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Organização da F-1 afasta funcionários e reduz salários

Foto: LAT Images/Pirelli

A empresa responsável pela organização da F-1 deu licença forçada a metade de seus empregados. Houve ainda uma redução geral nos salários, resultado da crise do coronavírus, que já cancelou as oito primeiras provas da temporada.

Os executivos da Liberty Media, que gerencia a categoria desde 2017, concordaram voluntariamente em reduzir seus ganhos em 20%. Os demais empregados também terão 20% de redução e serão pagos pelo sistema de proteção estabelecido pelo governo britânico.

A decisão é semelhante à tomada por equipes como a McLaren. No caso do dirigente Chase Carey, gerente-geral da Liberty, a expectativa apontada por veículos como a BBC é que "o corte seja muito mais profundo do que 20%".

A direção da F-1 já teve conversas com equipes no sentido de ajudá-las financeiramente na crise. Uma das ideias é adiantar pagamentos e abatê-los dos contratos nas próximas temporadas. Para conter o sangramento, já foi aprovada uma diminuição do orçamento para 2020.

Fonte: FOLHAPRESS

 

Prorrogada validade de licenças e de alvarás de funcionamento em Teresina

Em consonância com o pacote de medidas adotado pela administração municipal no enfrentamento ao novo coronavírus, a Prefeitura de Teresina decidiu prorrogar, até 30 de junho, a validade de alvarás de funcionamento, de licenças sanitárias e de licenças e autorizações ambientais nos termos e condições estabelecidos pelo Decreto Nº 19.559, de 1 de abril de 2020.

Segundo o secretário municipal de Finanças, Francisco Canindé, a prorrogação ajuda a evitar uma corrida às centrais de atendimento ao público em um momento que se faz necessário o distanciamento social. “Nós, assim como todos os órgãos da Prefeitura, tivemos que adotar uma série de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde pública, a fim de evitar a disseminação da Covid-19 em Teresina. Diante deste contexto e para não prejudicar os empreendedores, decidimos prorrogar o prazo de validade de licenças e alvarás”, completa.

De acordo com o decreto, não serão prorrogadas para além da validade máxima prevista na legislação nacional: a Licença Ambiental Prévia (LP) que atinja 5 anos; Licença Ambiental de Instalação (LI) que atinja 6 anos; Licença Ambiental Simplificada (LAS) que atinja 10 anos; e a Licença Ambiental de Operação (LO) que atinja 10 anos.

Além disso, ficam prorrogados, excepcionalmente, até 30 de junho de 2020, os prazos para cumprimento de exigências e atendimento de pendências processuais com vencimento entre 20.03.2020 e 29.06.2020 em processos físicos e eletrônicos, que estejam em tramitação na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semam) e na Gerência de Vigilância Sanitária (Gevisa) da Fundação Municipal de Saúde (FMS).

Francisco Canindé lembra ainda que as prorrogações das licenças não impedem a atuação das fiscalizações ambiental e sanitária antes do prazo final da vigência do ato, que deverá coibir o exercício de atividades em desacordo com a licença anteriormente concedida, nos termos da legislação vigente.

Da redação
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Atendimento médico pode ser feito à distância durante isolamento

O atendimento à distância foi regulamentado em portaria publicada pelo Ministério da Saúde. Uma resolução do Conselho Federal de Medicina já previa a nova modalidade que é uma alternativa em tempos de pandemia de Covid-19. 

O conselheiro do Conselho Regional de Medicina, Leonardo Sérgio Luz, explica que a categoria vê com bons olhos a nova possibilidade de contato com os pacientes. 

“O Conselho Regional de Medicina regulamentou o que a gente chama de assistência médica através da medicina, ou seja, ratifica esse contato direto entre o médico e seu paciente. Porque as pessoas continuam precisando de atendimento para outras enfermidades. Depressão, por exemplo, um paciente hipertenso, um paciente cardiopata ou com algum tipo de dor, ele pode ser orientado pela telemedicina principalmente no tocante à triagem”, explicou.

