Cidadeverde.com

Assentamento no Piauí proíbe entrada de 'estranhos' para evitar coronavírus

Foto: Assentamento Araras

Atualizada às 14h25

Uma cerca de arame farpado, homens de máscaras e um cartaz indicam que está proibida a entrada de 'estranhos' na comunidade devido à pandemia da covid-19. A iniciativa que tem  chamado a atenção é de moradores do assentamento Araras, na cidade de Amarante, no interior do Piauí.

Para evitar a disseminação do vírus, os assentados fazem ainda uma espécie de 'barricada humana' com revezamento de quem toma conta da entrada na comunidade. O cartaz traz ainda a informação que só é permitida a entrada de 'casos de exceção' (profissionais das áreas de Saúde, Segurança e Justiça), desde que usem máscaras. O comunicado termina com uma mensagem de agradecimento pela compreensão, seguida da hastag #fiquememcasa.

A produtora rural e professora, Francidalva Silva, conversou com o Cidadeverde.com. Ela comentou que até o momento não há casos confirmados ou suspeitos na comunidade. A iniciativa de fechar as três estradas que dão acesso ao assentamento foi tomada pelos moradores após a confirmação do primeiro caso na cidade de Amarante, município em que o assentamento está localizado.  O assentamento está localizado na BR 343 km 506, entre Amarante e Floriano. 

"Como forma de prevenção decidimos fechar. Os pais ficam revezando cada entrada para evitar a entrada de estranhos. Nós também estamos orientando o uso da máscara, lavar sempre as mãos e usar o álcool em gel.  Também falamos que se alguém precisar sair do assentamento para resolver algum problema grave, precisa ir e voltar de máscara. Nossa preocupação também é que temos muitos idosos. É uma necessidade maior de conscientizar a todos para a importância da prevenção". 

O assentamento existe há mais de 20 anos, fica distante 20 km da zona urbana de Amarante, onde 76 famílias assentadas moram. Na comunidade eles produzem tomate, arroz, macaxeira, entre outros produtos voltados para a subsistência e também para o comércio local. A comercialização, inclusive, tem sido prejudicada devido às normas de isolamento social necessárias para evitar a disseminação da covid-19. Mesmo assim, os moradores reconhecem a importância das medidas restrittivas.

Francidalva reforça que o fechamento das entradas é para "não adoecer o assentamento" e servir de exemplo para todos. "Nós até deixamos de vender para que todos nós obedeçam o isolamento. Ficar em casa para ninguém contrair essa doença, que tanto está matando as pessoas em todo o mundo". 

Foto: Assentamento Araras

 

Graciane Sousa e Carlienne Carpaso
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Firmino Filho alerta para risco de "lockdown" em Teresina se isolamento social cair

Reprodução/Instagram

O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSBD), declarou que a capital piauiense poderá ter decretado "lockdown", um bloqueio geral de atividades, se os índices de isolamento social continuarem a cair. O gestor, no entanto, disse que a decisão não depende da Prefeitura, e passa pelo Governo do Estado e Poder Judiciário. 

A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (6), durante transmissão ao vivo no Instagram, na qual o prefeito conversou com Jefferson Leite, doutor em matemática com ênfase em modelos matemáticos em epidemiologia. Os dois analisaram os números recentes e as projeções para o aumento de casos de Covid-19 em Teresina. 

"Acho que a gente já precisa debater com o Governo do Estado, com a Justiça e o Ministério Público a possibilidade de um 'lockdown'. Já é uma coisa necessária, a discussão sobre 'lockdown', neste momento. E com as novas informações que as pesquisas dessa semana trarão, nós teremos mais dados para que a gente possa tomar medidas que sejam mais radicais", afirmou Firmino Filho. 

As pesquisas citadas pelo prefeito foram contratadas pela Prefeitura. A quarta etapa será realizada no próximo fim de semana. O trabalho coleta amostras aleatórias na capital e faz uma estimativa de casos de Covid não detectados pela falta de testes. Os números podem ajudar na tomada de decisão sobre um bloqueio geral de atividades, mas Firmino adiantou que isso não dependeria do poder público municipal.

