglomeração de pessoas em ambientes fechados ou abertos. Nas semanas seguintes, um novo decreto estabeleceu o fechamento do comércio e da indústria, mantendo abertos apenas alguns estabelecimentos que prestam serviços essenciais à população, como padarias, farmácias, supermercados, postos de gasolina, bancos e lotéricas.

 

Da redação
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Polícia investiga furto de 400 máscaras cirúrgicas de UBS em Teresina

Foto: Lídia Brito/ Cidadeverde.com

A Polícia Civil do Piauí investiga o furto de 400 máscaras cirúrgicas da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Três Andares, na zona Sul de Teresina. O crime ocorreu no fim de semana e, na pressa de fuga, o suspeito deixou uma camisa e um chinelo. 

"Estamos investigando e já sabemos quem foi. Ele deixou uma camisa e um chinelo quando o alarme disparou e saiu correndo. É conhecido na região por pequenos furtos e por ser usuário de drogas. Entrou pelo telhado. Provavelmente, agiu sozinho e furtou as máscaras para vendê-las", disse o agente Wilson Torres, do 13º Distrito Policial. 

A UBS furtada não está na lista das unidades de saúde em Teresina voltadas para atendimento exclusivo de pacientes com sintomas do novo coronavírus. A assessoria da Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que as máscaras furtadas serão repostas nesta terça-feira (05) e que o telhado já foi consertado. 


Graciane Sousa
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