Um dos pontos assinalados como vantagem da modalidade é evitar a ida desnecessária de pacientes à unidades de saúde em época de epidemia. 

A médica pediatra Lorena Mesquita, que já realiza o atendimento à distância pelo plano de saúde, conta que muitos cuidados podem ser feitos sem sair de casa. 

“Nós orientamos desde o que se pode tratar em casa, doses de algumas medicações como antitérmicos até mesmo orientações alimentares. Muitos casos podem ser tratados em casa com a orientação de um pediatra. Nos casos em que não há melhora ou quando precisamos, por exemplo, fazer uma medicação injetável ou uma hidratação, aí pedimos aos pais para ir para a urgência”, disse.

A Agência Nacional de Saúde (ANS) regulamenta a modalidade para todos os planos de saúde. No entanto, os CRM orienta que paciente e profissionais devem se inteirar da disponibilidade desse tipo de atendimento junto aos planos de saúde. 

Foto: Arquivo Pessoal 

O médico otorrinolaringologista Erick Barros explica que o teleatendimento não é obrigatório. 

“O paciente deve estar ciente que a consulta vai ser feita dessa forma e deve ser consultado antes. Se for suficiente a avaliação por meios eletrônicos o médico já pode fornecer uma hipótese diagnóstica e iniciar um tratamento e até acompanhar o tratamento, pelo telemonitoramento”, explicou.

Valmir Macêdo
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Governo lança site e aplicativo para pedidos do auxílio emergencial de R$ 600

Foto: Roberta Aline


O governo disponibilizou ferramentas digitais para que possíveis beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600 se cadastrem e peçam os benefícios. Os pagamentos devem começar a ser feitos na quinta-feira (9).

A Caixa lançou um site para que pessoas que se enquadram no benefício solicitem o auxílio (https://auxilio.caixa.gov.br/). Um aplicativo de celular também está disponível para download.

O benefício, pago por três meses, será de R$ 600 a trabalhadores informais e de R$ 1.200 para mães responsáveis pelo sustento da família.

A intenção do auxílio é amenizar o impacto da crise do coronavírus sobre a situação financeira dos trabalhadores que estão na informalidade, considerados mais vulneráveis aos efeitos econômicos da pandemia.

A equipe econômica estima que o programa de socorro custará R$ 98 bilhões aos cofres públicos. Uma medida provisória para liberar esses recursos e garantir os pagamentos foi editada na última semana.

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Têm direito ao benefício cidadãos maiores de 18 anos que não têm emprego formal; não recebem benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, exceto o Bolsa Família; têm renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135); não tenham recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

O auxílio também vale para quem exerce atividade de microempreendedor individual (MEI), para o contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social e para o trabalhador informal, de qualquer natureza, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou que cumpra o requisito de renda até 20 de março de 2020.

O recebimento do benefício está limitado a dois membros da mesma família. O auxílio substituirá o benefício do Bolsa Família nas situações em que for mais vantajoso.
Inicialmente, a equipe econômica queria conceder R$ 200 mensais aos informais. Pouco depois, admitiu elevar o valor a R$ 300.

Pressionado por parlamentares, o presidente Jair Bolsonaro decidiu anunciar o aumento do valor para R$ 600 com o objetivo de tentar esvaziar o discurso da oposição no Congresso e retomar protagonismo sobre a medida.

Os pagamentos serão feitos em agências da Caixa, lotéricas, correspondentes bancários e pelo aplicativo da Caixa. Também haverá auxílio de unidades do Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Será possível fazer transferência para outros bancos.