"O 'lockdown' não depende da Prefeitura. A Prefeitura não tem condições de fazer exercer o 'lockdown'. Mas depende do entendimento, de uma decisão do Governo do Estado, ou eventualmente de uma decisão da Justiça. Neste momento, dado essa queda grande da taxa de isolamento, a gente não pode descartar o 'lockdown'", completou Firmino Filho. 
 
Os 'lockdowns' determinados no Brasil, até ontem (5), foram em São Luís (MA) - por decisão judicial - e em 10 municípios do Pará, medida tomada pelo governador Helder Barbalho. 

Firmino Filho voltou a manifestar preocupação com a queda do índice de isolamento social. O prefeito citou as restrições feitas recentemente no transporte público e falou que estuda medidas mais duras para os que insistem em desobedecer a determinação de fechamento do comércio. 

"O desempenho da taxa de isolamento nesta semana tem sido bastante preocupante. (...) Ontem caiu abaixo de 39%. Se continuar assim, a próxima semana vai ser muito difícil e as medidas que o poder público será obrigado a tomar serão medidas cada vez mais duras", avisou o prefeito. 

Jefferson Leite disse que o isolamento social precoce em Teresina foi importante para evitar o colapso na rede hospitalar, mas ressaltou que a situação ainda é preocupante, em especial pela demanda de pacientes que chegam do interior do Piauí e outros estados. 

"A gente não tem como descartar a questão do 'lockdown'. O comportamento humano é muito imprevisível. A gente não sabe como é que a coisa vai funcionar com as pessoas vendo a coisa acontecer. O fato é que o nosso isolamento precoce fez com que nós tivéssemos uma janela para ver se essas medidas de isolamento social vão ter sucesso ou não. Eu acredito muito que a gente vai ter sucesso, sim", afirmou o especialista. 

 

Fábio Lima
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Ao retornar sessão presencial, vereadores querem fiscalizar gastos da prefeitura com Covid-19

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A Câmara Municipal de Teresina voltou a realizar sessões presenciais nesta quarta-feira(06) no plenário da Casa. No local, apenas os vereadores, de máscara, e o servidores da limpeza dividiam o espaço. A imprensa pôde acompanhar o retorno. As discussões iniciais foram sobre o empréstimo e sobre a comissão formada para acompanhar os gastos da Prefeitura no combate à pandemia. 

O presidente da Casa, Jeová Alencar (MDB) informou que era necessário retornar as atividades presenciais porque precisavam acompanhar de perto as ações da Prefeitura neste momento de pandemia. 

“Nós voltamos, mas com todas as precauções, plenário somente para os vereadores usando máscaras, higienizado e para a imprensa usando máscaras e fazer os debates porque a cidade estava precisando dos vereadores. É preciso fazer os debates com clareza”, disse. 

Ele estranhou a líder do prefeito, Graça Amorim (Progressistas), questionar sobre a formação da comissão de parlamentares que vai fiscalizar os gastos do Município. “É lamentável, que o vereador na sua principal função é legislar e fiscalizar não querer que se crie uma comissão, para ajudar, para colaborar na execução dos projetos no combate a Covid-19. A comissão foi aprovado o requerimento pelo Dr. Lázaro, foi deliberado agora cada partido vai indicar um componente, apenas isso”, argumentou. 

Sobre o pedido de empréstimo de 36 milhões de Euros (cerca de R$ 220 milhões pela cotação do dia 05/05) que a Prefeitura solicitou, o vereador disse que não votará contra, mas que vai querer o detalhamento de onde vai cada recurso. 

O líder da oposição, vereador Dudu (PT) disse que foi a favor do retorno das atividades, que apesar de não terem parado durante a quarentena, acredita que presencialmente o debate flui melhor, à distância ainda tem os imprevistos da tecnologia. Mas, afirma que todos os cuidados devem ser tomados. 

Sobre as discussões, o petista destaca que também estranhou o questionamento de Graça Amorim sobre a comissão e que não será contra o empréstimo, mas afirma que precisa ser detalhado cada gasto. 

Já a vereadora Graça Amorim justificou seu questionamento sobre a comissão, ressaltando a maneira como foi criada, que teria sido numa sessão virtual, sem a participação de todos os vereadores e que deveria ter sido feita de modo mais claro. 