 

Fonte: Folhapress

Personalidades falam em 'momento propício para mudanças' no futebol brasileiro

Reprodução/Instagram

Pentacampeão Luizão disse que mudanças devem ser gradativas

Com todas as principais competições esportivas paralisadas em razão da pandemia do novo coronavírus e em meio a um cenário cheio de incertezas provocado pela covid-19, algumas mudanças têm sido especuladas no meio do futebol, especialmente depois que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que o momento pode ser propício para uma reforma global da modalidade. O suíço-italiano que comanda a entidade máxima do futebol falou sobre a proposta de campeonatos mais curtos, com menos jogos e equipes, mas com maior interesse e equilíbrio.

O Estado ouviu dirigentes, treinadores e ex-jogadores para saber quais os caminhos possíveis para o futebol a curto prazo, assim que a disseminação do vírus for controlada e os torneios forem retomados, e também mais a longo prazo, nos próximos anos. Dentro de possíveis mudanças, eles divergiram quanto à unificação do calendário brasileiro com o europeu, mas todos concordaram que a CBF deve ajudar os clubes e jogadores para aliviar o impacto dessa crise. Também avaliaram o momento atual como oportuno para melhorar o futebol nacional.

"É difícil opinar sobre algo que a gente não tem experiência. Temos de levar em conta as nossas peculiaridades, nosso clima, aspectos culturais, férias coletivas. Tem que fazer um estudo mais aprofundado. Prefiro não ficar opinando de forma superficial sobre algo não experimentado", explicou o diretor executivo do Internacional, Rodrigo Caetano.

Por outro lado, o diretor executivo de futebol do Grêmio, Klauss Câmara, entende que a adaptação do calendário brasileiro ao do que está em vigência na Europa, que começa em agosto e termina em maio, seria positiva para os clubes e jogadores por aqui já neste ano, assim que os torneios forem retomados.

"Esse impacto do coronavírus no futebol significa uma grande oportunidade para todos nós de termos um calendário unificado, de debater sobre vários pontos importantes. A unificação, principalmente, seria um grande avanço, ainda mais diante desse cenário caótico causado pela pandemia. Poderíamos fazer, por exemplo, um calendário de junho desse ano a maio do próximo ano", avaliou o dirigente gremista.

Para Klauss, as principais vantagens de ter datas semelhantes às da Europa no Brasil são a redução do número de jogos, a ampliação do período de pré-temporada e a possibilidade de realizar vendas de jogadores em início da temporada, o que traria, na visão do dirigente, aumento considerável de receita com a permanência de atletas importantes até o final da jornada

Ex-técnico de Botafogo, Santos e Corinthians, Jair Ventura endossa a análise de Klauss. "Não sei o pensamento dos clubes. Mas se o modelo é a Europa, talvez seja melhor repensar e ter essa mudança. Na Argentina já é assim. Quando time brasileiro vai jogar a pré-Libertadores, está com 15 dias de pré-temporada enquanto um time chileno está no meio do ano", afirmou o técnico, atualmente sem clube.

Milton Cruz, ex-coordenador e ex-treinador do São Paulo, considera que é possível se acostumar sem problema a um novo calendário. O técnico, desempregado no momento, destaca que o atual formato traz prejuízo financeiro aos clubes e atrapalha o desempenho dos jogadores.

"Muitas vezes, os jogadores não têm a menor condição de jogar, mas entram em campo porque são profissionais e têm caráter, mesmo sabendo que não podem render bem. Isso mudaria se houvesse menos jogos, não quarta e domingo, sem tempo de preparação adequada, como é hoje", salientou.

Pentacampeão mundial com a seleção brasileira, Luizão apontou para a necessidade de mudanças na estrutura do futebol brasileiro, mas alertou que elas devem acontecer de forma gradativa.

"O coronavírus chegou e agora é que vão falar em mudanças? Tem que pensar bem antes para programar o futebol. Não é por causa da pandemia que tudo tem que ser mudado. O futebol tem que ser mudado gradativamente, aos poucos. Na Europa acho que é mais fácil de mudar, mas aqui no Brasil é complicado fazer isso de uma hora pra outra", analisou o ex-jogador.

No cenário de caos estimulado pelo coronavírus, os clubes mais afetados são os menores. Nessa realidade está inserido o Santo André, time de melhor campanha do Campeonato Paulista e que perderá a maior parte do elenco em função do fim dos contratos dos atletas, da comissão técnica e até do diretor executivo Edgard Montemort.

"Temos que mirar nossos esforços para sair dessa crise de saúde da melhor forma possível para depois a gente sentar e ver o que pode ser feito. Unir forças é fundamental e os atletas não só olharem para si. É hora de todo mundo se unir para fazer o futebol melhor", disse Montemort, que chamou a atenção para a necessidade de se criar um calendário capaz de abranger os times de menor expressão.

"Todo mundo cobra que os clubes sejam administrados como empresas, mas como se faz um planejamento para uma competição de três meses, sendo que depois no quarto mês do ano tem que mandar todo mundo embora para manter as contas em dia? Os clubes vão se planejando de quatro em quatro meses. Isso não existe. Não é saudável. Eu vejo que é hora de a gente pensar um calendário de que todos possam participar", ressaltou.

Por Ricardo Magatti, especial para a AE
Estadão Conteúdo

Em tempos de confinamento, trabalho mental vira prioridade para Arthur Nory

Foto: Alexandre Loureiro/COB

 

Assim como milhares de outros atletas profissionais ao redor do mundo, Arthur Nory está neste momento fazendo o que é possível para manter a forma física em tempos de coronavírus - mesmo confinado em sua residência, o ginasta conserva a rotina diária de exercícios. Para ele, no entanto, preservar o condicionamento atlético não é a única preocupação atual. O campeão do mundo na barra fixa em 2019 está convencido de que tão importante quanto isso é manter a cabeça saudável.

É fácil compreender a inquietação do paulista de 26 anos. O título mundial conquistado em Stuttgart, na Alemanha, colocou-o na condição de uma das principais esperanças de medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Nory contava as semanas para a chegada de julho, quando iria ao Japão para brigar por seu primeiro título olímpico (ele ganhou o bronze no solo no Rio-2016), mas o coronavírus chegou e mudou tudo. A Olimpíada foi adiada para 2021 e agora o ginasta terá de passar mais de um ano controlando a ansiedade.

"Eu tenho de trabalhar bastante essa ansiedade", reconheceu Nory em entrevista ao Estado. Não por acaso, ele tem dividido seu tempo entre os treinos físicos e o trabalho psicológico. "Já estou adaptando treinos, trabalhando muito a mentalização, a respiração, tudo para controlar essa ansiedade, trabalhando a paciência... Eu estou encontrando algumas formas alternativas de manter a cabeça bem."

O adiamento dos Jogos de Tóquio para o ano que vem, como se vê, gerou um desafio a mais para Nory, mas isso não significa que ele ficou chateado com a decisão tomada em conjunto pelo COI e pelas autoridades japonesas. O ginasta considera que seria praticamente impossível chegar ao evento em boas condições físicas e técnicas se a data original fosse mantida, por isso viu a mudança com bons olhos.

Sem nenhuma perspectiva de competição no horizonte - o adiamento dos Jogos certamente provocará uma profunda reforma no calendário deste ano, mas nada foi decidido sobre isso ainda -, Nory sabe que é impossível fazer treinos técnicos estando "preso" em casa, mas ele garante que esse problema será facilmente resolvido quando for permitido voltar às atividades normais. Recuperar a forma física, segundo ele, é bem mais complicado, por isso o ginasta se esforça para perder o menos possível nesse terreno.

Todos os dias, ele treina "junto" com seus companheiros de equipe. As aspas aqui se justificam porque, na verdade, cada atleta está em sua casa, mas ficam todos conectados por meio de um aplicativo de telefone celular - assim como os treinadores. É uma maneira de melhorar o rendimento nos treinos e, ao mesmo tempo, diminuir um pouco a sensação de isolamento.