"Houve essa proposição a sessão foi virtual, não foi votada da forma como a gente costuma, mas aqui a prefeitura não tem nada a esconder, não tem nada contra. Questionei a formação, tanto que nós vamos decidir a formação de acordo com o Regimento Interno, quem serão os componentes dessa comissão", afirmou.

Ela também explicou ainda o pedido de empréstimo da Prefeitura e apresentou um requerimento para que ele seja colocado na pauta para ser apresentado. “O projeto de empréstimo tem que ter uma tramitação nas comissões, considerando que é um recurso e uma contratação ainda do ano passado e são vários investimentos de grande relevância de importância pela cidade”, ressalta. 

Sobre o retorno da sessão, Amorim disse que era contra, porque o momento é de permanecer em isolamento, mas como foi voto vencido, participa, mesmo com o receio de quem tem comorbidades. 

"Eu acho uma contradição, porque a gente mesmo pede para o povo ficar em casa, os matemáticos, a ciência já tem dito para nós que o isolamento é o que tem controlado a ascensão desse vírus, dessa pandemia. Muitos aqui têm comorbidades, eu sou uma, tenho três e vou fazer 60 (anos) estou assustada, inclusive estou de longe, de máscara. Mas, é uma missão nossa e um dever, nós temos projetos importantes e de interesse da cidade que precisamos estar acompanhando e votando", afirmou a vereadora.

 

Caroline Oliveira
Com informações do repórter Francisco Lima
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Taxa de isolamento chega a 39%, o pior da quarentena; Firmino estuda endurecer medidas

Foto: Haroldo Fabrício

O índice de isolamento em Teresina chegou a 39% - na terça-feira (5) - o pior desde a decretação do isolamento social. 

O prefeito de Teresina, Firmino Filho, pediu nesta quarta-feira (6) para que as pessoas fiquem em casa e que os comerciantes não abram suas lojas. Firmino ressaltou ainda que é preciso endurecer as medidas para o respeito ao isolamento.  

"Eu espero que as pessoas que estão desrespeitando, saibam a responsabilidade que elas têm, responsabilidade com as consequências dessa queda da taxa de isolamento. Muitos estão interessados em salvar empresas, mas buscando salvar empresas, vão terminar matando pessoas", disse Firmino Filho. 

De acordo com Firmino Filho, a prefeitura vai endurecer as medidas para evitar o colapso no sistema de saúde.

"Estamos no caminho perigoso. O sucesso da quarentena levou a um falso sentimento de segurança e esse sentimento de segurança está levando a quebra da taxa de isolamento. Isso vai ter péssimas consequências".

"Eu peço a cada um de vocês que façam uma reflexão, temos que mais uma vez ter consciência do desafio que temos, compromisso com a vida, significa o compromisso com o isolamento. Vidas a gente tem que preservar, dívidas resolve depois".

A pesquisa por amostragens mostrou que a taxa de infecção em Teresina cresce  60% por semana. Pela estimativa, Teresina tem 12.492 pessoas infectadas com coronavírus na capital. 

 

Flash Yala Sena
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Lagoas do Norte conscientiza moradores para evitarem aglomerações em parques

Após o aumento no número de pessoas se aglomerando no Parque Lagoas do Norte, especialmente registrado na última semana, o Programa Lagoas do Norte está adotando medidas de conscientização da população dos 13 bairros em que atua. As medidas buscam reforçar os decretos da Prefeitura de Teresina para estimular o isolamento social na tentativa de conter a disseminação do novo coronavírus na capital.

Na última semana, moradores utilizaram com frequência o campo de futebol, as quadras e os espaços de comercialização de alimentos. O maior fluxo se percebe no final da tarde. Por esse motivo, a direção do Programa Lagoas do Norte está adotando medidas para restringir o uso do parque, buscando conscientizar a população sobre o perigo de frequentar os espaços públicos, gerando aglomerações e se expondo ao risco de contrair e disseminar o vírus.

“São medidas necessárias para proteger a saúde da população. Estamos numa guerra. E nessa guerra, a medida mais eficaz é o distanciamento social. Mas estamos vendo ainda muitas pessoas frequentando as quadras, fazendo caminhadas, principalmente os jovens. Estamos pedindo que a população não vá aos parques. Estamos trabalhando junto com a Guarda Municipal, orientando as pessoas sobre o perigo a que elas mesmas se expõem. Vamos vencer essa guerra, mas é necessário que todos colaborem”, afirma Márcia Muniz, diretora geral do Programa Lagoas do Norte.