"A gente faz um treino coletivo virtualmente. Então os treinadores e todos os atletas estamos nos vendo via celular e mantendo esse condicionamento", explicou o ginasta. "A cada dia é um treino diferente. Todo dia pela manhã a gente está se mantendo na ativa para não perder o condicionamento porque é algo que se pode perder muito facilmente."

NADA DE LESÕES - Assim como boa parte da população mundial, Nory está muito preocupado com a pandemia do coronavírus, até por saber que vários atletas, de diversas modalidades, contraíram a covid-19. O ginasta, porém, está seguro de que a disciplina que o esporte de alto nível exige é uma grande vantagem para ele neste momento dramático, pois os grandes competidores estão acostumados a levar uma vida regrada e, portanto, têm mais facilidade para seguir à risca as orientações das autoridades de saúde.

Além de se manter bem longe do vírus que apavora o planeta, Nory tem também a preocupação de ficar distante das lesões. No passado, ele teve problemas sérios de ombro e joelho, por isso em suas atividades está incluído um trabalho de proteção para evitar que uma nova lesão desfaça o sonho de conquistar o ouro na capital do Japão.

"O adiamento dos Jogos vai me fazer mudar o cronograma de preparação, junto com toda a equipe multidisciplinar: técnicos, médicos, fisioterapeuta, psicóloga... Então é traçar a melhor estratégia possível para continuar trabalhando. É um ano pré-olímpico agora e vamos voltar a trabalhar novamente esses pontos para ficar fora de correr o risco de lesões", disse Nory, que mantém a intenção de competir em Tóquio no solo e na barra fixa.

Por Mateus Silva Alves, especial para a AE
Estadão Conteúdo

Sem renda, mães solo driblam fome acordando mais tarde

Foto: Yala Sena / Cidadeverde.com

Faz duas semanas que Paula Renata dos Santos, 30, e seus quatro filhos acordam mais tarde. É que já está faltando dinheiro até para o pão, e o jeito é pular direto para o almoço, ao 12h. Nas duas refeições que a família tem feito por dia, o cardápio se repete: arroz, feijão e ovo.

Desempregada e vivendo de bicos, ela é uma das mães solo que aguardam o auxílio emergencial de R$ 1.200 do governo federal para colocar comida na mesa.
"Se não morrer do vírus, morre de fome", diz Paula, cuja conta bancária está a zero e que está descrente do prazo para liberação do dinheiro. "Essa demora não me espanta, nunca consegui ajuda do governo."

Segundo o Planalto, será liberado nesta terça-feira (7) um aplicativo para que os trabalhadores informais se inscrevam para ter direito ao auxílio emergencial. A intenção é que os valores sejam pagos antes da Páscoa.

De acordo com a lei, pode receber o auxílio quem não tem emprego formal ou é MEI (microempreendedor individual), não recebe benefício do INSS ou seguro desemprego e tenha renda familiar, por pessoa, de até meio salário mínimo ou renda mensal familiar de até três salários mínimos.

As mães que são chefes de família recebem cota dobrada e terão direito a até R$ 1.200 por mês. O benefício será pago por três meses. Paula mora na favela do Nove, que fica na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Lá, ao menos 270 famílias perderam tudo no início de fevereiro, quando uma enchente deixou a capital debaixo d'água.

Ainda tentando se recuperar dos estragos da chuva, muitas mães solo não conseguem mais trabalhar devido à pandemia. E é difícil achar quem esteja cumprindo à risca a orientação de ficar em casa, de quarentena. Eliane dos Santos, 25, passa o dia sentada em uma cadeira de plástico com a filha de seis meses no colo em um dos becos da favela. Quando questionada sobre se não tem medo de se infectar com o novo vírus, ela mostra onde vive. O barraco minúsculo mal acomoda a cama de casal, a geladeira, o fogão, um guarda-roupas mínimo e uma cômoda. Não tem janela.