Entre as medidas estão isolar as quadras esportivas, ajustar o horário de funcionamento da iluminação do parque, fiscalizações da Guarda Municipal para orientar as pessoas. Além disso, um carro de som passará alertando a população e pedindo que as pessoas fiquem em casa durante a pandemia.

A Prefeitura de Teresina vem adotando inúmeras ações para evitar a contaminação e, assim, diminuir o número de pessoas infectadas pela covid-19. O sistema de saúde está sendo reforçado porque já se sabe que o número de casos tem tendência a aumentar progressivamente. As últimas medidas adotadas foi a suspensão do sistema de transporte público, funcionando apenas para o transporte de trabalhadores dos serviços essenciais, a prorrogação da quarentena e a prorrogação do retorno das aulas na rede municipal.

A população tem canais diretos de denúncias contra aglomerações e funcionamento irregular de serviços não essenciais. O cidadão pode ligar através dos números 153, (86) 3215-9317 ou falar diretamente com o WhatsApp da Guarda Municipal, por meio do número (86) 99438-0254. Ou pode ainda acessar o Colab para denunciar.

 

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Câmara aprova texto-base de socorro aos estados com reajuste para a PF

Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados

 

A Câmara aprovou nesta terça (5) o texto-base do pacote de socorro financeiro aos estados e municípios na crise do coronavírus, estimado em cerca de R$ 125 bilhões, sendo R$ 60 bilhões de repasse direto para o caixa de governadores e prefeitos.

O texto foi aprovado por 437 votos a favor e 34 contrários.

O plenário ainda analisava sugestões de mudanças no texto até a conclusão desta edição. Mas, por causa do lobby do funcionalismo público, a proposta, após o aval da Câmara, precisará voltar ao Senado, antes de ir para a sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O texto dos deputados promoveu alterações na contrapartida estabelecida pelo ministro Paulo Guedes (Economia) para que os entes federados recebam o dinheiro.

Com apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e articulação do governo, o projeto resguardou do congelamento de salários categorias da base política de Bolsonaro, como policiais federais.

No plenário, os deputados decidiram que, mesmo diante da crise causada pela Covid-19, será possível conceder aumento de remuneração a servidores da segurança pública, inclusive das Forças Armadas, profissionais da saúde, de limpeza urbana e de assistência social que atuam diretamente no combate à pandemia. Também incluíram policiais legislativos, agentes socioeducativos, técnicos e peritos criminais.

Pela proposta aprovada no Senado, essas categorias teriam que se submeter à regra que suspende reajuste salarial.

O plano de ajuda a governadores e prefeitos na pandemia é um meio-termo entre a versão aprovada pela Câmara em abril e a proposta inicial da equipe econômica.

O time de Guedes chegou a apresentar, em meados de abril, um pacote de socorro de R$ 77,4 bilhões, com R$ 40 bilhões de transferência direta.

Mas isso foi considerado tímido pelo Congresso, principalmente diante do projeto articulado por Maia que foi considerado pelo governo como uma pauta-bomba por, segundo o Tesouro Nacional, ter um potencial de gasto público acima de R$ 200 bilhões.

Por isso, o governo federal teve que ceder e ampliar o valor previsto, inclusive para os repasses diretos, que têm efeito no Orçamento. Mesmo assim, a proposta em votação nesta terça, e que já passou pelo Senado, é mais vantajosa para Guedes.
Governadores e prefeitos pedem ao Palácio do Planalto mais dinheiro para enfrentar a Covid-19 e para manter a máquina pública funcionando. Com a queda da economia, a receita dos estados e municípios está caindo, e alguns gestores afirmam que logo ficarão sem recursos para pagar salários.

No texto-base, a Câmara fez poucos ajustes na versão do Senado, que foi articulada junto com a equipe econômica. A principal mudança foi a flexibilização da norma que suspende reajustes para o funcionalismo público.

O afrouxamento teve o respaldo de Maia e líderes do centrão –grupo de partidos independentes ao governo e que, juntos, representam fatia expressiva dos deputados.

Bolsonaro tem feito gestos para se aproximar do centrão para ampliar seu apoio no Congresso.

O movimento foi capitaneado pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), que, rotineiramente, defende interesses das corporações da segurança pública –o parlamentar já havia feito isso na reforma da Previdência.

O Ministério da Economia, inicialmente, não queria que o Congresso poupasse mais setores do congelamento salarial, com previsão de duração até o fim de 2021. Mas auxiliares de Guedes atuaram para evitar danos maiores e, no fim, apoiaram o formato aprovado pela Câmara.

De acordo com técnicos do Ministério da Economia, a versão aprovada pelos senadores garantiria uma economia de despesas da ordem de R$ 90 bilhões aos estados e municípios, por causa da vedação ao aumento de gastos obrigatórios, como salários, até o fim de 2021.

Mesmo com o afrouxamento da regra na Câmara, o time de Guedes acredita que a decisão dos deputados terá pouco efeito fiscal. O mais importante, segundo auxiliares do ministro, foi conseguir o apoio da Câmara à proposta do Senado, que prevê um valor fixo a ser repassado aos governos regionais.

Principal ponto em discussão no pacote de socorro, o valor das transferências diretas a governadores e prefeitos ficou em R$ 60 bilhões, a serem pagos em quatro parcelas que saem direto do caixa do Tesouro e vão para o caixa dos governos regionais.

O governo propõe que R$ 10 bilhões sejam repassados diretamente para o enfrentamento ao coronavírus -R$ 7 bilhões aos cofres de estados e do Distrito Federal e R$ 3 bilhões aos dos municípios.

O texto da Câmara mudou o critério de distribuição dos R$ 7 bilhões voltados para ações contra o coronavírus nos estados. Inicialmente, o texto previa que 40% desse dinheiro seria transferido conforme taxa de incidência da doença (ou seja, considerando termos per capita).

Com isso, segundo nota elaborada por técnicos da Câmara publicada nesta terça pela coluna Painel, o Amapá, estado do presidente Davi Alcolumbre (DEM), seria o maior beneficiado.

Em termos per capita, o Amapá receberia R$ 189 por habitante no projeto da Câmara, enquanto no Senado o valor subiu para R$ 733. Em São Paulo, do governador João Doria (PSDB), ocorre o contrário: o estado, que receberia R$ 549 por habitante no texto da Câmara, passou a R$ 279 na fórmula do Senado.

Proposta do Novo, no entanto, retirou do texto a expressão "taxa de". Agora, será pela quantidade de infectados.

Para completar o repasse, o governo sugere que o montante de R$ 50 bilhões será distribuído de duas formas, sendo R$ 30 bilhões distribuídos diretamente aos estados e ao DF e os outros R$ 20 bilhões municípios.

A distribuição será feita segundo a regra de proporção, levando em consideração critérios mistos, como as perdas de ICMS e de ISS causadas pela pandemia e o número de habitantes.

Apesar de o governo ter aceitado elevar o valor das transferências diretas para R$ 60 bilhões, o montante está abaixo da versão do plano de auxílio aprovado pela Câmara.

O pacote de socorro articulado por Maia em abril previa que toda a perda de arrecadação de ICMS e de ISS, em relação ao ano passado, seja compensada. Ele avalia que a queda será de 30% na receita e, portanto, a transferência seria de R$ 89,6 bilhões.

O governo calcula que, a cada 10% de desfalque nas contas regionais, a União teria que pagar R$ 28 bilhões aos entes. O custo total poderia passar de R$ 200 bilhões, de acordo com Ministério da Economia, em caso de forte redução nas receitas de ICMS e ISS.

Essa conta seria paga pelo governo federal, que contestava esse modelo pela falta de previsibilidade da despesa. Por isso, Guedes articulou com os senadores uma quantia fixa.

Apesar de não estarem totalmente satisfeitos com o formato final, governadores pediram a Maia que o projeto seja enviado logo à sanção para que o dinheiro chegue já ao caixa dos estados. Além disso, o governo federal indicou estar aberto a rever o tamanho do socorro caso a situação se agrave nos governos regionais.