"Não dá pra ficar lá o dia todo, não tem ventilação, é apertado. Saio para fora confiando em Deus", diz ela, que não trabalha e ganha R$ 178 do Bolsa Família. "Tá faltando a mistura, coisa de higiene, fralda, roupinha pro neném, que essas já estão ficando apertadas." Com três filhos, Rafaela dos Santos, 36, recebia R$ 500 por mês para trabalhar num salão como manicure. Como não tinha carteira assinada, ficou sem renda desde que o estabelecimento foi obrigado a fechar com a quarentena determinada pelo governo do estado.

Ela abre a cesta básica que acabou de receber e que vai alimentar a família nas próximas semanas. Tem arroz, feijão, farinha, farofa, macarrão, óleo, molho de tomate, açúcar, leite, ervilha, café e sardinha. "Também tenho essa salsicha enlatada. A gente vai se virando como dá, né?", diz.

A escola onde a filha estuda, que é parte de um projeto social, também enviou itens de limpeza: álcool em gel, desinfetante, detergente.

Rafaela, como outras mulheres, não sabe como se cadastrar para receber o auxílio emergencial. "É do SUS [o aplicativo]?", pergunta.

Até o mês passado, Grazielle Cristina Beraldo, 34, recebia da prefeitura um auxílio-aluguel, de R$ 400, mas o benefício foi cortado. Ela, que tem sete filhos, com idades entre 6 meses e 12 anos, também não recebe o Bolsa Família.

A casa de um cômodo na favela do Nove custa R$ 500 por mês. "O pai de uma das crianças me ajuda como pode, mas ele é caminhoneiro e às vezes não consegue", conta ela, que vez ou outra junta e vende latinhas para comprar itens mais baratos, como pão.

"Quer que eu seja sincera? Não tenho esperança [de receber o auxílio do governo]. E se for pra pegar [o coronavírus], todo mundo aqui vai pegar. Não tem pra onde correr."

Por enquanto, na favela do Nove há casos suspeitos, mas nenhum confirmado.

Antes da pandemia, Flavia Dourado, 37, estava em busca de emprego e chegou a fazer dois processos seletivos. Como não conseguiu trabalho, não tem de onde tirar dinheiro para manter a casa com os filhos de 13 e 5 anos, na Vila Fundão, no Capão Redondo, zona sul da capital paulista.

"Uma mãe chefe de família é mais difícil, né? E criança em casa sem fazer nada só come, é desesperador. Estou tentando segurar para a peteca não cair. Eles pedem danone, bolacha, e não posso dar", conta Flavia. "Quem pode, estoca. Mas e quem não pode?"

Os três estão vivendo com a ajuda de amigos e doações de cestas básicas. "Mas não vem uma fruta, não vem papel higiênico, sabão em pó."
O aluguel de R$ 900 vence em poucos dias e ela só tem R$ 280. "É o dinheiro para comer. Não sei ainda como vou fazer para não ser despejada." Sobre o auxílio do governo, diz: "Só acredito vendo".

Na casa de Aluzinalda Oliveira dos Santos, 61, na favela Parque Jocelia II, na periferia de Salvador, "tá faltando já é tudo" para ela e os dois filhos, de 20 e 24 anos.
Diarista, ela ganhava R$ 500 por mês, mas agora ela está "dentro de casa, proibida de sair na rua", já que é parte do grupo de risco da Covid-19. Os filhos também não trabalham.

"Quando isso começou, já era ruim, mas agora o negócio pegou mesmo", conta ela, que está comendo com a ajuda de vizinhos, "que dão o que pode, porque também não são ricos". "É 1kg de arroz, de feijão, de farinha."

O que recebe do Bolsa Família, usa para pagar o aluguel, de R$ 200. "Se eu deixar o aluguel, vão me botar para fora. Vou morar aonde? Tem que entregar na mão do Senhor. Quem tem fé em Deus não cai."


Fonte: Folhapress

Anitta diz que não fará live para os fãs durante quarentena

A cantora Anitta, 27, brincou em suas redes sociais sobre só saber "comer, comer e comer" durante a quarentena devido à pandemia do novo coronavírus. Em contato com os fãs, ela ainda falou sobre o fato de não fazer shows em formato de live neste período.

Segundo ela, seria necessário fazer algo muito produzido e, assim, colocar mais gente em sua casa, o que poderia ser encarado de uma forma errada pelas pessoas. As recomendações agora são para evitar aglomerações e promover o isolamento social.

"Não dá para fazer uma live maravilhosa, com cenário e luz, sem ter uma equipe coordenando isso, com transmissão. E se eu chamar pessoas, vão acabar com a minha raça. Tudo bem quem chamou. Cada um nessa quarentena acredita no que acredita", disse Anitta.

Ela disse que até cogitou fazer uma transmissão de um modo simples, apenas com o próprio celular e com a luz da casa, mas afirmou temer a repercussão. "Se eu fizer do jeito que dá para fazer, sozinha em casa, vão falar que foi mais sem graça do que o dos outros. Então, é melhor não fazer. Melhor ficar aqui e, quando puder voltar a fazer show, eu volto a fazer show", comentou ela, que também disse que talvez 'ataque de DJ'.

"Posso fazer live de malhar, mas show vou ficar devendo. Prefiro evitar essa fadiga. Se eu fizer não produzida, não vai dar tanta gente assistindo, vão falar mal. E se eu fizer produzida, vai ter um monte de equipe e vão falar que chamei um monte de equipe", concluiu.

Fonte: Folha Press

35 passageiros de São Paulo são isolados ao chegarem a cidade do Piauí

A chegada de um ônibus com 35 passageiros de São Paulo deixou apreensivos moradores de José do Piauí, cidade a quase 300 Km ao Sul de Teresina. Um ônibus que saiu de São Paulo trazendo trabalhadores piauienses desembarcou na cidade nessa segunda-feira (6).

No ônibus vieram 20 passageiros de São José do Piauí e outros 15 de cidades vizinhas. O motivo da preocupação é que o estado de São Paulo é uma das regiões mais afetadas, são mais de 4.600 casos confirmados em 96 cidades.

No momento da chegada, uma equipe médica já estava no local e fez a abordagem dos passageiros, orientando para o isolamento social. O local foi isolado. O ônibus e a bagagem dos passageiros foram esterilizados. 

De acordo com a Secretaria de Saúde do Município, o ônibus voltou por conta da pandemia, para que os trabalhadores fiquem isolados na cidade natal. Em nota, a secretaria informou que todos os passageiros foram cadastrados e serão acompanhados por equipes de saúde. 

Valmir Macêdo
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Sem quarentena, Suécia vê casos avançarem e prevê medidas mais drásticas

Foto: Cadu Rolim /Fotoarena/Folhapress

Daniel Antonsson sai de sua casa todas as manhãs, pega sua bicicleta e percorre um trecho de poucos minutos até chegar ao escritório da agência de turismo onde trabalha. Nos últimos dias, com o avanço da pandemia do coronavírus na Suécia, ele viu pelo menos duas mudanças na sua rotina: ao invés de atender ligações de clientes para agendar viagens para os Alpes Franceses, Daniel tem dedicado mais tempo a remarcar passagens, devolver o dinheiro dos consumidores e planejar um futuro incerto. A outra mudança é na paisagem de Gotemburgo, a segunda maior cidade de seu país.

"O número de carros nas ruas diminuiu, os restaurantes estão mais vazios e o transporte público tem menos gente", conta ele. Em seu escritório, Daniel continua trabalhando com outros seis colegas, mas o home office será implantado nos próximos dias. O cenário é típico do que tem acontecido em toda a Suécia, país de 10 milhões de habitantes que tem adotado uma abordagem mais suave para combater a covid-19.