O plano de auxílio que avança no Congresso prevê ainda a suspensão dos pagamentos de dívidas de estados e municípios com a União neste ano, além de permitir a renegociação de dívidas com bancos públicos, como Caixa e BNDES, e organismos internacionais.

O projeto também permite a suspensão das dívidas previdenciárias dos estados e municípios com a União, o que deve dar um alívio de R$ 5,6 bilhões ao caixa dos governos regionais.

Portanto, o impacto do pacote é de aproximadamente R$ 125,6 bilhões, segundo técnicos do Ministério da Economia.

DANIELLE BRANT E THIAGO RESENDE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Cientistas criam anticorpos que bloqueiam ação do coronavírus em testes in vitro

Foto: Claudio Furlan/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo

 

Pesquisadores da Holanda e da Alemanha conseguiram produzir, em laboratório, anticorpos capazes de bloquear a ação do vírus que causa a Covid-19. A técnica que eles empregaram já é utilizada em larga escala para produzir medicamentos contra outras doenças, o que abre a possibilidade de que essas moléculas também sejam usadas contra a nova moléstia, que matou ao menos 250 mil pessoas no mundo todo até agora.

Sob a liderança de Frank Grosveld, do Centro Médico Erasmus, e Berend-Jan Bosch, da Universidade de Utrecht (ambas instituições holandesas), o grupo de cientistas acaba de publicar seu trabalho na revista especializada Nature Communications.

A molécula que obtiveram recebe a designação de anticorpo monoclonal. Isso significa que ela foi produzida a partir de clones de uma única célula (daí o termo "monoclonal", ou "um clone"). Além disso, os anticorpos monoclonais também se conectam a uma única região de moléculas estranhas ao organismo para neutralizá-la. Seu uso para combater diferentes tipos de câncer, atacando apenas as células tumorais, tem se tornado cada vez mais comum.

Os anticorpos monoclonais do estudo europeu foram criados com o objetivo de neutralizar a chamada proteína S (do inglês "spike", ou espícula), o gancho molecular usado pelo coronavírus Sars-CoV-2 para se conectar à superfície das células humanas. Imagina-se que, barrando a ação da proteína S, o vírus não conseguiria invadir as células, o que impediria a infecção.

Para atingir esse objetivo, o grupo trabalhou com camundongos transgênicos, cujo organismo é capaz de produzir anticorpos cuja composição é parcialmente similar à dos anticorpos humanos. Tais animais forma inoculados com a proteína S do coronavírus, de modo a estimular a produção dos anticorpos contra ela em seu corpo -um processo idêntico à vacinação de seres humanos.

Os anticorpos monoclonais produzidos pelos camundongos foram "formatados" para assumir uma configuração molecular plenamente compatível com o organismo humano e passaram a ser testados em contato direto com a proteína S e com uma linhagem de células de macacos muito usada em laboratório.

Nesses testes, as moléculas se mostraram capazes de barrar a entrada do Sars-CoV-2 e de um parente dele, o Sars-CoV (causador da epidemia de Sars, outra doença respiratória, no começo deste século), nas células. Curiosamente, não está claro como o novo anticorpo monoclonal faz isso: a proteína S continuou conseguindo se ligar à "fechadura" que usa para invadir as células mas, apesar disso, os vírus não eram mais capazes de entrar.

Além de tentar explicar qual é o mecanismo protetor trazido pelos anticorpos, os pesquisadores também precisam verificar como eles funcionariam em pacientes humanos, já que, por enquanto, as moléculas só foram testadas com culturas de células em laboratório. Segundo os pesquisadores, o anticorpo monoclonal tem potencial para ser utilizado tanto em diagnósticos da doença quanto para fins terapêuticos.

REINALDO JOSÉ LOPES
SÃO CARLOS, SP (FOLHAPRESS) 

 

Mais de 30 lojas no centro de Teresina são flagradas descumprindo decreto de isolamento

Mais de 30 lojas no Centro de Teresina foram flagradas descumprindo o decreto que permite apenas o funcionamento de atividades essenciais. O tenente-coronel John Feitosa, comandante da Guarda Civil Municipal, ressalta que a fiscalização tem sido permanente e serão adotadas medidas mais graves em caso de reiterado descumprimento.

"O que nós orientamos é que aquelas pessoas que vendem no delivery façam entrega no endereço da pessoa que comprou, que as lojas não permitam que as pessoas vão até às lojas para retirar o produto ou mesmo tentem colocar pessoas dentro da loja e fechar a porta. A nossa fiscalização vai ficar atenta e à medida que houver reiterada conduta, infelizmente, as medidas terão que ser sempre mais graves e firmes para que as pessoas ou essas empresas possam cumprir o decreto do isolamento e não funcionamento de atividades não essenciais", reforça o comandante da GCM.

Flagrante do Cidadeverde.com, nesta terça-feira (05), revelou como está intensa a movimentação no centro da cidade. 

O tenente-coronel acrescenta ainda que estão sendo realizadas barreiras sanitárias em horários pré-determinados e que guardas municipais e fiscais das SDUs têm orientado a população de todas as zonas da cidade sobre a necessidade do isolamento social, o uso de máscaras e o distanciamento em filas de bancos, loterias ou estabelecimentos comerciais. 

"Infelizmente ainda temos algumas pessoas que insistem em fazer atividades que são contrárias a esse momento que exige um isolamento. É um trabalho permanente para dar cumprimento ao decreto", reitera o comandante da GCM. 

Denúncias de aglomerações e sobre estabelecimentos que descumpre o decreto também podem ser feitas à  Guarda Municipal através do  WhatsApp (86) 99438-0254  e dos telefone 153 e (86) 3215-9317.  

 

Graciane Sousa
[email protected]

Ministro da Saúde se compromete a fazer campanha publicitária pelo isolamento social

Foto: Erasmo Salomão/MS

 

Em reunião nesta terça-feira (5) com os secretários estaduais de Saúde descrita como tensa, o ministro da Saúde, Nelson Teich, comprometeu-se a promover uma campanha publicitária em defesa do isolamento social.

No encontro, como antecipado pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro foi cobrado a engordar a ajuda financeira, a acelerar a habilitação de leitos de UTI –que, dizem os secretários, estar "muito atrasada"– e a definir de que modo o governo federal ajudará no custeio dos hospitais de campanha.

Os secretários quiseram saber do ministro qual a diretriz de sua gestão para o combate ao coronavírus. Durante esse debate, ele assumiu o compromisso de fazer uma campanha publicitária reforçando a importância do isolamento social.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem relativizado a importância do isolamento social desde o início da pandemia, o que levou a embates com o ministro da Saúde anterior, Luiz Henrique Mandetta, que acabou exonerado.

CAMILA MATTOSO, MARIANA CARNEIRO E GUILHERME SETO
BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

 

Mulher de Nick Cordero diz que ator teve noite difícil por causa do coronavírus

Fotos: Reprodução/instagram/@nickcordero1

Amanda Kloots, mulher do ator da Broadway Nick Cordero, 41, disse que o nível de oxigênio do marido caiu e que ele teve uma noite difícil no Hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles, onde ele está internado após ter contraído o novo coronavírus. Em abril, o artista, também conhecido por papéis na TV americana como no seriado Law & Order, teve a perna direita amputada por causa de complicações causadas durante o tratamento da Covid-19.

"Ei pessoal, uma rápida atualização sobre Nick: ele teve uma noite um pouco difícil. Seus níveis de oxigênio caíram, mas [os médicos] o recuperaram imediatamente", disse Amanda no Stories do seu Instagram, na noite desta terça-feira (5).

Após o susto, ela completou que Cordero voltou a ficar estável. "Dedos cruzados para um dia bom e a possibilidade de ele acordar", disse. O ator foi submetido a uma traqueostomia no último domingo (3), procedimento que é normalmente feito para facilitar a entrada de ar nos pulmões.

O artista está na UTI desde o dia 1º de abril, conforme informou sua mulher em outra postagem. À época, ela e o marido desconfiavam que o ator havia sido diagnosticado erroneamente com pneumonia, o que se confirmou quando ele testou positivo para o covid-19.

"Meu marido está lutando como um campeão, mas isso é sério. Por favor, fiquem em casa todos. Obrigado a todos que nos ajudaram até agora, sabem quem são e são todos anjos", postou a dançarina, com quem Cordero se casou em setembro de 2017. O casal tem um filho, Elvis, de 10 meses.

 

Fonte: Folha Press

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