Com 477 mortes e 7.206 contaminados, o país não adotou uma quarentena obrigatória. Ainda é possível ir a restaurantes, à academia e levar as crianças de até 16 anos na escola. Nas últimas semanas, o governo recomendou a redução do fluxo de pessoas, cancelou shows, grandes eventos e interrompeu o calendário de partidas de futebol e hóquei. Também proibiu visitas a casas de idosos e viagens ao exterior que não sejam essenciais.

Ao ver a epidemia avançar, o governo procura ter poderes mais amplos, como a possibilidade de fechar aeroportos e estações ferroviárias sem aprovação do Parlamento. A coalizão de governo, liderada pelos social-democratas, diz que falta suporte legal para reagir à pandemia com a velocidade necessária.

"Vimos a rapidez com que a situação na Suécia e na Europa pode mudar e vemos a necessidade de mais possibilidades para reagir se a situação exigir", afirmou a ministra da Saúde e Assuntos Sociais, Lena Hallengren, em comunicado.

A estratégia atual, do epidemiologista chefe do país, Anders Tegnell, é de reduzir a velocidade da disseminação, mas permitindo que parte da população adquira imunidade ao vírus. No meio tempo, o sistema de saúde tem sido reforçado, assim como as recomendações para sair cada vez menos de casa. "Meu sentimento é de que os suecos estão levando isso a sério", afirma Daniel Antonsson.

A percepção é confirmada por um estudo do governo realizado na última semana de março: dois terços dos suecos disseram ter deixado de viajar, encontrar pessoas próximas e usar transporte público. "Existe uma confiança relativamente forte nas agências governamentais em toda a sociedade sueca. O conselho das agências responsáveis é seguido em grande parte pelos atores públicos e privados em geral, e tem um efeito normativo", explica o vice-cônsul da Suécia em São Paulo, Peter Johansson.

A nova realidade fez Benny Lundstrom abrir pela primeira vez o aplicativo Zoom - usado para fazer chamadas de vídeo. É assim que ele conversa agora com seus colegas de trabalho e clientes da companhia de inteligência artificial onde trabalha, em Estocolmo. Benny viu um declínio nas negociações e no fluxo de pessoas nas ruas da capital sueca. "Os shoppings e centros de compras estão bem mais vazios. Se você for aos parques, há muitas pessoas, mas elas respeitam o distanciamento", afirma.

Questionado sobre a forma como o governo tem tratado a pandemia, diferente de vizinhos como Dinamarca, Finlândia e Noruega, que adotaram medidas mais restritas de circulação de pessoas, Benny se diz satisfeito.

"Acho que há uma boa relação entre o governo e as pessoas. Entendemos que é algo grave e a maior parte de nós segue as recomendações governamentais". Ele, que tem uma filha de 10 anos, afirma que é positiva a ideia de não fechar as escolas, já que se todas as crianças ficarem em casa, muitos pais e mães enfermeiros, médicos e profissionais da saúde terão de cuidar delas e deixarão de ir aos hospitais.

Benny acredita que o meio termo é uma boa forma de tratar a questão, já que se as pessoas ficarem somente em casa também pode haver mais casos de violência familiar e problemas de saúde mental. Ele conta que os pedidos de comida e de entregas de alimentos de supermercados cresceram muito, assim como as ações de caridade e apoio para locais como restaurantes, atrações turísticas e equipes esportivas, que perderam faturamento da noite para o dia.

Na semana passada, a ministra das Relações Exteriores, Ann Linde, afirmou que todos os suecos são responsáveis pelo seu próprio bem-estar, pelo dos seus vizinhos e pelo da comunidade em que vivem. "Tenho uma avaliação positiva de como o governo está cuidando da situação. Se é correto, eu não sei. Mas, a meu ver, parece lógico agir assim. Vamos ver", disse Daniel Antonsson.


Fonte: Estadão Conteúdo

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